Porto Ponta do Félix ganha mercado com serviços customizados

Nos primeiros seis meses deste ano, o setor portuário brasileiro, formado pelos portos públicos e terminais privados, movimentou 581,3 milhões de toneladas de produtos, de acordo com o levantamento feito pela ANTAQ — Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Em relação aos perfis de carga, a geral teve destaque com aumento na movimentação de 18,6%.

No Porto Ponta do Félix, localizado em Antonina, no Litoral do Paraná, os alimentos que antes eram transportados em contêineres, hoje são enviados em navios de Break Bulk, como carga geral. Só no início do mês de agosto, foram enviadas 11.747 toneladas destes produtos para o exterior.

Agora, no mês de setembro, outras 11 mil toneladas serão embarcadas novamente para a Venezuela.

A carga inclui desde açúcar, trigo, arroz, feijão, creme vegetal, macarrão, fubá e outros. Para o transporte, os alimentos são colocados em sacarias, que variam de 1 Kg a 15 Kg. Na sequência, estas embalagens são acondicionadas em big bags.

Segundo o Porto da Ponta do Félix (TPPF), empresa operadora do Porto de Antonina, são mais de 10 mil toneladas de alimentos produzidos nas indústrias dos estados do Paraná, São Paulo e Goiás, que têm como destino o Porto de La Guaira, na Venezuela.

“Estamos investindo cada vez mais na customização do serviço, para atender a demanda dos clientes e conforme o exportador ganha novos mercados, aumenta também a diversidade dos itens movimentados”, afirma o presidente do Porto Ponta do Félix, Gilberto Birkhan.

Segundo ele, o transporte de alimentos é uma carga muito complexa à medida que tem pesos, tamanhos e dimensões diferentes. “Nós recebemos os produtos soltos. Os alimentos vêm em embalagens originais e o nosso pessoal faz o acondicionamento dentro dos big bags”, explica Birkhan.

O presidente do Porto Ponta do Félix diz que o big bag se mostra como uma opção mais econômica e apresenta diversos benefícios no processo de logística. Ele é feito por compostos de alta resistência e tem o formato semelhante a uma grande sacola, que pode acondicionar até 2.000 kg de carga. “Esta embalagem tem boa aplicação para produtos a granel ou embalados em sacos, mantendo-os melhor acomodados e protegidos”, conclui.

Armazéns alfandegados

Até o momento do embarque, os produtos ficam armazenados pelo período de 30 a 40 dias, dentro do próprio porto, o que representa diminuição de custo para o exportador. Os insumos são acondicionados seguindo as características de cada item e são controlados por lote e por fabricante. O cliente ainda envia um plano de carga. Neste documento, há a indicação de quais são as cargas que vão em cada porão do navio e a ordem de embarque. O processo garante a qualidade do produto no destino final e também facilita o processo de descarga.

Por navio, são transportadas em média 10 mil toneladas de alimentos. A operação conta com a gestão direta do line up de navios, o que permite a previsibilidade de atracação e, consequentemente, melhor planejamento de toda a cadeia logística.

“Este mesmo cliente tem projeto de expansão para outros continentes, para converter cargas em contêiner para carga geral. Estamos há um ano fazendo a operação. Renovamos o contrato recentemente por mais dois anos. Isso demonstra o sucesso da operação”, finaliza Birkhan.

Crescimento

O Porto Ponta do Félix, localizado em Antonina, litoral do Paraná, superou a expectativa de crescimento na movimentação de cargas, em 2021, com aumento de 70%. Os números se devem à ampliação do seu portfólio de operações, melhorias da estrutura marítima e investimentos em obras de ampliações.

Para 2022, a projeção é de 30% de aumento na movimentação de cargas no Porto que deverá seguir sendo um grande gerador de empregos e renda no litoral paranaense.

Birkhan, considera que o avanço dos últimos anos também se deve ao fato do porto de Antonina ser multipropósito. “Reencontramos a nossa vocação de trabalhar com cargas especializadas, fazendo operações complementares ao Porto de Paranaguá. O Ponta do Félix é um porto multipropósito, que atua com cargas diversas e especiais”, destaca Birkhan.

História

O porto Ponta do Félix é uma empresa privada, concessionária do terminal portuário público multipropósito de Antonina — fundada em 1995.

A concessão se deu através de contrato de arrendamento outorgado pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina — APPA.

Em 2000, foi inaugurado o cais de atracação e iniciou-se exportação de produtos refrigerados, produtos florestais e aço.

Em 2009, o Grupo FTS assumiu a gestão do Porto Ponta do Félix e iniciou uma nova fase nas diretrizes do contrato de arrendamento do Terminal Portuário, focado principalmente na conversão da vocação do terminal, antes predominantemente de carga refrigerada, para carga geral e granel.