Criar um grande hub aeronáutico no centro do país que, além de um moderno aeroporto de negócios, abrigará manutenção de pequeno a grande porte, indústrias, empresas de logísticas e de vários segmentos da aviação geral, de onde essas companhias poderão otimizar e potencializar suas operações, chegando a qualquer parte do Brasil em poucas horas.
Esse é, em essência, o grande objetivo do Antares Polo Aeronáutico, um mega empreendimento que está sendo erguido na cidade de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia e que será uma das atrações da próxima edição da LABACE (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition), maior feira de aviação de negócios da América Latina, que será realizada entre os dias 8 e 10 de agosto, no Aeroporto de Congonhas, na cidade de São Paulo. Realizado há 18 anos, o evento é organizado pela pela Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) e promete atrair um público de mais de 15 mil pessoas, reunir mais de 100 empresas expositoras e expor dezenas de aeronaves.
Para essa edição da feira, o Antares traz uma importante novidade: o anúncio da instalação da primeira unidade fora do estado de São Paulo da Escola Superior do Ar (EAR), primeira e única faculdade privada no Brasil com foco na formação superior em aeronáutica e que adota o conceito de aeroporto-escola. Idealizada pelo piloto e empresário brasileiro Francisco Lyra, que tem 46 anos dedicado à avaliação, a instituição de ensino superior oferece vários cursos de graduação, pós-graduação, MBA e cursos livres, de forma presencial e EAD (Ensino à Distância). Segundo Rodrigo Neiva, um dos sócios-empreendedores do Antares, já há um protocolo de intenções para que a EAR instale no polo aeronáutico, que está sendo construído em Aparecida de Goiânia, um núcleo de formação de pilotos e de outros profissionais para o setor de aviação.
“A Escola Superior do Ar traz para o Brasil um grande know how de conhecimento, práticas e estudos voltados para a aeronáutica, que são baseados na vasta experiência de seus professores, que acumulam décadas de mercado. A nossa proposta de ensino é inspirada em duas importantes instituições que são referência mundial na formação superior de pilotos e de outros profissionais ligados a aviação: a British Columbia Institute of Technology – Vancouver – Canadá (BCIT) e a Embry-Riddle, empresa americana que tem 90 anos de experiência no atendimento à indústria aeroespacial global”, revela o empresário.
Ainda para essa edição da Labace, o Antares Polo Aeronáutico levará 15 pessoas, entre consultores de vendas e os sócios-empreendedores do polo aeronáutico Rodrigo Neiva, Romeu Neiva, Marcos Alberto Campos, Marcos Bernardo Campos, Fábio Bastos, Paulo Roberto Costa. Para uma melhor apresentação do projeto, o estande contará com um painel de led onde será exibida a maquete eletrônica do empreendimento.
Visão de negócio
De acordo com o incorporador Rodrigo Neiva, um dos empresários goianos idealizadores do projeto Antares, esta é a segunda vez que o empreendimento participa da Labace, e para ele a presença no evento é essencial para mostrar essa inovadora visão de negócio que o Antares traz para a aviação. “Fabricantes de aeronaves de todo o mundo, fornecedores de peças, equipamentos e acessórios, empresas de manutenção, prestadores de serviços dos mais variados segmentos da aviação civil. Na Labace estaremos em contato com todos esses potenciais parceiros, que têm total interesse em estar onde estamos, no coração do Brasil, e num espaço moderno, com completa infraestrutura, e que abrigará não só negócios da aviação, mas empresas de logística e grandes indústrias”, explica o empresário.
Com uma área de 209 hectares e investimentos na de ordem de R$ 100 milhões, só na primeira fase da obra que deve ser entregue até o fim de 2024, o Antares Polo Aeronáutico é um projeto capitaneado pelas empresas goianas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações. A pista de pouso e decolagem, principal infraestrutura do empreendimento, terá 1.980 metros de extensão por 45 metros de largura, contará com PCN 42, índice de Classificação do Pavimento que garantirá condição estrutural para operações de aeronaves de grande porte, como os Boeings 737-800. O aeroporto Antares iniciará as operações com VFR e podendo chegar até um IFR.
Ao todo o projeto Antares prevê cinco fases de obras, sendo que a primeira etapa do empreendimento já contará com a pista e terminal de embarque e desembarque operando, além de estacionamento e 72 lotes de 1.000m² a 1.500 m² com toda a infraestrutura necessária, como energia elétrica, sistema de abastecimento de água, pavimentação asfáltica e área fechada com portaria monitorada. A título de incentivo, o Antares oferece 20 anos de incentivos fiscais no Imposto Sobre Serviços (ISS), Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (ITU) e no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Vocação para aviação
Além de uma visão de futuro de seus idealizadores, o Antares também segue uma vocação econômica muito forte em Goiás. O Estado, por sua privilegiada localização geográfica, é um dos mais importantes polos de serviços aeronáuticos do País, sendo o terceiro em número de bases de manutenção de aeronaves. São 53, segundo dados da Abag, ficando atrás apenas de São Paulo, com 180 bases de manutenção; e Rio de Janeiro, com 65.
Goiás responde também pela quinta maior frota de aeronaves civis, são 1.409 registradas, conforme informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Conforme os dados da Abag, o estado é o quarto em número de empresas que prestam serviços de agro aviação e o sétimo em quantidade de aeródromos (privados ou públicos), são 196 em operação. “Goiás na sua centralidade em relação ao Brasil é um estado que possui muitas especificações para atender a todos os serviços e infraestruturas ligadas à aviação. Nessa área de manutenção de aeronaves, por exemplo, temos aqui muitas empresas com certificação nacional e internacional, e temos aqui uma mão de obra extremamente qualificada para esse mercado”, afirma Rodrigo Neivas, diretor comercial do Antares Polo Aeronáutico.
Ele lembra que o estado está a uma hora de voo dos principais polos de consumo e populacional do País, que compõem 65% do PIB nacional. “Mesmo as regiões consideradas mais distantes, como os extremos norte e sul do Brasil e alguns estados do nordeste, não estamos mais do que quatro horas de voo de distância. Então, quando você olha essa questão das horas voadas, que são bem menos do que as gastas por qualquer outro modal de transporte, você percebe que a aviação em nosso estado tem um potencial gigantesco”, avalia Neiva.