Um cenário com possibilidades mais viáveis no comércio internacional e nos negócios vem sendo destacado nas alamedas do transporte de cargas, principalmente com a expectativa relacionada à criação da Rota Bioceânica. A rodovia terá a capacidade de ligar os oceanos Atlântico e Pacífico, no Chile, ao Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul (MS), como ponto de partida do Brasil.
O Corredor Bioceânico, que inclui uma ponte internacional, estradas e alfândegas, pode encurtar em duas semanas a distância nas exportações brasileiras, especialmente para a Ásia. Pensando no impacto na movimentação de produtos para o estado do Mato Grosso do Sul, grande produtor de grãos, o corredor significará uma redução de 25% a 30% em seus custos na hora de escoar a produção segundo dados do governo do estado.
Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas – empresa com especialidade no transporte internacional de cargas –, destaca a importância do desenvolvimento do setor na exportação e na importação das mercadoria entre os países: “Sem dúvida, a Rota Bioceânica vai agilizar e diminuir os custos de muitas empresas que exercem esse tipo de atividade, além de causar um impacto positivo na nossa economia”.
Para ajudar na desburocratização, o Brasil vem se mostrando forte aliado no desenvolvimento da modernização e da agilidade dos processos relacionados ao transporte de cargas. Um grande exemplo disso é a participação efetiva no transporte internacional rodoviário (TIR).
De acordo com a Organização Mundial do Transporte Rodoviário (IRU), o TIR demonstrou reduzir os tempos de transporte e os custos em até 80% e 38%, respectivamente. É um sistema de trânsito único global que pode agilizar os procedimentos nas fronteiras, algo que pode auxiliar no trânsito entre os países componentes do Mercosul.
Assim, no último mês, houve um encontro no Mato Grosso do Sul (MS) realizado pela IRU com diversas lideranças governamentais e do setor de transporte e logística de vários países do Mercosul em que puderam debater esse sistema na Rota Bioceânica.
Danilo, um dos participantes e organizador do movimento junto à Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), pondera o benefício que essa utilização trará para o Brasil e consequentemente para a América do Sul.
“A emissão do Carnet TIR agilizará o trânsito aduaneiro de carga destinada a terceiros mercados. Essa experiência poderá ser replicada em outros corredores, assim como o Bioceânico. O Brasil tem carga destinada a terceiros, então quando ingressar no corredor possibilitará a exportação de carne bovina para a China por meio de um porto chileno. São boas alternativas”.
Essa movimentação destinada à desburocratização dentro do setor decorre devido a uma maior insistência das empresas que competem nesse setor por um trabalho mais ágil, seguro e moderno. Com isso, empresários do segmento acreditam que o Brasil precisa estar em constante relacionamento com outros países para que o desenvolvimento seja ainda maior no transporte internacional de cargas.
“Tenho visto um maior interesse pela logística e pela redução de tempo dentro do setor. Rapidez e segurança são fatores importantes na escolha da rota. O passo mais importante para que o Brasil possa desenvolver ainda mais o seu papel no transporte rodoviário internacional é aderir e implementar o sistema TIR. O mesmo se aplica aos seus países vizinhos: alguns já aderiram ao TIR, mas é necessário que a implementação seja feita. Além disso, é necessário digitalizar totalmente os procedimentos de trânsito e de transporte de mercadorias”, finaliza o executivo.