A SCPAR Porto de Imbituba recebeu o 24º Prêmio Fritz Muller pelo Instituto de Meio Ambiente (IMA), com o projeto socioambiental Costa Butiá. O reconhecimento, que é o principal no tema no Estado de Santa Catarina, foi concedido em cerimônia promovida pelo Instituto, na noite da quarta-feira (22), em Florianópolis. O objetivo é reconhecer empresas e organizações que desenvolvem projetos e iniciativas que vão além da legislação ambiental e que resultam em benefícios para o desenvolvimento sustentável.
O projeto Costa Butiá é desenvolvido pela Autoridade Portuária desde 2018, com o objetivo de recuperar a forma tradicional de fazer artesanato com a palha de butiá. Busca também valorizar a cultura local e a espécie ameaçada e endêmica da região, mediante incentivo de práticas conservacionistas da Mata Atlântica e uso sustentável do butiazeiro.
A cerimônia de entrega do Prêmio Fritz Müller reuniu autoridades e representantes de empresas e organizações vencedoras nas 12 categorias ambientais. O diretor-presidente da SCPAR Porto de Imbituba, Urbano Lopes de Sousa Netto, recebeu a homenagem, juntamente com o chefe do departamento de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, Paulo Márcio de Souza, e a coordenadora do projeto, Giseli Aguiar.
Urbano destaca que o reconhecimento do projeto mostra a importância da realização de boas práticas de responsabilidade socioambiental para um ambiente portuário sustentável. Para o presidente, o Costa Butiá reforça os valores desta gestão e do Governo do Estado de Santa Catarina, valorizando a comunidade do entorno portuário, gerando renda aos artesãos e promovendo ainda a conservação da palmeira tão significativa para a região.
Este é o quarto importante reconhecimento que o Costa recebe. Ainda em 2023, também foi vencedor do Prêmio Nacional Portos e Navios de Responsabilidade Socioambiental. E, em 2022, foi contemplado com o Prêmio Top 100 SEBRAE de Artesanato Brasileiro, concedido às 100 unidades produtoras de artesanato mais importantes do país. Outra conquista foi o selo do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental da Baleia-franca (CONAPABF), que identificou e selecionou experiências inovadoras – boas práticas territoriais – em temas que permeiam a gestão da unidade de conservação e de seu entorno.
A 24ª edição do Prêmio Fritz Müller bateu recorde de inscrições com 125 projetos participantes neste ano. O nome do prêmio é uma homenagem ao famoso naturalista alemão Johann Friedrich Theodor Müller, que viveu em Santa Catarina por 45 anos. Louvado em todo o mundo como um distinguido cientista, reconhecido como o primeiro a assumir e comprovar em campo as formulações teóricas de Charles Darwin, Fritz Müller deixou um legado científico e ambiental incontestável. Esta é a primeira vez que a SCPAR Porto de Imbituba é reconhecida com este prêmio.
O Costa Butiá
O projeto faz parte do Programa de Educação Ambiental (PEA) condicionante da Licença Ambiental de Operação da SCPAR Porto de Imbituba, e é executado pelo Grupo Acquaplan. As atividades realizadas ao longo dos últimos anos tornaram a iniciativa referência no artesanato de Imbituba e região.
O projeto desenvolve quatro linhas de ação, as quais compõem uma série de atividades, dentre elas: (A) Construção do conhecimento; (B) Conservação dos butiazeiros e butiazais; (C) Salvaguarda e comunicação; e (D) Organização e fortalecimento do artesanato e dos artesãos.
Com suas ações, o projeto consolidou um grupo permanente de 12 artesãs e já alcançou através dos cursos presenciais e virtuais mais de 4.000 pessoas de diversas regiões do Brasil (SC, RS, PR, SP e MG) e dos países vizinhos da América do Sul (AR e UY). Foram produzidas e doadas cerca de 600 mudas e comercializadas mais de 750 peças de artesanato, por meio de parcerias com a população local e técnicos especialistas. Nos meses da alta temporada de verão, a renda das artesãs mais envolvidas pode aumentar em até 60%.
O resultado do Costa Butiá consiste na criação de um artesanato com expressão cultural, materializando produtos que possuem uma valorização simbólica maior do que o seu valor de uso. Os produtos despertam relações de identidade, memória e afeto pelas peças e o interesse da sociedade pela conservação da palmeira e do ecossistema butiazal, aliando a geração de renda com o uso sustentável da Mata Atlântica.