Os portos brasileiros estão 15 anos atrasados em relação à média mundial em termos de acessos e a demanda de cargas atingiu a capacidade operacional portuária (em TEUs) em 2021, o que torna urgente o investimento para melhorar a competitividade do setor. Esta é a conclusão de um estudo do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave), divulgado em outubro. A solução depende de diferentes iniciativas e uma delas é a adoção de novas tecnologias logísticas capazes de elevar a eficiência e a segurança operacional e de gestão de portos, terminais e armazéns, como mostra o case de transformação digital da Rio Brasil Terminal.
Maior agilidade, redução de custos, aumento de eficiência e otimização de headcount são alguns dos resultados mensurados pela Rio Brasil Terminal um ano após a implantação da Plataforma Inteligente de Logística da Athenas Logistics. O impacto da adoção desta tecnologia se reflete não somente na área operacional, mas também na gestão e nos processos regulatórios dos terminais e armazéns da empresa, que faz parte do grupo ICTSI, maior operador portuário independente do mundo, presente em 19 países.
Mais de 150 equipamentos foram conectados à plataforma através de dispositivos com Internet das Coisas, como balanças, scanners, portais de OCR e tablets, e mais de 20 sistemas estão integrados à solução, como Siscomex Importação, Receita Federal, SGAD Portos Rio, Tíquete de Gate, PIX Itaú, Scale Service, OCR Service, Siscarga, SAP, entre outros. A solução da Athenas foi implementada nas áreas de armazém, pré-gate, operação de gate, vistoria, pesagem, scanner, documental, faturamento e portal de serviços para clientes e atualmente conta com quase 200 usuários únicos internos por semana, além de outros 500 usuários únicos externos.
Para Rogério Magela, CEO da Athenas, esta integração entre hardware e software e entre operação e gestão, associada a tecnologias avançadas, como Inteligência Artificial, Digital Twin 3D, IoT, robôs e algoritmos poderosos, é a chave para elevar a eficiência e a segurança de terminais e armazéns a outro patamar. “A otimização verdadeira só acontece quando há inteligência logística de ponta a ponta, atravessado todos os processos operacionais, culminando em um faturamento sem perdas e automatizado, e no desembaraço de documentos com a imediata retirada ou recebimento das cargas.”, pontua Magela.
Gestão:
Entre os ganhos na gestão, destaca-se a redução de prazo de faturamento na importação, que caiu, em média, de 3 horas para 10 minutos nos clientes à vista e de 1h30 para 5 minutos nos clientes a prazo. Isso foi possível graças à unificação do sistema operacional ao billing, que ainda permite ao cliente gerar a estimativa de cálculo sem necessidade de atuação do terminal, realizar o pagamento por PIX e gerar a Nota Fiscal automaticamente. A plataforma também padronizou os dados dos sistemas, ampliando a confiança nas informações, e começou a produzir indicadores estratégicos para o negócio, gerando vantagem competitiva.
“Com a integração de sistemas, tornou-se possível acompanhar e identificar os ganhos de eficiência no processo de liberação das cargas e, com isso, mostrar aos clientes o quanto agrega valor operar com a Rio Brasil Terminal. O acesso aos dados propicia acompanhamento em tempo real dos indicadores e painéis de relatórios, o que permite uma tomada de decisão mais rápida e assertiva”, afirma Roberto Lopes, CEO da Rio Brasil Terminal.
Ao facilitar a visualização das operações e demandas, a Plataforma Inteligente de Logística amplia a transparência do processo. Com a tecnologia, foi possível criar um painel dos contêineres para os clientes, despachantes e transportadores acompanharem o status do posicionamento, desunitização, unitização e visualizarem as atualizações em tempo real. Outro ganho é a mitigação de erros e a prevenção de fraudes, pois o sistema integrado proporciona maior segurança na validação de apontamentos de serviços a serem cobrados antes da execução do agendamento.
Operação:
Os resultados da automação operacional na Rio Brasil Terminal abrangem diversas áreas: otimização na etapa de presença de carga, sem necessidade de ação humana e em menor tempo; ganho de eficiência tanto nas etapas do planejamento do armazém – reduzindo a necessidade de ação da equipe do planejamento – como no acesso dos motoristas ao terminal, através do Gate automático; redução de prazos de atividades operacionais, como desunitização, e diminuição de movimento improdutivo na entrega de carga solta. A menor necessidade de ação humana também contribuiu para reduzir o risco de falhas.
Alguns dos benefícios da automação são:
– Agilidade com o Gate automático: os motoristas têm a digital cadastrada e acessam o terminal sem depender de alguém realizar a entrada e saída dos veículos que fazem carregamentos e descargas;
– Armazém em 3D: todos os espaços e máquinas foram recriados em ambiente virtual através da tecnologia Digital Twin 3D, com movimentações em tempo real;
– Inteligência com planejamento automático para armazenar as cargas;
– Acesso ao peso de cada UC (etiqueta) específica;
– Possibilidade de iniciar a pesagem durante o processo de reembalagem;
– Menor tempo de planejar uma placa para entrega;
– Operador de empilhadeira conseguir visualizar todas as etiquetas a serem entregues;
– Operador de empilhadeira consegue visualizar o peso registrado;
– Acompanhamento dos lotes recebidos durante a reembalagem;
– Possibilidade de agendar etiqueta específica.
– Separação de atividades em fila (armazenagem, expedição, posicionamento), sem precisar vincular o operador;
– Segregação (endereçar toda a carga no momento da reembalagem);
– Acesso à tela do operador;
– Operador de empilhadeira realiza a pesagem sem necessidade de auxiliar;
– Agendamento: é possível disponibilizar janela exclusiva para BL, Booking, Contêiner ou lote.
– Redução do tempo de desunitização sistêmica: antes era iniciada 3 horas após o término da operação do navio; agora começa 3 horas após a descarga do contêiner;
Procedimentos legais:
A integração da Plataforma Inteligente de Logística com os sistemas governamentais oferece proporciona mais eficiência e segurança dos processos regulatórios pertinentes às operações da Rio Brasil Terminal. Tanto a averbação como a desconsolidação de documentos são automáticas e integradas ao SISCOMEX, a recepção de DUE é conectada automaticamente ao PUCOMEX e a presença de carga é realizada sem necessidade de envolvimento da equipe.
“Estes procedimentos legais feitos de forma automática garantem a confiabilidade das informações, gerando segurança e exatidão no processo de desembaraço e cálculos dos serviços prestados pelo Terminal aos clientes, agilizando todo o processo de liberação e retirada das cargas. Além disso, a abrangência do atendimento às exigências governamentais da plataforma é superior a 95% das demandas, com boa qualidade de comunicação, permitindo um conforto quanto ao cumprimento dos requisitos normativos”, explica Roberto Lopes, CEO da Rio Brasil Terminal.