Adotar práticas empresariais sustentáveis tornou-se não apenas uma tendência, mas fator imprescindível para empresas que almejam um futuro responsável e comprometido com o meio ambiente. Diminuir os efeitos nocivos das atividades impacta os negócios tanto internamente quanto com o público externo, desde a visão dos funcionários até a reputação da empresa.
Para a cadeia logística, o desafio é grande. O segmento envolve movimentação de materiais, deslocamento intenso de veículos e utilização de combustíveis. Mas nada disso significa gerar impactos irreversíveis ao planeta. Portanto, reconhecer a importância da sustentabilidade nos processos faz as empresas operarem com maior comprometimento e em busca da redução da pegada ambiental.
Algumas iniciativas auxiliam na transformação da cultura da cadeia. Para Kleber Fernandes, diretor de qualidade e gestão técnica da Solistica, maior operadora logística da América Latina com soluções 3PL, elas devem ser discutidas e adotadas em conjunto com o mercado. “Sustentabilidade não se faz sozinho. O ideal é discutir tecnologias e compartilhar informações para que a gente consiga fazer disso um blockchain”, afirma.
Para ele, a mais importante delas é reduzir a pegada de carbono; isso é possível por meio dos investimentos em combustíveis alternativos, da reciclagem, reutilização da água, entre outras medidas. O executivo defende que conhecer a matriz de carbono e identificar os elos poluidores é o primeiro passo para a redução efetiva das emissões. A partir disso, a empresa pode buscar certificações que padronizam e classificam suas ações sustentáveis.
“Em 2023, a Solistica alcançou a certificação prata no protocolo GHG da Fundação Getúlio Vargas, uma das mais relevantes do mercado. Entre as ações que levaram à certificação está uma das mais importantes para a logística: a eletrificação da frota, com rotas dedicadas aos clientes e mais de 10 rotas já operacionais”, diz Kleber.
Outra ação de impacto é o Ecofrete, uma opção de entrega que permite a compensação voluntária das emissões de CO₂ associadas ao transporte. “Trata-se de uma alternativa que deve ser estudada com calma, entendendo o perfil de cada empresa. Na Solistica, colocamos o Ecofrete em prática este ano e acreditamos que possa influenciar outras empresas e clientes, pois é benéfico para todas as partes, principalmente para o planeta”.
Para que as ações sejam medidas e gerenciadas, é importante que as empresas estabeleçam indicadores e metas, com profissionais dedicados a isso para monitoramento constante e ajustes necessários. “Hoje, atuamos com 40 indicadores no Power BI, rastreamos o progresso em áreas como reciclagem e consumo de água. Construir uma cadeia de fornecimento sustentável impacta de forma positiva nossa eficiência logística, mas também nos torna ainda mais conscientes e socialmente responsáveis”, conclui.