Por mais um trimestre, a taxa de vacância dos condomínios logísticos de alto padrão registra queda no Brasil. No segundo período do ano, o índice atingiu 9,2%.
De acordo com a pesquisa First Look, realizada pela JLL, esse é o menor número desde 2013. A absorção bruta também bateu recorde, chegando a 2,1 milhões de metros quadrados. O primeiro semestre fechou com absorção líquida de 1,3 milhão de metros quadrados, sendo que 65% do volume de locações se deu entre abril e junho.
Do volume líquido de 848.000 m² ocupados em todo o Brasil, Shopee e Mercado Livre foram responsáveis por 32%, espalhados por estados como Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais.
André Romano, gerente de Industrial e Logística da JLL, lembra que esse movimento tem acontecido de forma consistente. “Ambas as empresas têm sido grandes tomadoras de espaço ao longo dos últimos anos dentro de uma estratégia de ampliação da capilaridade, buscando baratear o custo do frete para o consumidor final”, pontua o especialista.
Preços em alta
O primeiro semestre do ano acumulou entrega de 1,2 milhão de metros quadrados de novo estoque. Parte desses novos espaços já tem entrado no mercado com pré-locações realizadas.
Rafael Picerni, da área de Pesquisa e Estratégia da JLL, analisa o impacto do cenário nos preços. “Registramos um aumento de 7,6% na média dos valores pedidos em todo o Brasil em um ano. Isso se deve ao alto volume de locações, mas também ao perfil das entregas que têm passado a integrar o estoque, com condomínios cada vez mais modernos”, avalia.
Fora do eixo SP, MG e RJ – quem concentram historicamente o maior volume de movimentações – as maiores absorções foram de pré-locações, sendo a do Mercado Livre em Pernambuco, com 49.200 m², a mais relevante do trimestre. No Rio Grande do Sul, foram absorvidos quase 30.000 m², parte pelas Lojas Lebes e parte pela Natura. No Rio Grande do Norte, mais de 16.000 m² foram absorvidos em pré-locação realizada pela Ambev.
“Como esse é um mercado ágil, as pré-locações são vantajosas tanto para proprietários como para ocupantes. Os primeiros garantem que seus espaços não chegarão ao mercado vagos, enquanto os locatários ganham margem de negociação e podem ter acesso a produtos de excelente qualidade”, reflete Romano. Para o segundo semestre, os especialistas da JLL avaliam que o ritmo do mercado deve seguir em equilíbrio, com manutenção da taxa de vacância e do volume de locações.