Volvo inicia validação de caminhões pesados 100% elétricos na logística de sua fábrica no Brasil

Em nova fase do estudo conjunto com a Secretaria Nacional do Trânsito (Senatran) sobre distribuição de carga nos eixos de caminhões elétricos, a Volvo inicia o uso, em caráter experimental, desses veículos com zero emissões na logística de seu complexo industrial em Curitiba, PR, para o abastecimento de diversos componentes nas linhas de produção.

A iniciativa traz uma redução de 738 toneladas de emissões de CO2 por ano, dentro do compromisso da marca com a descarbonização nos transportes e nas suas próprias operações de manufatura.

Realizada pelas transportadoras Ritmo Logística e TLog, a operação é executada por dez caminhões Volvo FM Electric, em rotas diversas no Paraná e Santa Catarina até a fábrica da Volvo em Curitiba. “Estamos conciliando nossa contribuição para esse estudo conjunto com a Senatran com as metas de descarbonizar nossas próprias operações de transporte. Nossos caminhões elétricos são classificados como ZEV (zero emission vehicles/veículos com zero emissões)”, afirma Alan Holzmann, diretor de estratégia e planejamento de produto caminhões da Volvo.

Descarbonização

Os caminhões FM Electric que abastecem a produção da Volvo rodam até 380 quilômetros por dia, em diversas viagens de ida e vinda entre os fornecedores e a fábrica. A recarga das baterias é feita nos intervalos e após a jornada diária. “Além de ajudar nossos clientes na descarbonização de suas frotas, temos a meta de reduzir emissões em nossas próprias operações industriais e de transporte, chegando a zero CO2 em 2040. O uso de caminhões pesados elétricos é parte importante dessa iniciativa”, observa Bettina Konig, diretora de operações de transporte de manufatura da Volvo.

Dentre os componentes transportados estão os quadros de chassi dos ônibus e caminhões. O sistema funciona em Just In Time, um regime de gestão que encaixa as peças de acordo com a demanda diária. Qualquer eventualidade ou atraso pode comprometer o fluxo da fábrica. “Os caminhões Volvo FM Electric entregam os quadros de chassi diretamente na linha de produção diversas vezes ao dia, nos dois turnos de atividade da planta. Além de zero emissões, há redução substancial de ruído”, assegura Aline Gaensly, head de compras de serviços logísticos da Volvo.

Jornada sustentável

A eletrificação do fluxo logístico de peças é mais um marco na jornada de sustentabilidade da Volvo em suas operações no Brasil. Toda a energia da fábrica de Curitiba vem de fontes 100% renováveis. Além disso, há mais de 15 anos todos os resíduos são destinados de forma circular: mais de 50 mil toneladas deixaram de seguir para aterro desde 2008. Mais recentemente, a Volvo foi pioneira na introdução do abastecimento de seus veículos na fábrica com o Diesel Verde R5, medida que tem poupado a emissão de 400 toneladas anuais de CO2 na planta.

Nos últimos cinco anos, houve redução de 30% nas emissões por veículo produzido em Curitiba. “A introdução de caminhões elétricos em nossa logística de recebimento de peças é mais uma das diversas ações para reduzir ainda mais nossa pegada de carbono”, diz Bettina. Na Europa, a marca já tem fábricas totalmente livres de CO2 em Skövde (Suécia) e Ghent (Bélgica).

Avanços na eletromobilidade

Em 2019, a Volvo foi a primeira entre as fabricantes tradicionais a oferecer caminhões 100% elétricos na Europa. De lá para cá, a oferta se expandiu para diversos continentes. Atualmente há 4.200 caminhões elétricos Volvo em operação em 48 países. Eles fazem parte do objetivo da marca de reduzir em 50% as emissões de CO2 de seus veículos até 2030 e em 100% até 2040.

No Brasil, o modelo elétrico da Volvo é o FM Electric, um caminhão pesado de até 50 toneladas de CMT, com potência de 490 kW (660 hp). Seu carregamento total pode ser feito de 1h30 até 8 horas, dependendo do tipo de carregador. É dotado de alta tecnologia, suspensão a ar em todos os eixos, freios de regeneração e vários dispositivos de segurança. É um veículo para uma série de operações, desde o transporte de produtos industrializados, cargas refrigeradas, alimentos e bebidas, até bens de consumo e hortifrutigranjeiros, podendo ser implementado com baú ou sider, em carretas de dois ou três eixos.