Diante da essencialidade do setor e da impossibilidade de isolamento social durante a pandemia do coronavírus, a Associação Brasileira de Operadores Logísticos – ABOL solicitou ao Ministério da Saúde a inclusão dos Operadores Logísticos (OLs) no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19, previsto no Plano Nacional de Imunização (PNI). O pedido foi feito por meio de ofício protocolado junto à pasta na semana passada.
No texto, a instituição deixou claro que desde o início da disseminação do vírus, no ano passado, supervisores e auxiliares de logística não pararam. Pelo contrário. Muitos Operadores Logísticos, inclusive, precisaram aumentar a sua capacidade operacional e enfrentar o enorme desafio imposto pelo crescente fluxo do e-commerce e o aumento da demanda por produtos fármacos e médicos.
Para acompanhar o novo momento, as empresas tiveram que contratar mais funcionários e colaboradores em um contexto de insegurança sanitária. Os próprios números divulgados na imprensa mostram o aumento significativo de atividades econômicas, que estão diretamente relacionadas ao trabalho do OL.
Em fevereiro deste ano, por exemplo, foi verificado um incremento de 3,7% no volume de todos os serviços prestados no País. As vendas online, em particular, registraram alta de 57,4% no primeiro trimestre de 2021.
“Ainda que os OLs tenham adotado todos os protocolos de segurança e boas práticas internacionais para garantir um ambiente seguro para os profissionais, que não poderiam trabalhar de casa pela natureza do serviço prestado, sabemos que o risco de contaminação ainda existe e só poderá ser reduzido a partir da vacinação”, afirmou a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha. Ela espera que o pedido seja atendido o quanto antes, pois juntamente aos caminhoneiros, portuários e aeroportuários – já inseridos entre os prioritários do PNI – os Operadores são atores imprescindíveis para a cadeia de suprimentos brasileira.
As considerações feitas pela ABOL foram reforçadas pelo corpo de conselheiros que forma o Brasil Export – Fórum Nacional de Logística e Infraestrutura Portuária, parceiro da Associação. Em carta encaminhada aos ministérios da Saúde e Infraestrutura, o grupo afirmou ser fundamental ampliar o leque de categorias contempladas como prioritárias no PNI.
Nesse sentido, eles apontaram práticos, agentes marítimos, vistoriadores de carga, despachantes aduaneiros, empregados em estaleiros, empresas de armazenagem, condomínios e operadores logísticos, profissionais que atuam na manutenção de rodovias e ferrovias, dentre outros.