A Ação Pró-Amazônia, formada pelas Federações de Indústrias dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, entregará hoje ao governo federal o mais amplo estudo já realizado sobre os gargalos logísticos da região. Para o evento, que ocorrerá na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, foram convidados autoridades dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, além dos ministros dos Transportes, do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de Minas e Energia, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e representantes da Secretaria dos Portos.
Realizado em parceria com a CNI, o estudo detalha as obras necessárias para facilitar o transporte de mercadorias na região, reduzindo os custos de escoamento da produção e aumentando a competitividade da Amazônia Legal. Intitulado Norte Competitivo, o trabalho, desenvolvido pela consultoria Macrologística, especializada em projetos de infraestrutura logística, contém um amplo diagnóstico e aponta soluções envolvendo todos os modais de transportes (ferrovias, hidrovias, rodovias, dutovias, portos e aeroportos).
Para obter o levantamento, portos, aeroportos, armazéns, hidrovias, ferrovias, dutovias e rodovias de uma região quase do tamanho da Europa foram mapeados e tiveram suas condições de uso analisadas, com a identificação das obras necessárias. Impacto no meio ambiente, possibilidade de integração regional e potencial de desenvolvimento socioeconômico também foram levados em consideração.
O estudo também contemplou o detalhamento de 16 cadeias produtivas compostas por mais de 50 produtos diferentes que representam 95% da produção da Amazônia Legal e 98% de tudo o que ela exporta/importa. Todas as cadeias tiveram os seus polos de produção mapeados e os seus fluxos de escoamento levantados, de forma a poder montar uma matriz origem-destino de cada fluxo de produtos da Amazônia Legal. Levantou-se também o custo logístico total para o escoamento destes produtos até a sua região de consumo.
Assim foram identificados 42 eixos de integração logístico com potencial para melhorar a infraestrutura de transporte da região. Desses, foram selecionados nove considerados prioritários, sendo quatro novos eixos e melhoria em outros cinco já existentes. "Já que não há verba suficiente para a execução de todas as obras, essa escolha é essencial para que sejam concentrados esforços nos eixos mais eficientes, que geram redução no custo logístico, com previsão rápida de retorno dos investimentos", explica Olivier Girard, sócio da Macrologística e responsável direto pelo estudo.
Para os nove eixos de integração seria necessário um investimento de R$ 14,1 bilhões, que seriam reembolsados em menos de quatro anos com a economia obtida, de R$ 3,8 bilhões anuais. Em 2008, os gastos totais com logística na Amazônia Legal alcançaram R$ 17 bilhões e chegarão a R$ 33,5 bilhões com o volume de produção previsto para 2020. Entre as obras consideradas mais urgentes, estão melhorias em rodovias como a BR 364 e Belém-Brasília, além da criação da hidrovia Juruena/Tapajós, que reduziria, por exemplo, em cerca de 40% os custos do escoamento da produção agrícola mato-grossense para Xangai, na China.
"Esse dado reforça a necessidade que temos de acordar para a urgência dos investimentos em infraestrutura. Somos um dos países mais competitivos do mundo em diversos produtos. No entanto, basta sair da fábrica ou da fazenda e já começamos a perder competitividade", afirma Girard.
Fonte: Diário de Cuiabá
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.