Alta do dólar deve elevar renda do produtor pelo 7º ano

A crise provoca retração em praticamente todos os setores da economia brasileira. Mas alguns continuam driblando esse cenário adverso.

Um deles é o agronegócio. O VBP (Valor Bruto da Produção), que reflete a renda do produtor, deverá atingir R$ 504 bilhões neste ano, 1% mais do que em igual período anterior.

O crescimento é pequeno, em relação ao desempenho dos últimos anos, mas mostra vigor ao registrar o sétimo ano seguido de evolução.

Há dez anos, esse valor era de apenas R$ 286 bilhões, conforme dados de José Gasques, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

Os principais produtos da pauta de exportação brasileira têm forte queda no mercado externo, mas há um aumento de preços em reais, devido à valorização do dólar. E essa alta do dólar vem dando fôlego aos produtores, principalmente os de produtos exportáveis.

O segmento de lavouras lidera a renda agropecuária no país e poderá somar R$ 327 bilhões neste ano. Há uma década, era de apenas R$ 187 bilhões. Além de preços melhores em reais, houve um aumento no volume produzido no ano passado.

Já a pecuária, onde o Ministério da Agricultura inclui bovinos, frango, suínos, leite e ovos, deve atingir um valor de produção de R$ 177 bilhões neste ano, ante R$ 98 bilhões de há dez anos.

Assim como no volume produzido, o valor de produção do setor agrícola está concentrado em poucos produtos. Apenas três deles -soja, cana-de-açúcar e milho- vão obter 64% de todo o VBP do setor de lavouras.

A soja, como ocorre todos os anos, é o destaque. No ano passado, Mato Grosso manteve a liderança, mas sem crescimento de renda, em relação a 2014.

Já Paraná e Rio Grande do Sul, devido ao clima favorável, tiveram crescimento de 11% e 17%, respectivamente.

Com isso, o valor de produção da soja subiu para R$ 38 bilhões em 2015 no Sudeste, 14% mais, enquanto o do Centro-Oeste permaneceu estável, em R$ 45 bilhões.

O milho, cereal que vem ganhando o mercado externo e atingiu recorde de exportações no ano passado, deve atingir R$ 38 bilhões neste ano, 7% menos do que em 2015.

No ano passado, as receitas somaram R$ 41 bilhões, com liderança de Mato Grosso (R$ 10 bilhões) e do Paraná (R$ 6,2 bilhões).

Fonte: Folha de S. Paulo


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