A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) insiste na necessidade de um programa eficiente de renovação de frota para retirar das ruas cerca de 230 mil caminhões com mais de 30 anos de idade, a maioria nas mãos de autônomos. “A intenção é sucatear 30 mil desses veículos a cada ano. No primeiro ano seriam mil, no segundo, 2 mil”, afirmou o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini, durante o workshop “Os Desafios da Legislação Automotiva 2016”, realizado segunda-feira, 14 por Automotive Business em São Paulo.
Pelo programa sugerido que se encontra em uma das muitas gavetas do governo, cada proprietário receberia crédito de R$ 30 mil para entregar seu caminhão, que seria sucateado. “Dinheiro para isso tem: aquele que é gasto hoje com a saúde pública em consequência de acidentes e da poluição do ar”, defendeu Saltini.
Programas de renovação testados em São Paulo (no porto de Santos), Minas Gerais e Rio de Janeiro até agora tiveram resultados pífios, com o recolhimento de menos de 300 caminhões em dois anos.
Segundo cálculos do Conselho Nacional do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Conama), um único caminhão com mais de 30 anos polui o equivalente a 40 atuais (Proconve P7).
Saltini também defendeu a implantação da inspeção veicular como forma de retirar de circulação veículos mais poluentes e inseguros e estimular o programa de renovação de frota. “Já disseram que a renovação esbarra no fato de caminhões com mais de 30 anos ainda terem bom valor de mercado, entre R$ 30 mil e R$ 50 mil. Se existisse uma inspeção restritiva esse valor seria zero, pois esses veículos seriam impedidos de circular”, ponderou. Ele recordou que, durante evento recente, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) entregou carta a um representante do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) pedindo prioridade na implantação de programas de inspeção e manutenção veicular.
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