Especialistas da armadora Maersk Line, líder mundial no transporte de contêinere, projetam crescimento nas operações apenas para o segundo semestre, após o trâmite político das reformas propostas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“Estamos cautelosos em relação a 2019. Muita coisa precisa acontecer no Brasil antes que a economia comece a se recuperar. As reformas propostas e o crescimento do emprego precisariam ser implementados antes que o consumo e as importações comecem a crescer novamente nos fundamentos reais”, afirmou o diretor-geral da Maersk para a Costa Leste da América do Sul, Antonio Dominguez.
Para o ano, a Maersk estima que as importações ficarão estáveis. A expectativa é de que o desempenho negativo no primeiro semestre seja equilibrado pelo crescimento do segundo semestre. Mas os volumes positivos não devem ser suficientes para uma marca positiva.
“Por enquanto, as importações só voltarão a subir no segundo trimestre, porque as empresas devem começar a contratar novamente e os varejistas também precisarão reabastecer os estoques esgotados. O Brasil ainda está muito longe de uma recuperação impulsionada pelo consumo”, destacou Dominguez.
Já as exportações devem crescer de forma modesta, mas constante, de 2% a 3% no ano. Isto vai acontecer em meio à falta de equipamentos e navios em oferta. Para que isso mude, investimentos em contêineres, por exemplo, serão necessários. Em 2018, o total de importações e exportações cresceu 4,9%. A previsão inicial da Maersk era de 3,5%.
Fonte: Portos e Navios