ARTESP e concessionárias se mobilizam na Campanha Setembro Verde para incentivar doações de órgãos

Com o objetivo de incentivar as doações de órgãos no Estado, a ARTESP – Agência de Transporte do Estado de São Paulo, com o apoio das 20 concessionárias que administram as rodovias paulistas, participa da campanha Setembro Verde. A iniciativa é uma parceria com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) para conscientizar a população da importância do gesto, principalmente diante do atual cenário pandêmico.

As ações de conscientização do Setembro Verde começaram nesta terça-feira (8) e vão até o dia 30. Desde então, as concessionárias exibem nos 388 painéis eletrônicos – distribuídos ao longo dos 10,8 mil quilômetros de rodovias concessionadas – as seguintes mensagens da campanha:

DOE ÓRGÃOS, SALVE VIDAS

AVISE SUA FAMÍLIA

Avisar os familiares sobre a intenção de ser um doador de órgão é essencial, já que no Brasil não há necessidade de documentar essa condição. Podem ser doados órgãos como rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e também tecidos, como ossos, tendões, pele, córneas e válvulas cardíacas. Um único doador pode salvar várias vidas. Atualmente, cerca de 40% das famílias se recusam a doar os órgãos de parentes, já que não foram comunicadas sobre a intenção anteriormente.

Por conta da pandemia, o número de doadores de órgãos caiu 6,5% no Brasil no primeiro semestre de 2020, em comparação ao mesmo período de 2019, segundo a ABTO. Essa redução prejudicou também os transplantes, que vinham crescendo gradativamente nos últimos anos.

“Este ano tem se mostrado atípico e com muitos desafios. Estamos diante de um momento em que precisamos somar esforços para que a conscientização para a doação de órgãos aumente. Por isso, juntamente com as concessionárias, vamos ajudar a reforçar a campanha Setembro Verde, divulgando mensagens de incentivo em todos os painéis das rodovias sob concessão do Estado de São Paulo. Doar órgãos é um ato de generosidade ao próximo e salva muitas vidas”, conta o diretor geral da ARTESP, Milton Persoli.

Segundo dados da ABTO, no primeiro semestre de 2020, foram realizados 8.897 transplantes. Desses, 3.632 são os chamados órgãos sólidos (coração, fígado, pâncreas, pulmão e rim), sendo que parte desse número envolve mais de um órgão. Os transplantes de córnea no mesmo período somaram 3.963 e os de medula óssea foram de 1.302. Entre os órgãos sólidos, os maiores índices de transplante são de rim (2.409).

“Entendemos o drama acarretado pela pandemia atual, mas vamos tentar não deixar a alma do transplante morrer, agindo com calma e prudência, lembrando que milhares de pacientes dependem da doação de órgãos e, consequentemente, dos transplantes para sobreviverem”, explica o presidente da ABTO, José Huygens Parente Garcia.

Cerca de 90% dos transplantes são realizados pelo SUS. Mesmo com esses números, as filas de espera ainda são bastante longas, devido ao baixo índice de doadores. De acordo com a entidade, a lista de espera para a doação de órgãos conta com 40.740 pessoas. O órgão mais aguardado é o rim, com um total de 26.678 pacientes.

No Estado de São Paulo, no primeiro semestre deste ano, foram realizados 2.680 transplantes, sendo 1.363 de córnea, 856 de rim, 351 de fígado, 60 de coração, 21 de pâncreas e rim, 19 de pulmão e 10 de pâncreas.

Atualmente, 17.379 pessoas aguardam por um órgão no estado, somando 13.211 que precisam de rins, 3.360 de córneas, 336 de fígado, 135 de coração, 107 de pulmão, 16 de pâncreas e 214 de pâncreas e rim, simultaneamente.

“A doação de órgãos pode salvar muitas vidas. Estas ações pelas rodovias concedidas do Estado de São Paulo visam lembrar e conscientizar a população quanto à importância deste gesto”, diz o Secretário de Estado da Saúde, Jean Carlo Gorinchteyn.

Por três anos, o estudante José Eduardo de Faria Lima Neto, 20 anos, ficou na fila esperando por um pulmão. Ele recebeu o órgão em abril de 2019 e diz que a doação salvou sua vida. Atividades como jogar bola, nadar e estudar, que antes fazia com dificuldades, foram retomadas após a cirurgia. “Hoje sou uma nova pessoa, a doação me deu uma nova vida. Sempre que posso, conscientizo e incentivo todos ao meu redor sobre esse ato de generosidade e amor”, afirma.