Associados do Cecafé conhecem lacre eletrônico inédito desenvolvido pela ABTTC

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) apresentou aos seus associados, na manhã desta quinta-feira (23), um projeto inédito no País sobre lacres eletrônicos em contêineres. Trata-se de um chip, desenvolvido pela Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC), para reduzir riscos na cadeia exportadora. O encontro ocorreu na sala de reunião da Associação Comercial de Santos (ACS).

“O Cecafé, como representante do setor exportador de café, quis mostrar como essa tecnologia registra todas as etapas por impulsos elétricos, evitando riscos de contaminação e dando transparência, por meio de apontamentos e biometria, às pessoas envolvidas”, disse o diretor-geral do Cecafé, Marcos Antonio Matos.

Para ele, a ferramenta pode ser muito importante para o Brasil. “O País está sempre à frente dos seus concorrentes. Somos o maior exportador, produtor e segundo maior consumidor de café. Por isso, temos destaque na questão de sustentabilidade e legislação ambiental. Processos como esse, que modernizam e reduzem riscos, são positivos como um todo”.

O projeto ainda está em fase de testes. E, por isso, neste primeiro momento, o Cecafé busca associados que queiram experimentar. “Estamos buscando um convênio com a ABTTC, de forma organizada e formalizada, para que cada associado possa participar individualmente a fim de dar o feedback do serviço. Afinal, são eles que conhecem todo o processo de exportação e podem dar um diagnóstico mais preciso”.

Outro ponto destacado pelo diretor é que a utilização dessa tecnologia é positiva tanto para o lado público como para o privado. “Não basta só o exportador se interessar pelo lacre eletrônico. O armador tem que ser considerado, os agentes públicos, a Anvisa, a Antaq e as autoridades portuárias. Enfim, é uma ação de várias frentes”.

Apresentação

O diretor-executivo da ABTTC, Wagner Rodrigo Cruz de Souza, explicou aos associados que a ferramenta já está em fases de testes com algumas empresas do Porto de Santos, desde julho de 2019.

“Alguns associados nos procuraram e reclamavam da vulnerabilidade no lacre do exportador. Então, criamos esse chip eletrônico para traçar todo o trajeto da carga. Quando o contêiner deixa o Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação (Redex) é feita a leitura do lacre e o mesmo ocorre quando a carga chega no operador portuário. Se nesse intervalo o lacre for violado, o problema será identificado”.

Wagner lembra que a Índia figurou entre os 10 principais países que melhoraram sua classificação no Relatório Doing Business 2019 do Banco Mundial após a implantação do chip eletrônico. Mas, explicou que a tecnologia implantada no Brasil tem um ‘plus’. “A Índia utiliza apenas um chip e vimos a necessidade implantar dois, por medidas de segurança. Dessa forma fica mais difícil burlar a tecnologia”.