Atacado tem bom resultado em dezembro e prevê crescimento em 2015

Dados preliminares do mês de dezembro mostram crescimento real de 11,35% sobre novembro, embora resultado em doze meses mostre queda de 1,89%. Expectativa para 2015, contudo, é de crescimento.

Segundo o levantamento do Banco de Dados ABAD/FIA, que traz os dados preliminares do crescimento das empresas atacadistas e distribuidoras, o setor apresentou crescimento real (deflacionado) de 11,35% em dezembro, na comparação com novembro. Contudo em relação a dezembro de 2013, a retração foi de 6,68%, enquanto o resultado acumulado no ano, de janeiro a dezembro, ficou em -1,89%.

Para o presidente da entidade, José do Egito Frota Lopes Filho, os números mostram que as vendas ganharam algum fôlego em dezembro, por conta das comemorações de fim de ano, mas que isso foi insuficiente para reverter o fraco resultado anual.  José do Egito pondera que o ano de 2014 foi atípico e bastante conturbado nos aspectos econômico e político, o que certamente influenciou as decisões de compra. Esse quadro também se reflete nas projeções para o PIB de 2014, que analistas situam entre -1% e 0,5%.

“A confiança do consumidor anda reduzida e o emprego dá os primeiros sinais de enfraquecimento. Nesse cenário, é natural que as famílias racionalizem o consumo; mas não é possível deixar de comprar produtos básicos como alimentos, limpeza doméstica e higiene pessoal. Isso significa que números que apontam crescimento negativo são temporários, devidos a uma base de comparação alta, alcançada em um período de euforia de consumo de itens alimentares e de cuidados pessoais mais sofisticados, o que hoje não condiz com a realidade”, acredita o presidente da ABAD.

Além disso, de acordo com a entidade, a projeção é de crescimento moderado para 2015, levando em conta pesquisas que apontam o crescimento nas vendas do varejo de vizinhança que possui entre um e quatro checkouts, justamente o segmento onde atuam os agentes de distribuição, em detrimento das grandes lojas.

Assim, a ABAD trabalha com um cenário em que as medidas econômicas do governo surtam efeito e onde o consumo de produtos mercearis se mantenha consistente, permitindo que crescimento do setor atinja algo entre 1,5% e 2%.

José do Egito lembra que os números definitivos do crescimento do setor serão conhecidos apenas depois de realizado o levantamento anual Ranking ABAD/Nielsen, que é divulgado no fim de abril.

“O Banco de Dados mensal nos dá uma prévia, é um dado útil para os gestores do setor; mas aguardamos os números do Ranking, que trabalha com uma amostra maior e pode resultar em uma melhora no índice de crescimento do setor”, diz o presidente da entidade.