Em um ano, como o de 2016, em que o segmento de empilhadeiras ficou bastante prejudicado, a negociação de baterias tracionárias também ficou estagnada. Agora, os representantes do segmento esperam um crescimento, mas somente no segundo semestre.
Após enfrentar um 2016 difícil, o segmento de baterias estacionárias, a exemplo de muitos outros, espera um 2017 “mais fácil”. O otimismo não é a dominante, mas há um consenso de melhora – mesmo que no longo prazo.
“As projeções para o ano de 2017 ainda são instáveis, mas ainda tenho esperanças que no ano teremos um crescimento pequeno, a partir do segundo semestre, pelo fato de as empresas focarem a eficiência energética e sustentabilidade ecológica e melhora nos sistemas de trabalho”, aponta Bruno Verissimo, gerente comercial da JLW Eletromax (Fone: 19 3491.6163).
Ele também acredita que o grande fato que poderá influenciar no crescimento ou não do setor será o desenvolvimento da crise política do país. “Também necessitamos que novas empresas venham a se instalar no país e que as empresas já aqui instaladas venham cada vez mais investir em tecnologia de ponta, otimizando, assim, sua operação e melhorando cada vez mais seu custo operacional”, aponta Verissimo.
Edson Costa, gerente de vendas da Exide Technologies do Brasil (Fone: 11 5098.3590), também acredita que o mercado de empilhadeiras deve ter uma pequena retomada a partir do segundo semestre, o que irá gerar um impacto positivo para o mercado de equipamentos novos. No caso de reposição, Costa entende que seguirá estável, em função das renovações de frota e projetos de manutenção.
“Sem dúvida, o principal indicador deverá ser a retomada da economia e confiança do consumidor e empresários. A taxa SELIC deve retornar para o patamar de um dígito, o que diminui a pressão nos juros e melhora o financiamento e retomada de crédito para as empresas. A crise política também contribui para a instabilidade na indústria, então entendemos que 2017 será mais um ano de muita cautela e preocupações”, diz o gerente de vendas da Exide.
Outro representante do segmento que acredita na retomada da economia somente no segundo semestre é Antonio Donizetti Mazzetti, diretor da Matrac Comércio e Serviços (Fone: 11 2905.4108). E de maneira bastante gradativa. “As empresas estarão recuperando o fôlego financeiro e terão um volume maior de produção, mas sem investimentos num primeiro momento, o que deve acontecer pra valer somente no próximo ano.”
Ainda de acordo com Mazzetti, o governo terá que continuar com sua proposta de baixar os juros, assim como retomar a discussão da reforma fiscal e trabalhista para que o empresariado sinta-se bem confortável em aplicar seus recursos em investimentos, visando otimizar sua produção.
Caso contrário – acredita o diretor da Matrac –, o momento que estamos atravessando, que é de extrema cautela, deverá perdurar por muito mais tempo, mantendo os índices de crescimento estagnados ou até em declínio.
Érica La Vecchia, gerente comercial de baterias tracionárias da Acumuladores Moura (Fone: 81 3411.1447), também acredita na retomada do crescimento do país – “continuamos otimistas com o mercado. Não estamos enxergando barreiras que venham a atrapalhar os negócios do Grupo para 2017, e reforçamos que a retomada do crescimento econômico do país será o grande motivador para nossos negócios”.
Já Wilken Davidson Drumond e Andréa Lourenço Drumond, diretores da AWM Manutenções Elétricas (Fone: 31 3422.7842), acreditam que 2017 será parecido com 2016, de regularidade. Somente se comprará o necessário com raríssimas exceções, e investidores terão que trabalhar com muita qualidade, observando a variação que acontece em cada empresa. Os momentos vão se alternar e por isso promoções e grandes oportunidades surgirão a todo o momento em todo país, e na velocidade em que se inicia, também se acaba. “Quem estiver atento e com capital de giro poderá fazer grandes negócios e se fortalecer no mercado. Empresas que tiverem estoques e um bom preço terão uma vantagem muito grande neste ano de 2017 – o capital de giro e um bom gestor serão os grandes diferenciais do mercado.”
Com referência aos fatos que, em 2017, podem influenciar no desempenho do setor de baterias tracionárias para empilhadeiras, Drumond e Andréa acreditam que neste ano acontece uma mudança que será percebida positivamente em todo o mercado, inclusive no de baterias e empilhadeiras: é a livre negociação que as operadoras de cartões de crédito ganharam para aquecer as vendas. “Com certeza, isto irá refletir em todo o mercado nacional, que irá buscar novas formas de negociar, e isto vai trazer aquecimento para as empresas que se estruturarem. Outro lado positivo é que 2016 nos preparou pra suportar a crise, pronto já passou! 2016 virou sua página. Empresários otimistas não se apegam a crise, e preparamos a empresa para grandes conquistas em 2017, e posso garantir que uma grande maioria de empresários também vai apostar nessa mudança que irá influenciar positivamente o mercado de baterias tracionárias e empilhadeiras”, relata Andréa.
Ano difícil
Este pequeno entusiasmo com relação ao desempenho do setor tem a ver, como já dizemos, com os resultados de 2016.
“2016 não foi bom para o mercado intralogístico, as empresas por si só tiveram o foco voltado para a sobrevivência do que ao investimento em novos equipamentos. Tivemos um ano cheio de altos e baixos, reflexo baseado em alguns projetos novos que surgiram por conta de projetos elaborados antes da crise”, conta o gerente comercial da JLW Eletromax.
Mazzetti, da Matrac, também diz que 2016 não foi bom pra ninguém desse mercado. O segmento de baterias tracionarias é o primeiro a perder com a economia em declínio, pois alimentam empilhadeiras elétricas, que são responsáveis pela movimentação e armazenagem de materiais nos diversos setores de nossa economia.
“Em função da crise que assola nosso país – continua o diretor da Matrac –, o volume de materiais movimentados diminuiu assustadoramente. Logo, as empilhadeiras operam com menos turnos de trabalho, quando não estão paradas. Consequentemente, as baterias não dão defeito e nem necessitam substituição, além dos usuários estarem com suas verbas reduzidas para investimentos, optando por sacrificar as baterias em boas condições de operação. O aspecto positivo é que será o primeiro segmento a ser acionado com a recuperação da economia brasileira. Porém, acreditamos que se dará apenas a partir do segundo semestre desse ano, e de maneira bastante gradativa.”
Drumond, da AWM Manutenções Elétricas, também relata as dificuldades do ano passado – mas vê, também, o lado positivo. Segundo ele, 2016 foi realmente revelador, um ano de crise política e que acabou dominado pelo pessimismo e incerteza, um ano que dificultou novos investimentos em todo o território nacional, mas foi bom para quem não usou a crise para atribuir uma má administração e seus resultados revelaram empresários e investidores que, ao invés de ficarem questionando a origem ou quando iria terminar a crise, saíram de trás da mesa para buscar redução de custos, desperdícios, melhores resultados e novas parcerias. “Garanto que quem correu atrás de novas estratégias, assim como eu e minha sócia Andréa, começou o ano comemorando os resultados e planejando um primeiro semestre de muitos serviços e grandes contratos”, diz ele.
Érica, da Acumuladores Moura, também diz que 2016 foi de muitos desafios para a empresa, mas representou uma oportunidade de expandir ainda mais sua gama de clientes nos mais diversos segmentos do mercado. “Mesmo sob a influência de uma recessão econômica que assolou o país, alavancamos nossos resultados e consolidamos a força da nossa marca também no ramo de baterias industriais”, diz a gerente comercial de baterias tracionárias.
Resultados positivos também alcançou a Exide. O gerente de vendas da empresa entende que o ano de 2016 foi de encolhimento no segmento de baterias tracionárias, devido à redução do mercado de empilhadeiras e veículos industriais novos. “Em relação ao mercado de reposição, cremos que se manteve estável, as trocas programadas foram mantidas, a reposição preventiva e corretiva aconteceu em ritmo normal. Para a nossa empresa, foi um ano positivo e de crescimento em relação ao ano anterior, entendemos que a principal razão para nosso crescimento se deve ao investimento em novos canais e a conquista de participação de mercado”, conclui Costa.
Produtos e novidades
Acumuladores Moura – A sua divisão de baterias tracionarias atinge toda gama de equipamentos elétricos de movimentação, com capacidades partindo de 110 Ah até 1.750 Ah, podendo customizar qualquer produto de acordo com a necessidade do cliente. As aplicações de seus produtos vão desde lavadoras de piso, rebocadores, maquinas de movimentação de carga até o segmento metroferroviário.
AWM Manutenções Elétricas – Oferece uma linha completa de peças e serviços no segmento de baterias tracionárias. Uma das novidades é o transporte especializado para baterias elétricas chumbo-ácidas, trazendo segurança fiscal aos clientes da empresa. A AWM ainda oferece uma linha completa de baterias Hawker Perfect Plus e toda linha de carregadores tracionários KM Carregadores. Como novidades, a empresa cita a parceria com a JLW Eletromax e a que traz ao Brasil as baterias de li-Ion F04 (fosfato de ferro) com 5.000 ciclos e que dispensam abastecimento de água e salas de baterias, segundo a empresa. Trabalham até três turnos com carregamento rápido e sustentabilidade ecológica que não agride o meio ambiente.
Exide – Oferece uma extensa linha de baterias chumbo-ácidas, como baterias padrão DIN (Europeia) com placas tubulares de 120 Ah a 1.682 Ah e baterias padrão BS (Americana) com placas planas ou tubulares de 90 Ah a 1.870 Ah aplicadas em empilhadeiras, transpaleteiras e veículos industriais elétricos em geral. Conta, ainda, com a linha de baterias monobloco nas versões ventilada, gel e AGM, aplicadas em lavadoras de piso, rebocadores, plataformas de elevação, etc. “Trazemos como inovação as baterias Ion Lithium com 8.000 ciclos de vida e recarga total em aproximadamente 02h30min, além da linha Tensor (chumbo ácido), indicada para aplicações de uso severo, em câmaras frias e fast charge/opportunity charge”, diz o gerente de vendas da empresa.
JLW Eletromax – Fornece as baterias de lítio JLW, que podem trabalhar em até três turnos consecutivos sem precisar ser substituídas. Além disso, não necessitam de equipamentos de manipulação para troca, nem de salas de bateria, reduzindo a zero o custo de manutenção. Verissimo, gerente comercial da empresa, também diz que estas baterias podem ser carregadas em duas horas na própria empilhadeira e consomem 30% menos energia durante o processo, em relação à bateria de chumbo ácido. Outras características da bateria de lítio são a ausência de efeito memória e a não emissão de gases tóxicos, diminuindo o custo operacional com pagamento de periculosidade. Também não utilizam água, pois são totalmente seladas.
Matrac – A Matrac está fechando parceria com um grande fabricante europeu, para distribuir suas baterias tracionárias no Brasil. As negociações estão sendo finalizadas e o mercado será comunicado oportunamente. “A opção de buscarmos produto fora do Brasil deu-se para que pudéssemos oferecer baterias tracionarias de excelente qualidade e com baixíssimos índices de defeito, muito próximos a zero”, revela o diretor da empresa.