Um acidente com um ônibus elétrico, que derrubou dois postes feitos em 1930, e as fortes chuvas da tarde de ontem causaram enormes transtornos para os motoristas nos bairros e no Centro da Capital. Às 13h45m, o ônibus da linha 4113 (que liga a rua Gentil de Moura à Praça da República) atravessou o Viaduto do Chá, repleto de carros e pedestres nesse horário. Mas as hastes que ficam no teto se soltaram dos cabos que transmitem energia elétrica para o veículo.
Com o trólebus ainda em movimento, as hastes se se prenderam aos fios que davam sustentação aos cabos com energia que, por sua vez, estavam fixados nos postes – um de cada lado da pista. Desta forma, o ônibus arrastou os dois postes, que, recuperados, foram ali instalados na década de 80. Um deles caiu no calçadão e o outro ficou pendurado a poucos metros da pista. Ninguém se feriu.
"Eu só ouvi o barulho e depois o grito das pessoas", disse o motorista José Ferreira dos Santos, de 49 anos, que levava dez passageiros no momento do acidente. "Agradeço a Deus por estar vivo. "Além da queda dos dois postes, os fios que caíram na pista estavam eletrificados. Santos disse que, apesar do acidente, se sentia "abençoado" porque ninguém se feriu no acidente no Viaduto do Chá. "Estou nesta linha há dez anos e nunca vi nada igual", acrescentou ele.
A dona da banca de jornal Viaduto do Chá, Rosália Amaral Fernandez, assustou-se com o que viu e ouviu na hora do acidente. "Além do estrondo, vi faíscas sobre o ônibus", contou ela. Uma mulher teria caído na calçada na tentativa de se afastar dos postes. O acidente causou, porém, sérios prejuízos a Rosália. Com a passagem de pedestres e o trânsito interrompidos no Viaduto do Chá, ela não vendeu nenhum jornal ou revista na tarde e no início da noite de ontem, mesmo sendo o primeiro dia útil da semana do Natal. "Quero saber quem vai pagar meu prejuízo", disse ela.
A assistente-administrativo Lilian da Silva, de 32 anos, que se dirigia à rua 25 de Março na tarde ontem, culpou o poder público pelo "descaso" com a manutenção dos postes. O acidente ocorreu quase em frente à sede da Prefeitura. Já a freira Diva Neves Pereira, de 51 anos, que olhava curiosa o trabalho de retirada dos postes, afirmou que não se deve buscar culpados. "A cena é chocante, mas erros acontecem", disse ela.
Chuva
O forte temporal da tarde de ontem provocou alagamentos em diversos pontos da cidade e em municípios da Grande São Paulo. Na Capital, às 19h10, 43 pontos de alagamentos foram registrados pelo Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE). Além disso, o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, permaneceu fechado para pousos e decolagens por volta das 15h30. Ao todo, dez vôos foram cancelados ao longo do dia por causa do mau tempo. Às 20 horas, os engarrafamentos na cidade chegavam a 116 quilômetros, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Entre 14h30 e 15h30, o Corpo de Bombeiros recebeu cinco chamados de pessoas em carros parados em meio à água, sobretudo na zona norte, e dois de crianças e idosos ilhados em residências, na rua Mangarás, no Jaçanã, e na rua Guaracininga, no Carandiru. Os trens do Metrô circulavam com velocidade restrita. Os da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos operavam normalmente.
Fonte: Diário do Comércio
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.