O ano de 2023 foi um marco de números expressivos para a exportação brasileira de grãos nos portos da Amazônia. Segundo dados da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (AMPORT), o setor exportou uma quantidade superior a 51 milhões de toneladas, um crescimento de aproximadamente 22% em comparação a 2022. O número ainda acompanha a crescente nacional, que teve um aumento de 29,4% de volume escoado de soja e milho ante o ano anterior, conforme anunciou o Ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
“Tivemos um ano seco em nossa região, mas, mesmo assim, alcançamos 37% do total de granéis agrícolas exportados pelos portos brasileiros, enquanto em 2022 foram 34%. A bacia Amazônica e os portos de nossa região são fundamentais para escoamento de grãos do Brasil e mostram seu potencial a cada ano, o que credencia à logística adotada receber melhores investimentos”, observa Flávio Acatauassú, presidente da AMPORT.
Os dados da associação sobre a movimentação no Arco Amazônico reforçam o potencial de expansão da atividade nos próximos anos na região, que também deve ser foco de melhorias por parte do Governo Federal para alavancar ainda mais as estatísticas. De acordo com o ministro Silvio Costa Filho, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê R$ 14,5 bilhões em novos arrendamentos de complexos portuários entre 2023 e 2026.
Além do montante do PAC, ainda serão investidos R$ 639 milhões apenas em 2024 para portos e hidrovias evoluírem o escoamento da safra brasileira de grãos. Para Acatauassú, as melhorias podem elevar ainda mais o nível de produtividade no setor. Atualmente, os portos de Itacoatiara, Santarém, Santana, Barcarena e São Luiz têm capacidade para exportar mais de 58 milhões de toneladas de granéis vegetais por ano, enquanto os planos são de chegar aos 100 milhões anualmente até 2030.
“Essa estimativa é para atender a demanda crescente que vemos no mercado. O Brasil é referência mundial em exportação, então, precisamos continuar crescendo, sempre de forma estratégica e sustentável, para manter esse movimento ascendente que temos tido nos últimos anos”, complementa o presidente da AMPORT.
Entre os estados que fazem parte do Arco Amazônico, o principal destaque foi o Pará, especialmente pela infraestrutura do complexo portuário de Barcarena. A localização estratégica proporciona maiores profundidades de saída para o mar e, consequentemente, permite maiores volumes nas embarcações.