Cinco grupos seguem na disputa pelo Tecon, da CSN

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) escolheu cinco entre dez propostas para seguirem na disputa pela compra do Sepetiba Tecon – o terminal de contêineres que a empresa explora no porto de Itaguaí (RJ). Continuam no páreo a gigante mundial de operação portuária PSA, de Cingapura; a chilena SAAM; a Terminal Link (ligada ao armador francês CMA CGM); e as brasileiras Santos Brasil e Multiterminais, apurou o Valor.

Procurada, a CSN não se pronunciou até o fechamento desta edição. Até meados de março devem ser enviadas as propostas firmes pelas interessadas em assumir o Sepetiba Tecon.

Conforme o Valor adiantou, dez empresas fizeram ofertas não vinculantes (que podem ser ajustadas). Entre elas a LOGZ, gestora de ativos portuários, e a Wilson Sons, operadora logística.

Uma empresa contratada pela siderúrgica do empresário Benjamin Steinbruch avaliou o Sepetiba Tecon entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão.
O montante leva em conta que o contrato de arrendamento do terminal será renovado pelo governo por mais 25 anos, processo ainda em análise na Secretaria de Portos (SEP).

A venda do terminal integra um esforço da CSN para reduzir o endividamento. Além do terminal de contêineres foram colocadas à venda participações em duas hidrelétricas, a fatia de 17% no capital total da Usiminas e as ações excedentes da ferrovia MRS Logística. Os bancos Goldman Sachs, Credit Suisse, Bradesco e Banco do Brasil foram contratados para negociar os ativos.

O terminal tem área de 400 mil metros quadrados e 810 metros de cais. A capacidade anual de movimentação é para 650 mil Teus (contêiner padrão de 20 pés). Em 2014, o terminal escoou cerca de 247 mil Teus, queda de 30% sobre o exercício anterior.

O Sepetiba Tecon é considerado estratégico por não ter restrição de calado, o que faz dele um potencial “hub port”, assim chamados os portos concentradores das grandes linhas internacionais de navegação. Como os grandes navios não têm condições de entrar em todos os portos, escalam apenas alguns deles, os concentradores, de onde as cargas são redistribuídas em navios menores para seus destinos finais, no caso das importações. Na exportação, ocorre o afluxo de cargas de portos menores para os concentradores.

Com a inauguração da expansão do Canal do Panamá, prevista para abril, a estimativa é que será acelerada a vinda para a América do Sul de embarcações maiores.

Após a inauguração em 2014 do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, o acesso rodoviário a Itaguaí melhorou, agregando mais valor ao Sepetiba Tecon.

Outro benefício do terminal é que ele está afastado da área urbana, uma vantagem sobre seu vizinho fluminense, o porto do Rio, onde há um problema adicional: restrições do canal de navegação que limitam o tamanho dos navios habilitados a entrar no porto.

A Multiterminais, uma das interessadas no terminal, opera uma instalação no Rio. Assim como a Libra, que chegou a estudar o ativo, mas não fez oferta de compra.

Empreendedores avaliam que, apesar da crise, que afeta os volumes de cargas, investir no setor é uma aposta de longo prazo.

Fonte: Valor Econômico


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