A Autoridade Portuária em Santos, Codesp, está formando massa crítica para exigir melhor produtividade na operação do sistema ferroviário do porto, modificando inclusive contratos vigentes. Pelo menos uma das operadoras, a ALL, concorda com a adoção de melhores índices de produtividade. O diretor de Infra-Estrutura e Serviços, Paulino Moreira Vicente, disse nesta terça-feira (11) que está em curso a contratação de um estudo operacional para embasar, inclusive mudanças contratuais. "Temos a perspectiva de que até o final do mês se tenha este contrato assinado", afirmou.
Tema abordado durante reunião periódica do Comitê de Logística, com a participação das empresas, o Relações Corporativas da América Latina Logística – ALL, Maurício Pinheiro, não só defendeu o estudo, como disse que vai ao encontro de uma reivindicação da própria empresa. "No começo deste ano entramos com o pleito de aumento de trens-tipo no Porto de Santos, o que é imprescindível para o aumento da movimentação ferroviária e até para a diminuição de caminhões, dando uma melhor acessibilidade a todo mundo", disse, acrescentando que o estudo vai diagnosticar problemas com os terminais. "Os terminais têm hoje um modus operandi. A quantidade de vagões vem aumentando e é importante que este estudo seja feito o mais rápido possível", afirmou.
A pressa da empresa, que divide a operação em Santos com a Portofer, é real e tem motivo. Segundo Paulino Vicente, a movimentação ferroviária é recorde. "Até setembro era 19% do movimento do porto inteiro. A perspectiva do ano passado é de 12% a 13%. Então, têm um crescimento real na ferrovia e os dados que se colocam para novembro e dezembro são de crescimento da ferrovia, até por conta das informações do açúcar", afirmou.
Conforme o diretor da Codesp, o levantamento que está sendo contratado permitirá planejar melhor o futuro. "Nós queremos ver como será o crescimento da ferrovia nas duas margens, estudar as demandas que teremos, bem como analisar os contratos existentes, vendo os índices de produtividade, o que pode ser aperfeiçoado no que diz respeito, por exemplo, a tempo: tempo médio de reposição de descarregamentos, número de descarregamentos, o tempo de espera de vagões no Porto de Santos…", detalhou. Segundo ele, são questões que precisam ser aprimoradas. "Queremos um estudo operacional ferroviário para poder alavancar mudanças, inclusive contratuais, nos contratos com a Portofer e ALL".
Maurício Pinheiro, da ALL, afirmou que com a Avenida Perimetral da margem direita, em construção, a movimentação ferroviária já será "muito auxiliada". Segundo disse, há nas áreas do porto uma quantidade muito grande de passagens de nível e existe falta de respeito efetivo às sinalizações, causando acidentes e atrasos. "No dia 29, ficamos da 0h40 às 7h40 parados, o porto inteiro parado porque um caminhão, mesmo ouvindo o apito do trem, cruzou a linha e foi pego pela locomotiva. Ficou tudo parado durante sete horas e o terminal esperando o vagão para fazer a descarga. É uma bola de neve, um acaba atrapalhando o outro".
Sobre a produtividade dos terminais, Pinheiro disse considerar um tema importante. "Hoje, nós temos terminais com grande capacidade de escoamento, mas não tão grande quanto na margem esquerda, que são terminais mais modernos. A modernização dos terminais e a própria fiscalização com este estudo será muito importante. Tem terminais com performances muito boas do lado de cá (margem direita), com vibradores de vagões para acelerar o processo de retirada de material. O estudo vai ser muito importante para todo mundo".
Fonte: Revista Santos Modal
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.