Com estímulo, movimentação do Porto de Fortaleza pode crescer 10%

Os incentivos previstos pelo Governo Federal para a cabotagem (navegação entre portos do mesmo país) poderá, já num primeiro momento, incrementar em 10% a movimentação no Porto de Fortaleza desta modalidade. Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro assinou projeto de lei batizado “BR do mar”, que muda regras de navegação com o objetivo de modernizar e aumentar o total de carga movimentado pelo setor.

Hoje, cerca de 60% das cargas chegam ao terminal fortalezense por navegação de longo curso e 40% por cabotagem. “O Governo Federal está buscando reduzir os custos do transporte e isso abre um nicho de mercado diferente para o Porto de Fortaleza”, diz Mayhara Chaves, diretora-presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC).

Embora o Porto tenha um perfil mais voltado para a navegação de longo curso, com destaque para exportação de frutas e importação de trigo, o incentivo à cabotagem poderá diversificar os tipos de cargas movimentadas na modalidade, concentrada no segmento de combustíveis que chegam de outros estados.

Hoje, apenas 10% dos contêineres são movimentados por cabotagem. “(Essa medida) abre a possibilidade de os nosso clientes fornecerem esses serviços para outros estados por conta da redução de custos”, diz Mayara.

Para Larry Carvalho, especialista em Direito Marítimo e sócio da Promare Consultoria, a cabotagem é uma das modalidades “mais lógicas” para o Brasil, e deverá beneficiar o Porto de Fortaleza pela expertise na movimentação de contêineres. “Temos mais de 8,5 mil quilômetros de costa. Além disso, 80% da população brasileira vivem a até 200 quilômetros do litoral e a maior parte da nossa indústria está concentrada perto do mar, fortalecendo nossa vocação para a cabotagem”, diz.

Cadeia logística

No mesmo sentido, Rômulo Holanda, analista de exportação da Frota Aduaneira, destaca que o incremento de rotas de cabotagem poderá fomentar toda a cadeia logística da Capital. “Esse incentivo é um atrativo muito importante para o Porto conseguir mais rotas de cabotagem e isso irá agregar muito não só para o porto, mas para os clientes”.

Fonte: Diário do Nordeste