Com a expansão digital, shopping centers se tornam hubs logísticos para o varejo

Shopping como hub logístico

A tecnologia já faz parte do dia a dia dos consumidores, mas, com a pandemia, toda a transição para os meios digitais foi intensificada. Isso não foi diferente no setor de shopping centers, que vem se adaptando a uma nova realidade e ao novo perfil de consumo dos brasileiros.

A abertura para o e-commerce resulta em conveniência para os clientes e transforma o papel dos empreendimentos no varejo e na logística.

Para Mauricio Romiti, diretor administrativo e financeiro da Nassau Empreendimentos, empresa que atua há mais de 30 anos no mercado de shopping centers no Brasil, a tecnologia é uma grande facilitadora no processo de compra — e, com a pandemia e as restrições de funcionamento dos shoppings em todo o País durante meses, ocorreu, segundo ele, a “inevitável abertura para o e-commerce”.

A projeção de Romiti é que os shoppings passem a assumir de forma cada vez mais intensa sua posição de “hub logístico”, em especial as redes de lojas mais estruturadas e com filiais em diversas cidades.

Devido à boa localização dos empreendimentos dentro das cidades e à diminuição dos custos logísticos, Mauricio acredita que nem todas as vendas que ocorrerem nos shoppings serão geradas nas lojas físicas, assim como nem todas as vendas geradas nos shoppings serão finalizadas lá: “É uma nova dinâmica de consumo”, afirma.

Transformações no setor

Com a intensa digitalização das compras, especialmente no último ano, o perfil dos consumidores já não é mais o mesmo.

“Provavelmente nenhum setor será mais o mesmo nos próximos anos, e os shoppings não fogem disso. Hoje em dia, é quase inconcebível que alguém faça uma compra sem comparar os preços online, e as consequências desse hábito são profundas”, diz Romiti.

Para o diretor, o mercado brasileiro sempre teve certa relutância com o meio digital, e acredita que, sem o fechamento do comércio, esse movimento teria demorado mais para acontecer. “Futuramente, acredito que veremos uma evolução para um formato de loja show room, nas quais as próprias marcas dos produtos terão envolvimento mais direto com o consumidor final. É quase um instrumento de marketing direto, sentindo os anseios do consumidor real”, finaliza.