Comércio exterior atinge US$ 607,7 bi em 2022, maior valor da série histórica

O comércio exterior brasileiro registrou transações recordes em 2022. A despeito de todos os desafios enfrentados ao longo do ano, como os impactos da Covid-19 e, sobretudo, a Guerra na Ucrânia, o Brasil movimentou em importação e exportação aproximadamente US$ 607,7 bilhões em 2022, registrando um crescimento de 21,5% em relação a 2021 – o maior valor da série histórica, iniciada em 1989, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior mapeados pela Vixtra. Com o resultado, o país registrou um superávit de US$ 61,3 bilhões no ano passado. 

“O resultado expressivo demonstra a força e a resiliência do comércio exterior brasileiro no cenário global. Em meio ao cenário instável, aumento de custos e outros incidentes, mantivemos um fluxo constante, aumentando a venda de outros produtos, em especial commodities, principalmente para outras nações e continentes, e isso foi crucial para que alcançássemos esse resultado”, explica Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra. 

Na comparação mensal, o Brasil também obteve bons resultados. Em dezembro último, o país registrou US$ 21,9 bilhões em importações, crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2021. No acumulado anual, o patamar ficou em US$ 272,7 bilhões (aumento de 24,3% em relação ao ano anterior). O destaque foi para as importações vindas dos Estados Unidos, que aumentaram 30,3% em 2022, totalizando US$ 51,3 bilhões. 

Já quanto aos setores, tivemos aumento na Indústria Extrativa, que cresceu 29% e somou US$ 2 bilhões, Indústria de Transformação, com 12,1% e US$ 19,3 bilhões, e Agropecuária, com 6,7% e US$ 500 milhões em dezembro 2022. 

Por outro lado, as exportações também cresceram no período. Em dezembro, elas alcançaram US$ 26,7, crescimento de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2022, o patamar ficou em US$ 335 bilhões (aumento de 19,3% em relação a 2021). Destaque para a União Europeia com crescimento de 39,6% em 2022, e que registrou US$ 51 bilhões. 

Para Baltieri, levando em conta os obstáculos que ocorreram ao longo do ano, os resultados são ótimos para o Brasil, mas o país precisa seguir trabalhando no fortalecimento de suas relações comerciais com outras nações e na diversificação de suas relações comerciais para seguir crescendo. 

“Ainda há muito espaço para o comércio exterior brasileiro, mas é necessário um estreitamento de relações com outros países com os quais nosso mercado tem sinergia. Além disso, o fechamento de acordos comerciais de livre comércio, caso do acordo Mercosul-União Europeia, podem ser boas opções para elevar o comércio brasileiro”, prossegue.  O executivo conclui, destacando que, em vista de todas as opções que o país tem para aumentar seu comércio exterior, é importante trabalhar também na diversificação comercial de suas relações para seguir competitivo. “O Brasil, até pelo seu tamanho, é muito relevante na arena internacional. Por isso, e para alcançar o mesmo nível de importação e exportação em relação ao PIB dos países desenvolvidos, precisa atuar para ter uma diversidade maior de parceiros comerciais. Além disso, também é importante investir em infraestrutura tecnológica e simplificação de acesso a crédito para que as empresas consigam ampliar suas compras e vendas com crédito acessível e mais eficiência, maximizando sua produtividade e resultados”, conclui.