O governo tem conversado com as atuais concessionárias de ferrovias para negociar uma proposta de prorrogação de seus contratos, que começam a vencer em 2026. A negociação antecipada é vista como uma forma de planejar investimentos no setor, com obras que permitam ampliar a capacidade de tráfego dos trechos, além de abrir espaço para a construção de novos pátios, duplicações e ramais. Em troca das obras, as concessionárias ficariam mais anos à frente de seus trechos.
Em junho, quando anunciou a nova fase de seu pacote de concessões, o chamado Programa de Investimentos em Logística (PIL), o governo estimou que essas intervenções podem atrair investimentos de até R$ 16 bilhões no médio prazo. A medida é bem vista pelas concessionárias.
“Esse plano de revitalização a partir das atuais concessões é aguardado pelo setor. É fundamental que essa negociação avance para que haja melhoria da malha existente”, diz Rodrigo Vilaça, diretor executivo da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros (ANPTrilhos).
As ferrovias são o calcanhar de aquiles no plano de concessões do governo. Há mais de três anos – em agosto de 2012 – foi anunciada a concessão de 11 mil quilômetros de malha ferroviária País afora, um gigantesco volume de obras que atrairia, à época, R$ 99,6 bilhões em investimentos. Nenhum metro de ferrovia foi concedido até hoje, por conta de sucessivas mudanças de propostas e dificuldades de se estruturar um modelo de negócios que atraísse o empreendedor.
“Essas alternâncias de planos afastaram o investidor, que ainda hoje espera uma proposta mais consolidada e convincente. Há um certo desdém com o setor, mas acredito que há espaço para que as concessões avancem, agora que se busca um modelo mais centralizado de operação das ferrovias”, afirma Vilaça.
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