Crise já derrubou exportações em 7,5%

A queda de 7,5% na média diária de exportações em outubro, ante setembro, é apenas um primeiro impacto da crise no comércio exterior brasileiro. Reflete basicamente a queda nos preços e quantidades das commodities exportadas pelo País, como petróleo e minérios. Em dois ou três meses, os números começarão a mostrar efeitos de outros problemas dos exportadores, como a dificuldade de obter crédito e a retração dos mercados consumidores, como Europa e Estados Unidos.

Poderá vir, ainda, uma terceira onda negativa sobre as vendas do Brasil: o encolhimento dos mercados sul-americanos cujas receitas dependem fortemente da exportação de produtos básicos, como Equador, Peru e Chile. Vendendo menos, esses países também tenderão a consumir menos.

Essa é a avaliação do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Ele estima queda de US$ 20 bilhões nas exportações em 2009. "No ano que vem, teremos um primeiro trimestre difícil para a balança comercial. Não descarto ocorrer algum déficit."

Visto isoladamente, o resultado da balança comercial de outubro, divulgado esta semana pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é forte: exportações de US$ 18,512 bilhões, recorde para o mês de outubro, e importações de US$ 17,305 bilhões, também o maior valor para o mês. A comparação com setembro, mês anterior ao agravamento da crise, é que mostra sinais de deterioração.

 

Fonte: Revista Santos Modal


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