Norival Geraldo Capassi – Graduado em administração, com MBA em gestão pela FESP do Paraná e pós-graduado em Marketing também pela FESP. Sua especialização está no segmento de VNA (Very Narrow Aisle) – projetos para corredores ultraestreitos. É gerente Estratégia de Equipamentos Elétricos da Hyster-Yale Group.
O futuro já começou, quando falamos em movimentação de materiais. As grandes questões neste cenário são: a falta e o custo do espaço e o alto grau de confinamento dos milhões de metros quadrados em armazéns espalhados pelo mundo.
No Brasil esta história não é diferente, ainda mais com o aquecimento dos “Atacarejos” que vêm exigindo do mercado fabricante de empilhadeiras e paleteiras soluções inteligentes, mas que, ao mesmo tempo, sejam robustas e não poluentes.
O armazenamento vertical é uma tendência já difundida em nosso país, dado o alto custo do metro quadrado construído para armazenagem e de nosso limitado modal de transporte. Por isso é tão importante e fundamental pensarmos em equipamentos que conciliem alta capacidade, agilidade na tração e elevação, robustez, movimentações suaves e, principalmente, tecnologia suficiente que tornem “sutil” sua coexistência com outros elementos da operação logística.
Foi pensando nisso que as indústrias deste segmento vêm criando alternativas para tornar essas máquinas praticamente “invisíveis”. Relevando essa nova realidade, uma das fortes tendências deste setor são os equipamentos não poluentes, de baixa manutenção e com altíssima autonomia de funcionamento multiturnos.
É neste momento que surgem as empilhadeiras elétricas com baterias de “Ion-Lithium” – que, segundo estudos preliminares realizados com clientes e fornecedores, têm autonomia superior por turno entre 20% e 30% em média, quando comparadas com as baterias de chumbo-ácido (onde o turno é de 6 a 8 horas regulares).
Ainda não disponível no Brasil, além das tecnologias mencionadas acima, citamos a mais de perto pelo seu caráter revolucionário: a tecnologia dos equipamentos movidos por células de combustível ou células de hidrogênio (as “Fuel Cells”).
Esta última é hoje a mais avançada tecnologia de energia 100% limpa, ideal para empilhadeiras e equipamentos de movimentação em armazéns e galpões das indústrias de alimentos e bens de consumo diário.
Uma das principais vantagens das células de hidrogênio, além da não emissão de gases poluentes, é a não necessidade de descarte – um verdadeiro “calcanhar de Aquiles” para os clientes que utilizam as baterias comuns.
Outro ponto relevante é a troca de baterias. Foi observado que no caso das convencionais movidas a chumbo-ácido leva-se cerca de 20 minutos, já com as células de hidrogênio é possível realizar uma recarga em apenas três minutos, sem necessidade de remoção de baterias, gerando uma maior produtividade entre turnos e eliminando as interrupções para troca, além de eliminar os custos com gestão de sala de baterias.
As “Fuel Cells” consistem em uma unidade de conversão de energia que captura e utiliza a força contida no hidrogênio, produzindo eletricidade partindo do hidrogênio e oxigênio com vapor de água e calor como seus subprodutos. Uma vez que estes subprodutos não produzem emissão de poluentes, a célula de combustível consiste em energia 100% limpa.
Esta é uma inovação que veio para ficar e seu uso já está avançando. É sabido que nos EUA e na Europa várias operações já utilizam as células de hidrogênio como fonte de energia. Enfim, chegamos a mais uma evolução de nossa indústria que, antes mesmo do que imaginamos, irá se instalar com força em nosso país.
Sabemos que, com isso, não apenas as indústrias, mas também, e principalmente, o meio ambiente irá nos agradecer.