As centrais sindicais definiram ontem, durante encontro em São Paulo, que vão reagir às demissões com uma onda de paralisações nas empresas de todo o País. Participaram da reunião a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, Nova Central, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). Faltou a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que ficou de fora da discussão porque terá na segunda-feira um encontro com todas as suas centrais estaduais e maiores sindicatos.
"Não podemos ficar assistindo às demissões. O próprio governo já percebeu que a marolinha vai ser uma onda grande de demissões. Será preciso uma injeção de dinheiro para evitar esses cortes", avaliou Wagner Gomes, presidente da CTB. Uma das surpresas do encontro foi o anúncio do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, de que só voltará a negociar com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) daqui a 10 dias. Ele era uma voz isolada
entre as centrais, ao concordar com o presidente da federação, Paulo Skaf, sobre a possibilidade de reduzir salários e a jornada de trabalho.
Por ora, Silva preferiu se unir às outras centrais, que assinaram uma proposta para começar uma negociação governamental nas esferas federal, estadual e municipal para definir medidas para minorar os efeitos da turbulência no mercado de trabalho. Ontem mesmo, começaram as costuras para realizar reuniões com os ministros Carlos Lupi, do Trabalho, Guido Mantega, da Fazenda, e o presidente Lula.
Skaf, agora apoiado apenas por um grupo de grandes empresários e parte dos sindicatos patronais , disse não se sentir isolado com a decisão. "Achei ótima a ideia do Paulinho de adiar o encontro. Semana que vem, será o momento de unirmos forças pela redução da Selic."
Mesmo longe da movimentação, Artur Henrique, presidente da CUT nacional, também é favorável às paralisações. "A orientação é para que sejam feitas paralisações e greves no caso de cortes. É a forma de resistirmos", afirmou.
Antes da decisão das centrais, as paralisações já vinham ocorrendo. Hoje, será feita uma manifestação na porta da autopeças Magneti Marelli Cofap, em Santo André, que vai reunir trabalhadores e os três sindicatos dos metalúrgicos do ABC paulista. O objetivo é protestar contra a ameaça de cortar 150 operários. Representantes do Sindicato Metabase de Itabira (MG) reuniram-se com a rede CUT Vale para organizar um ato público em frente à sede da empresa no Rio de Janeiro, em 11 de fevereiro. E na próxima quarta-feira, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) decide o destino da taxa básica de juros, as centrais farão uma manifestação em Brasília.
Fonte: Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br
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