O senador Delcídio do Amaral (PT/MS), relator-geral do Orçamento da União para 2009, está desenvolvendo esforços no sentido de incluir a Ferroeste no Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal e garantir recursos para a execução das obras de extensão do ramal no Paraná até Maracaju, em Mato Grosso do Sul.
Acompanhado do secretário de obras do estado, Edson Girotto, e do secretário de meio ambiente, Carlos Alberto Menezes, Delcídio esteve no Palácio do Planalto, em Brasília, onde se reuniu com o secretário-executivo adjunto da Casa Civil, Giles Carriconde. O senador lembrou que, apesar de o governo considerar a Ferroeste o melhor projeto de logística para o escoamento da produção de Mato Grosso do Sul, sua execução depende de uma modelagem, e não somente da criação de uma empresa estatal.
A Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.), quer ampliar sua área de atuação. Atualmente a ferrovia, com 248 quilômetros, liga apenas as regiões oeste e central do estado do Paraná.
Hoje, o Brasil possui duas empresas ferroviárias públicas, a Valec e a Ferroeste. O trecho em operação, entre Cascavel e Guarapuava, foi construído entre 1991 e 1994, em parceria com o Exército, com recursos do governo estadual, no valor de US$ 363,6 milhões. Segundo o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, a empresa tem concessão para construir e explorar uma ferrovia entre as cidades paranaenses de Guarapuava e Cascavel e os ramais necessários para sua viabilidade.
Delcídio considera que a Ferroeste, aproveitando a ligação de Paranaguá com Curitiba, começando em Guarapuava e terminando em Maringá, é uma excelente alternativa de escoamento de produção não só chegando a Foz do Iguaçu, com a possibilidade de alcançar o Paraguai, como também subindo até Mato Grosso do Sul através de Guaíra, passando por Dourados e Maracaju.
“É preciso estabelecer uma parceria-público-privada para que esse empreendimento se auto-sustente, remunere os investimentos aplicados e viabilize uma das melhores alternativas logísticas até o Porto de Paranaguá, escoando a produção de Mato Grosso do Sul, do Oeste do Paraná, e se integrando aos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, explicou.
A Ferroeste é o exemplo de que a gestão pública pode ser eficiente e lucrativa. Só no mês de junho foram transportadas 156 mil toneladas de carga, volume 89,6% superior as 82 mil toneladas movimentadas no mesmo mês de 2006 pela companhia privada que administra o trecho – um volume recorde. Com essa alternativa de transporte, evitou-se que transitassem mais de 6.500 caminhões na rodovia que liga Cascavel a Paranaguá, onde está o maior porto graneleiro do Brasil. Além disso, o transporte ferroviário permitiu uma economia aos produtores de mais de R$ 1,5 milhão em pedágio.
Nessa perspectiva, segundo o presidente da empresa, a Ferroeste planeja construir 1,5 mil quilômetros de ferrovias até 2015, a um custo estimado de R$ 3,2 bilhões, referentes aos ramais cujas construções já estão definidas, que vão ligar Cascavel (PR) a Dourados (MS), passando por Guaíra (PR) e Mundo Novo (MS), e Cascavel (PR) a Foz do Iguaçu (PR). Para a construção de ambos os ramais já existe concessão, projeto final de engenharia e estudos ambientais. A empresa está requerendo o direito de estender a ferrovia de Dourados a Maracaju .
PLANEJAMENTO
Dando sequência ao trabalho de sensibilização do governo federal, Delcídio, juntamente com os deputados Waldemir Moka (PMDB/MS) e Mendes Ribeiro (PMDB/RS), presidente da Comissão de Orçamento, esteve no Ministério do Planejamento, para uma audiência com o ministro Paulo Bernardo, que é paranaense e já foi secretário de fazenda de Mato Grosso do Sul.
Waldemir Moka lembrou a Paulo Bernardo que existe uma questão política junto ao governo do Paraná que o governador André Puccinelli pode resolver: a concessão da Ferroeste.
“Temos que permitir que alguma empresa privada possa participar”, disse, acrescentando que “a expectativa é de que o ministro do Planejamento, quando da revisão do PPA, possa alocar recursos para a execução das obras da Ferroeste, baseado inclusive nos estudos de viabilidade do BNDES.”
Mendes Ribeiro considera importante a demonstração de interesse por parte do governo. Destacou que alguns pontos devem ser contornados pelo governo do Paraná, inclusive na busca de um consenso com os demais Estados envolvidos, e com o governo federal.
“O governo deve encaminhar a proposta de revisão do PPA ao Congresso Nacional, juntamente com o projeto da Ferroeste”, previu.
Fonte: www.msnoticias.com.br
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