Demanda por intralogística está em expansão

Este tipo de serviço atrai, cada vez mais, empresas de vários segmentos, que objetivam ser competitivas e focar em seu core business, deixando sob a responsabilidade do operador logístico a melhoria dos processos, o treinamento e a reciclagem da equipe.

O nome já diz: intralogística, ou terceirização in-house, envolve os serviços logísticos realizados na “casa” do cliente, visando organizar e melhorar as operações, diminuindo custos. Dentro deste assunto, a revista LogWeb destaca as tendências do segmento e alguns dos principais cases das empresas entrevistadas.

As tendências são de crescimento

Segundo Davi Fernandes, gerente de desenvolvimento de novos negócios da In-Haus Inteligência em Serviços (Fone: 11 2197.8888), atualmente, com a gradativa, mas crescente, tendência de terceirização de serviços de intralogística, o mercado tem demandado, cada vez mais, empresas que ofereçam soluções de qualidade, focadas em SSMA – Saúde, Segurança e Meio Ambiente e integradas, que possam ser medidas e remuneradas através de um acordo de nível de serviço.

Fernandes explica que o foco não se concentra apenas em redução de custos, mas, também, no aumento da expectativa do cliente por qualidade do serviço, exigindo do operador logístico implementação constante de melhorias em processos operacionais, equipamentos modernos e mais treinamento e capacitação profissional. “Dessa forma, essa tendência demanda esforços para aumento de nível tecnológico do serviço em qualidade, mas, também, exige maior investimento na estrutura de apoio operacional”, diz.

Para o gerente de desenvolvimento de novos negócios da In-Haus, outra tendência bastante forte é a exigência pela implantação de sistemas de gestão que tenham uma concentração em questões relativas à saúde, segurança, meio ambiente e higiene no trabalho. “A preocupação com essas questões, pelas partes, denota uma evolução nas relações de trabalho e um avanço no estilo de contratação, pois não só exclui de licitações proponentes que não estão capacitados, como também obriga quem já presta serviço a investir nessas questões de grande importância para a vida, o meio ambiente e o bem-estar das pessoas”, declara, acrescentando que esta tendência nasceu no setor petroquímico, mas atualmente é uma preocupação generalizada.

Uma corrente, que atualmente está começando a tomar corpo no Brasil, em diversos setores – ainda de acordo com Fernandes – é a demanda por empresas que possam oferecer serviços de gestão integrada. São soluções que visualizam a cadeia inteira do cliente e, conseqüentemente, gerenciam todas as operações de logística interna e externa, utilizando-se de ferramentas, inclusive do PMI, para planejamento, controle e execução de cada projeto específico. “É esperado que esse novo cenário conceda mais liberdade para o embarcador focar em seu core business e atribua mais responsabilidade para o operador logístico, obrigando-o a trazer mais qualidade para a cadeia de abastecimento e redução de custos”, frisa.

Uma questão muito importante, não só na forma como se contrata, controla e se gere o serviço de intralogística no Brasil – continua Fernandes –, é a proposta para uma nova forma de remuneração pelo serviço prestado. Para ele, a tendência de implantação de um sistema de pagamentos que remunera o OL através de índices que medem o nível de serviço prestado está tomando forma e força em um mercado cada vez mais competitivo. “Dessa forma, o sistema garante ao cliente a remuneração pela qualidade do serviço que está sendo efetivamente prestado e, ao operador logístico, o pagamento justo pelos avanços e melhorias implementadas no contrato”.

O gerente de desenvolvimento de novos negócios da In-Haus expõe que, de uma forma ou de outra, o que se pode notar é que as tendências de mercado já estão transformando as relações de contratação de empresas de serviços logísticos, as relações de trabalho e de prestação de serviço em diversos setores, pois a demanda por qualidade, conhecimento e tecnologia é cada vez maior. “Assim, a modernização de equipamentos de movimentação e o investimento em treinamento e capacitação, atualmente, são condições sine qua non para a sobrevivência em um mercado cada vez mais exigente e competitivo”.

Em tendências, Angelo Dias, diretor comercial e de marketing da Mesquita Soluções Logísticas (Fone: 11 4393.4900), também fala em integração. “A tendência é de expansão, uma vez que as operações logísticas realizadas no transporte e na armazenagem exigem maior nível de integração e sincronia. Na terceirização in-house, o operador passa a controlar de forma mais eficaz e produtiva as interfaces e atividades logísticas entre o mercado e a indústria”.

Em outras palavras, é o que diz José Henrique Bravo, gerente de negócios da Ultracargo (Fone: 11 4543.4500), que analisa que o potencial de negócios em serviços in-house terceirizados é muito grande. “Atualmente, as empresas, notadamente as industriais, estão percebendo que para serem competitivas e, ao mesmo tempo, apresentarem produtos diferenciados ao mercado, têm necessidade de investir fortemente em seu core business, que sempre foi o mote da terceirização. Com isto, os operadores logísticos com especialização nesta atividade têm uma contribuição importante à indústria em geral, pois seu know-how proporciona garantia de serviços, menores custos e, em muitos casos, investimentos em novos sistemas ou equipamentos para melhoria de produtividade”, diz.

Segundo Bravo, está havendo um crescimento de demanda de contratações em vários segmentos de mercado, até então fechados ao OL. “Muitas empresas estão mudando o perfil de contratações, antes focadas em mão-de-obra, praticamente aluguel, para contratação de serviços especializados e beneficiando-se desta troca com soluções competitivas e excelência em serviços”.

Também apostando no crescimento, Luis Gustavo Ribeiro, gerente operacional da Abrange (Fone: 19 2106.8100), declara que as tendências envolvem possibilitar uma parceria de longo prazo com empresa especializada na área de logística, buscando ganhos de produtividade e melhoria nos níveis de serviço, visando redução de custo operacional, sem abrir mão do controle estratégico dos processos.

“Vale lembrar que as atividades de movimentação e armazenagem representam em alguns segmentos aproximadamente 30% dos custos logísticos totais. Buscar uma melhor solução para essa área traz como benefício estabelecer uma vantagem competitiva para o cliente”, salienta.

De acordo com ele, outro benefício é poder atuar com equipe treinada e capacitada para essas atividades, deixando sob a responsabilidade do operador logístico a melhoria dos processos, o treinamento e a reciclagem da equipe. “Esses pontos fazem com que a tendência desse segmento seja de forte crescimento”.

Por sua vez, Rodrigo Bacelar, gerente de desenvolvimento comercial da ID Logistics (Fone: 11 3601.1080), analisa que com o aumento do PIB brasileiro nos últimos dois anos e com as previsões de manutenção deste crescimento para os próximos anos, o mercado estima um crescimento em torno de 4,5 a 5% no PIB por ano. “Com base neste crescimento, a indústria necessita focar seus esforços na ampliação das linhas de produção, no desenvolvimento de novos produtos e na comercialização dos mesmos. Com este cenário otimista, as empresas geram oportunidades para desenvolvimento de parceiros logísticos que geram soluções no aumento de demanda no mercado, se rendendo cada vez mais à terceirização logística in-house”, expõe.

Bacelar ainda salienta que os operadores deste nicho de mercado devem oferecer diferenciais que pesam numa decisão de terceirização, como: aproveitar as experiências do operador em relações aos outros clientes, benchmarketing operacional, flexibilização, variabilidade dos custos, transparência, aproximação, comprometimento e desenvolvimento de projetos sob medida.

Focada em intralogística, Célere tem cases interessantes

A Célere (Fone: 11 5670.5670) é considerada a primeira