Denis Dutra de Oliveira é o novo CEO da Paletrans Empilhadeiras (Fone: 16 3951.9999), empresa que oferece um portfólio completo de produtos de movimentação e armazenagem de materiais em se tratando das linhas manuais e elétricas, Classes II e III.
Ele é natural de Ribeirão Preto, SP, e graduado em Engenharia Mecânica e Mecatrônica pela USP. Possui dois MBAs, um em Gestão de Pessoas e Liderança e outro em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, e mais recentemente se especializou em Soluções para Empresas Globais no Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT/EUA.
Nesta entrevista especial para Logweb, Oliveira fala, além da empresa onde está atuando, do mercado de empilhadeiras como um todo, tanto em termos econômicos quanto de tecnologia, e também sobre as tendências. Acompanhe.
Quais as suas metas como novo CEO da Paletrans?
Primeiramente, é importante destacar que a nossa linha de transpaletes e empilhadeiras manuais exerce liderança absoluta de mercado há mais de 30 anos, e que eles são a iniciação e base de qualquer operação logística e que nos fizeram alcançar o patamar que estamos hoje em termos de reconhecimento de marca e de mercado.
Já a nossa linha de empilhadeiras elétricas patoladas mantém a liderança histórica de mercado, com mais de 10 anos no Top of Mind de nossos clientes. Além dessas, na linha de empilhadeiras elétricas retráteis temos também crescido bastante em participação de mercado.
Ao longo dos seus 36 anos de história, produzindo e comercializando mais de 600 mil equipamentos no mercado brasileiro, a Paletrans desenvolveu a Rede de Distribuição e Assistência Técnica mais capilarizada e presente do mercado de equipamentos para movimentação e armazenagem de materiais. Nosso principal objetivo é melhorar ainda mais a experiência do cliente Paletrans com a nossa solução ofertada.
Os produtos vêm sofrendo uma grande fase de comoditização, mesmo em se tratando das novas tecnologias digitais e 4.0. Apesar de incipientes, as mesmas não geram grande diferenciação e agregação de valor ao cliente quando aplicadas apenas aos produtos. Por isso, nosso foco está na aplicação da tecnologia ao produto aliada ao serviço, já que a tendência da descapitalização e da servitização, principalmente no mercado dos clientes de grande porte, está forte, enquanto para os mercados dos clientes de médio e pequeno porte o serviço também é o fator de diferenciação que mais pesa na balança.
Nossa visão de longo prazo é aplicar essa tecnologia em busca da excelência na entrega das soluções Paletrans aos nossos clientes, os quais demandam cada vez mais produtividade, confiabilidade e conectividade em suas operações. Estamos focados em poder entregar cada vez mais a um custo mais competitivo.
Devido a isso, recentemente lançamos nosso Programa Full Service Paletrans, que garante monitoramento Real Time dos equipamentos do cliente, melhor uptime de máquina e maior otimização da operação. Essas características, aliadas à elevada competividade de custo de nossos equipamentos, peças, disponibilidade de estoque e capilaridade da rede, nos permitem garantir o melhor TCO (Total Cost of Ownershop), ou Custo Total de Operação, do mercado brasileiro.
A empresa também atua no mercado externo? Fornece o que e para quais países?
Atuamos em mercados externos, principalmente na América do Sul, África e Leste Europeu. Temos uma Rede de Distribuição e Assistência Técnica bem desenvolvida nesses países, porém temos visto um decréscimo em termos de participação do nosso negócio quando comparado com o mercado doméstico, o que se deve, principalmente, à conjuntura econômica que temos assistido nestes países em questão.
Faça uma análise do mercado de empilhadeiras hoje no Brasil, em termos econômicos.
Nossa expectativa é de que o mercado de movimentação de materiais tenha uma retomada bastante agressiva, na verdade já pudemos perceber esse movimento mais forte desde o último trimestre de 2018, assim como no 1º semestre desse ano, quando vimos um crescimento de 18% comparado com o mesmo período de 2018. Tal fato nos deixou ainda mais otimistas com relação a 2019. A demanda reprimida por anos e a nova conjuntura política devem ser os grandes drivers dessa mudança, nossa visão é de um mercado no mínimo 20% maior do que vivenciamos em 2018. Acreditamos que as reformas, tanto Tributária como da Previdência, são as mais esperadas e as que de fato serão o alicerce para o retorno da confiança do empresário e investidores na economia do país como um todo, contudo mais especificamente em nosso mercado. O comportamento do câmbio e das relações de comércio internacionais também dará o tom de como se comportar no mercado em 2019, nos direcionando para a estratégia de curto prazo mais adequada.
E em termos tecnológicos, como se encontra o mercado brasileiro?
Nosso setor de logística e movimentação de materiais, invariavelmente, deve evoluir para maior grau de automação e controle digital em todos os modais e sistemas de controle internos e externos, as novas soluções passarão não só por melhoria dos equipamentos já disponíveis no mercado, mas por aplicação de novas ferramentas, como Inteligência Artificial, na tomada de decisões operacionais. Aplicativos conectados, milhões de dados analisados e armazenados nas nuvens e tudo que o Mundo 4.0 tem a nos oferecer atualmente serão novas soluções desenhadas totalmente do zero.
Nós já iniciamos esse processo de reformulação das soluções para os clientes e é exatamente com a ajuda deles que estamos criando o que melhor se adéqua ao mercado de hoje.
Por outro lado, o mercado brasileiro, em sua esmagadora maioria, deve ainda levar anos para atingir esse patamar de automação, ou ainda podemos afirmar que ele nunca estará em sua maioria no nível 4.0, por isso, acreditamos e continuamos focando os esforços em nossos nichos de mercado e clientes, que acreditam na marca e no atendimento como os pontos fortes da Paletrans.
Quais as tendências no mercado de empilhadeiras em termos econômicos, incluindo novos nichos de mercado?
As dimensões continentais do nosso país, de per si, já imprimem uma necessidade de infraestrutura logística e de movimentação de materiais altamente eficiente e produtiva, cada vez mais exigida com a competitividade crescente ainda mais alavancada pelo mundo digital.
Para atingirmos os níveis de competitividade econômica quando nos comparamos com outros países bem menores, precisamos de fluidez e desburocratização, todavia o que vemos na prática são “barreiras fiscais” e entraves interestaduais que levam o empresário a tomar decisões não com foco no cliente ou na melhor eficiência logística, mas para se manter lucrativo, tendo ele que se adequar aos custos tributários e fiscais mais benéficos no modelo atual. Isso nos tem tornado muito menos eficientes quando nos comparamos com países da Europa, por exemplo, e não tem nos permitido evoluir no investimento em tecnologias disruptivas em prol da melhor qualidade e custo para o nosso cliente.
E em termos de tecnologia, quais as tendências?
Em se tratando de empilhadeiras, a tecnologia para torná-las autônomas é a mais nova no mercado, estamos desenvolvendo parcerias tecnológicas com Centros de Pesquisa, empresas de desenvolvimento eletrônico de softwares e hardwares e startups para que possamos, também, oferecer esse produto aos nossos clientes.
Ainda, reforçando nossa visão em entregar a melhor solução a nossos clientes, provendo a melhor experiência e o melhor custo, nossa mais recente tecnologia empegada é o sistema de monitoramento de frota que implantamos no programa Full Service Paletrans. Com essa tecnologia nós podemos monitorar a frota do cliente, prever manutenções, orientá-lo sobre otimização e melhoria da produtividade da operação, além do sistema de autodiagnóstico do equipamento e suporte remoto para manutenção. Estamos aplicando essa tecnologia para reforçar nosso pilar e atender a demanda crescente da servitização.
Os próximos passos de evolução tecnológica desse produto serão a aplicação de sistemas de realidade aumentada e Inteligência Artificial para melhorar ainda mais a experiência do cliente Paletrans.