A Associação Nacional dos Detrans (AND) e a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro realizaram nesta quinta-feira (22), em Brasília, um debate sobre a qualidade da formação dos motoristas brasileiros e a necessidade de estabelecer um novo modelo curricular para as autoescolas de todo país. A proposta é criar uma agenda com os Departamentos Estaduais, Centros de Formação de Condutores (CFCs) e Departamento Nacional de Trânsito (Denatran)
A base das discussões é um estudo produzido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), que propõe uma reformulação dos conteúdos das aulas teóricas e na forma em que eles são repassados e cobrados dos candidatos à primeira habilitação. O trabalho propõe um novo referencial teórico na formação de jovens condutores e uma nova grade curricular dos cursos de direção.
“A AND está disposta a discutir e encontrar, junto com os Detrans, alternativas viáveis. É preciso que as novas tecnologias e avanços pedagógicos sejam nossos aliados na formação de motoristas mais responsáveis e habilidosos”, defendeu o presidente da Associação e diretor-geral do Detran Paraná, Marcos Traad.
De acordo com o presidente da Frente Parlamentar, deputado Hugo Leal, o objetivo é melhorar o processo atual, ouvindo todas as partes envolvidas. “Vamos agendar, para o mais breve possível, uma audiência pública conjunta entre a Comissão de Viação e Transportes e a Comissão de Educação para que o Denatran apresente os objetivos da reformulação do processo de formação de condutores que já esta sendo tratado internamente”, adiantou.
MUDANÇAS: A proposta do ONSV segue um referencial já adotado em países da União Europeia, no qual os temas são trabalhados de forma pedagógica, num processo que alinha cada etapa do aprendizado, até a conquista da carteira de habilitação.
O Observatório desenvolveu um banco de conteúdos, que conta com 23 matrizes pedagógicas, que nada mais são que 22 temas gerais e outros 22 específicos a serem trabalhados com os alunos dos centros de formação na etapa teórica.
Segundo a coordenadora do estudo, a educadora Roberta Mantovani, a preocupação é em criar uma mudança cultural. “Num país com índices de acidentes tão elevados, pouco se debate sobre a formação que é decisiva para mudar esse cenário de violência no trânsito”, destaca.
“A discussão sobre a formação é antiga e deve acompanhar as mudanças recentes no ritmo de vida, ferramentas de aprendizagem, entre outros”, explica o coordenador de Educação e Fator Humano no Trânsito do Denatran, Daniel Cândido.
Também participaram do evento os deputados Arlindo Chinaglia, Cristiane Yared, Alfredo Kaefer e Nelson Marquezelli.
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