Priscilla Cardoso
Cinco mil pontos de entrega, distribuídos por toda a grande São Paulo, para serem cumpridos em no máximo 90 minutos. Parece impossível, mas essa é a operação tradicional de entrega do jornal Diário de S.Paulo (Fone: 3235.7700).
Além de atender aos pontos de vendas da cidade, que incluem bancas de jornal, padarias e lojas de conveniência, entre outros estabelecimentos, a logística do jornal precisa ainda trabalhar com os municípios no interior do Estado em que o veículo de comunicação circula, e que precisam receber seus exemplares em no máximo sete horas.
Para melhorar e diminuir os custos com essa operação, o Diário de S.Paulo e o jornal esportivo Lance! realizaram uma integração na logística de distribuição de seus produtos.
“A logística de jornais para as bancas é bem diferente das operações tradicionais, isto em função da velocidade com que ela ocorre. Com a parceria, o Diário de S.Paulo ficou responsável por cuidar da distribuição para São Paulo e grande São Paulo e o jornal Lance! da operação para o interior do Estado”, diz Marcos Mendes Salles, diretor de operações do Parque Gráfico, Logística e Circulação do Diário de S.Paulo.
Dentro do novo sistema, os jornais saem das gráficas e vão direto para as bancas ou para as cidades com roteiros fixos. Em São Paulo são 100 roteiros, cada um com 50 pontos a serem atendidos. Já para o interior do Estado, a logística é mais complexa: linhas principais saem da capital e ao longo das estradas transferem os exemplares para linhas ramais, sendo que os jornais ainda podem ser redespachados a partir dessas linhas ramais.
Ao chegar às cidades, a logística deixa os exemplares nas distribuidoras, que realizam o trabalho de colocação nas bancas. Os distribuidores regionais, bem como todo o sistema de entregadores, são terceirizados, com esquema backup em todas as rotas, para dar suporte em eventuais problemas.
“A logística é complexa e muito ativa durante a madrugada. Nada pode dar errado, pois qualquer problema significa uma ou mais cidades sem jornais naquele dia e, consequentemente, perda de vendas e muitas reclamações por parte dos leitores”, explica Salles.
Para traçar as rotas, a logística utiliza um mesmo sistema de gestão simplificada, conseguindo, assim, fazer migrações de arquivos e otimização do fluxo de informações diárias.
O sistema logístico, preparado para atender aos dois jornais e mais terceiros, transporta hoje mais de quatro milhões de exemplares por mês: um total de 975 mil toneladas de papel diariamente.
“Um aspecto importante nesse formato é que tanto na capital, como no interior, estamos livres para trabalhar com produtos de terceiros, caso seja do interesse de cada um. Dessa forma, podemos buscar uma maneira de reduzir os custos operacionais, aproveitando a malha que já temos disponível, uma vez que as mesmas não estão com sua capacidade logística esgotada”, diz o diretor de operações do Diário de S.Paulo.
AUMENTO NOS LUCROS
O foco principal da parceria entre o Diário de S.Paulo e o Lance! era a redução dos custos para cada uma das empresas na área em que elas não atuavam como agente logístico. Assim, o Lance! deixou de ter gastos na entrega de seus exemplares na capital, como proporcionalmente o Diário de S.Paulo com as no interior do Estado.
Mas, além disso, as empresas também tiveram um retorno com relação às vendas dos produtos. O Diário de S.Paulo passou a ser distribuído em 230 municípios do interior do Estado (antes eram 100 municípios) e também passou a ser colocado à venda em bancas de diversas cidades dos estados do Rio de Janeiro e Paraná e no Distrito Federal. Com esse aumento, a circulação total nos dias da semana cresceu cerca de 10%.
Já o Lance! conseguiu que a entrega dos seus exemplares nas bancas da capital paulista e da região metropolitana fossem feitas mais cedo, o que aumentou a sua presença nessas regiões.
“Parece até um milagre conseguir aumentar a cobertura e as vendas, sem ter que investir, mas foi o que conseguimos. O Lance! aumentou a cobertura em quase 500 pontos de vendas em São Paulo. No interior, o Diário de S.Paulo mais que dobrou a área de cobertura e as vendas cresceram. Ou seja, ambos tiveram redução de custos e aumento da receita”, comemora Salles.
O executivo também comentou as dificuldades na elaboração da parceria logística. Segundo ele, os problemas existem mas são discutidos em conjunto, para que ambos os jornais tenham os resultados esperados.
“Uma operação desse porte, com tantas particularidades, seja nos controles ou na agilidade, esbarra em diversos problemas. Mas com a experiência de nossos operadores logísticos e dos executivos que estão tocando o projeto, as coisas se tornaram simples. Partimos do conceito macro de interesse na redução de custo, na necessidade de ambos de chegar o mais cedo possível com qualidade, para obter o melhor resultado comercial. Temos uma forma de negociação simples que se traduz em ‘problemas são apenas desafios’. As reuniões, que no início eram diárias, já se tornaram semanais, e em breve certamente serão quinzenais para manutenção dos objetivos e qualificação das metas”, conclui ele.
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