O ano de 2020 foi atípico para o varejo físico e para os negócios como um todo. A crise econômica atingiu os setores econômicos em cheio, é verdade, mas houve uma categoria que apresentou crescimento constante: o e-commerce.
Com crescimento estimado de 78% ao longo de todo o ano, o varejo eletrônico entrou na vida dos brasileiros.
De acordo com dados da pesquisa Webshoppers, realizada pela consultoria Ebit/Nielsen, em conjunto com o Bexs Banco, pelo menos 17% dos novos usuários de e-commerce em 2020 fizeram uma compra online pela primeira vez. E esse índice deve continuar em ascensão.
Com tanta demanda, o varejo se viu carente de espaço físico para comportar mercadoria.
Assim, cresceu o comércio de galpões logísticos: a locação foi tanta que algumas empresas de logística chegaram a ter 100% de seus galpões locados para o e-commerce em todo o Brasil. E isso, por consequência, ocasionou outra variação importante: uma mudança no interesse de ativos imobiliários.
A pandemia e os novos interesses do setor imobiliário
Com tantas mudanças nos setores que realmente geram dinheiro e se superaram na pandemia, os investidores começaram a tirar os olhos dos escritórios e passaram a investir justamente nos galpões logísticos. E isso mudou o valor dos ativos imobiliários.
Segundo pesquisa realizada pelo GRI Club, realizada em conjunto com a Brain Inteligência Estratégica, o segmento de escritórios já não é mais o segundo preferido dos investidores.
Saiu de 80% ao final de 2019 para 7% no início de 2021. Esse posto foi substituído pelos galpões, que apresentaram aumento de investimentos de 37%, atrás apenas dos investimentos em ativos residenciais. A pesquisa destaca também que 74% das empresas têm investido em projetos imobiliários.
Para se ter ideia, os fundos imobiliários tiveram um aumento expressivo de investidores, com boa parte deles bastante ligada ao setor de logística, que vem apresentando aumento progressivo desde o início da pandemia.
Dados da consultoria JLL apontam que haverá a entrada de pelo menos 1,9 milhão de metros quadrados dispostos em novos galpões somente no ano de 2021, o que culmina em um total de 22,9 milhões de metros quadrados destinados apenas à logística.
Itens vendidos e comprados
Entre os mais vendidos durante a pandemia, aponta estudo da Criteo, estão os itens de decoração, cozinha e eletrodomésticos, com fritadeiras elétricas, batedeiras planetárias, aspiradores de pó e panelas de arroz. Ainda dentro de casa, a pesquisa destaca que houve aumento de 188% nas vendas de itens para a sala de jantar, bem como 161% em prateleiras e 272% somente para utensílios de cozinha.
O estudo também salienta que itens de decoração e escritório, voltados para o home office, também apresentaram aumento e devem seguir da mesma forma em 2021. Logo no primeiro trimestre deste ano, houve crescimento de 142% nas vendas de cadeiras de escritório e de 125% para escrivaninhas.
Para os próximos meses, a tendência é de que laptops e videogames continuem em ascensão. A pesquisa destaca, para o primeiro trimestre de 2021, um crescimento elevado na venda de laptops (666%), tablets (492%), videogames (412%) e televisores (248%).
Fonte: MoneyTimes