AGENTES MARÍTIMOS APOSTAM NA RETOMADA DO RUMO CERTO PARA O CRESCIMENTO
“Arriscar qualquer prognóstico otimista para a economia brasileira no segundo semestre deste ano e ainda tentar prever algo de positivo para 2017 não é tarefa das mais fáceis. Nós, Agentes Marítimos brasileiros, bem gostaríamos que o quadro fosse bem diferente daquele que se apresenta de momento, resultado da sequência de erros de planejamento econômico e de execução de projetos que se acumularam ao longo dos últimos anos.” A avaliação é de Waldemar Rocha Júnior, presidente da FENAMAR – Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima, entidade que representa 13 sindicatos e 14 estados brasileiros.
Em dois anos – ainda segundo ele –, o Brasil despencou da sexta para a nona posição no ranking econômico mundial, ultrapassado por países como Índia e Itália, registrando queda de 24,6% no PIB entre 2014 e 2016, quando convertido em moeda americana, segundo dados do IBGE e do FMI.
Em 2014, segundo dados do FMI, o PIB brasileiro era o sétimo maior do mundo – atrás de Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França, respectivamente, somando US$ 2,34 trilhões. Em um ano, o tamanho da economia brasileira diminuiu mais de US$ 500 bilhões, para US$ 1,77 trilhão em 2015.
Não bastasse esse fator adverso, o país enfrenta crise política e moral sem precedentes na sua história, comprometendo o desempenho econômico como um todo. Escândalos financeiros se sucedem. Importantes empresas estatais e privadas são arrastadas num turbilhão de corrupção e desmandos, resultando numa sequência de falências e levando mais de 12 milhões de pessoas ao desemprego, número que se soma aos milhões que ainda sequer conseguiram sua primeira oportunidade no mercado de trabalho, cada vez mais contraído, aponta o presidente da FENAMAR.
“Como ressaltei, nós, Agentes Marítimos brasileiros, gostaríamos que o quadro atual fosse melhor e mais favorável ao desenvolvimento do país. É para isso que trabalhamos. Prova do esforço empresarial do setor marítimo brasileiro é que nos últimos 10 anos o volume de cargas transportadas pela cabotagem dobrou de tamanho, embora ainda represente menos de 10% da matriz nacional de transporte de carga. De 2004 a 2012, passou de 96 milhões de toneladas para 139 milhões de toneladas, chegando a 210,9 milhões de toneladas movimentadas e 149,18 milhões de toneladas transportadas em 2015. Com a grave crise deste ano, segundo dados fornecidos pelo anuário da Antaq, de janeiro a maio a cabotagem nacional movimentou 84,657 milhões de toneladas – quase 3% a menos que nos cinco primeiros meses de 2015 – e 58,163 milhões de toneladas transportadas – quase 6% a menos que no mesmo período do ano passado.”
Estudos realizados pela CNI revelam que a má qualidade da infraestrutura e os problemas de transporte e logística estão entre os três principais entraves para que o Brasil amplie as exportações para nações vizinhas – atualmente, os países sul- americanos são o destino de 16% das nossas exportações –, superados apenas pelas barreiras tarifárias e não- tarifárias à importação nos países de destino. Dos 11 parceiros comerciais sul-americanos, nossas exportações superam o potencial somente para Bolívia e Equador.
“Mais uma vez, esse estudo deixa patente a relevância do transporte marítimo, destacando que 53% das exportações brasileiras (em US$) destinadas à América do Sul em 2014 foram transportadas por navios, ressaltando que, apesar disso, o transporte marítimo esbarra na falta de acordos multilaterais e no excesso de barreiras de proteção, o que impede, por exemplo, que uma embarcação chilena na rota Valparaíso (Chile) – Montevidéu (Uruguai) – Santos (Brasil) – Fortaleza (Brasil) transporte cargas da capital uruguaia para o Ceará”, explica o presidente da FENAMAR.
A burocracia e a ineficiência do Estado ainda são responsáveis por grande parte do malfadado “custo Brasil” – continua Rocha Júnior. A CNI aponta que, de acordo com a Receita Federal, há 17 Áreas de Controle Integrado (ACIs) na fronteira do Brasil com os países do Mercosul e a Bolívia. Todavia, menos da metade funciona em regime de integração total. “Em 2009, nosso governo assinou acordo com o Peru para o estabelecimento de sistemas de controle integrado nas fronteiras. Sete anos depois, nenhuma ACI foi criada pelos dois países.”
Com relação ao Agenciamento Marítimo brasileiro, outro agravante relaciona-se à grave situação que se abateu sobre a Petrobras, abalando seriamente suas subsidiárias e diversas empresas fornecedoras. Em julho deste ano, por exemplo, a Transpetro anunciou cancelamento de contratos assinados para construção de 7 navios, que custariam US$ 1,223 bilhão e que seriam utilizados para escoamento de petróleo das plataformas em alto-mar.
O Promef – Programa de Modernização e expansão da Frota previa a construção de 47 navios, número que foi reduzido para 27, dos quais apenas 14 já foram entregues. Somente em 2015, 90 embarcações de apoio (navios que prestam serviços nas plataformas de produção) deixaram o país, gerando problemas financeiros às Agências Marítimas brasileiras, que se estruturaram de maneira a atender a demanda que se verifica e que hoje se vê desmoronar.
“Lamentavelmente, a economia do Brasil precisaria crescer 62% em dólar para atingir o mesmo patamar da 5ª maior economia do mundo, posição que em 2011, quando o país chegou à 6ª colocação, deixando o Reino Unido para trás, ufanistas imaginavam alcançar até 2020”, finaliza Rocha Júnior.
ESPERANÇA E OTIMISMO CRESCEM, MAS A RETOMADA SERÁ EM RITMO LENTO
Aproveitamos a Movimat 2016, que aconteceu em setembro último em São Paulo, SP, para perguntar a alguns expositores quais são as expectativas para este final de ano e para o próximo ano em vista da realidade econômica do país, de acordo com sua área de atuação.
Para Fábio Pedrão, diretor executivo da Retrak (Fone: 11 2431.6464), empresa que loca e vende equipamentos Still e Linde, o setor de empilhadeiras tem passado por bruscas alterações nos últimos anos. “Em 2013, somando vendas diretas e locações, o mercado geral comercializou 24.800 equipamentos; em 2014, foram 21.800; em 2015, desceu para 11.800 e deve terminar 2016 com 8.000 máquinas. É muita queda em tão pouco tempo”, revela. Por isso, é muito difícil programar materiais e insumos para produção em 2017.
De acordo com ele, a tendência para o próximo ano é de estabilização ou início de uma pequena recuperação. “Previsões realistas indicam que em 2020 teremos o mesmo tamanho do mercado de 2010. Uma década de crescimento perdido”, avalia.
Ainda segundo o diretor executivo da Retrak, 2016 começou com a expectativa de um ano difícil, o que já havia acontecido em 2015. Esperava-se que o mercado, ainda recessivo, diminuísse ao redor de 10%, mas a queda deve ficar entre 20% e 25% sobre o ano anterior.
Pedrão salienta que o setor de bens duráveis é bastante sensível às crises internas e externas. “É sempre possível postergar este tipo de investimento para os anos seguintes. Dentro deste contexto, o mercado de locação de equipamentos é favorecido. Com menos dinheiro circulando e menos capital disponível para investimento em ativos, a locação se torna uma opção interessante”, expõe.
Em se tratando do segmento de carregadores de baterias, quem analisa é Mariana Kroker, sales manager Brazil da Fronius (Fone: 11 3563.3800). De acordo com ela, o mercado começou a ter uma perspectiva melhor para o final de ano, e, com isso, vislumbra a melhoria da economia em 2017. “Isso nos deixa mais otimistas, embora saibamos que a recuperação será lenta. Estamos recebendo várias consultas para pedidos ainda este ano, e outros para 2017. De modo geral, o mercado intralogístico parou de investir em 2016, porém, precisará crescer, não há dúvidas a respeito disso, mesmo que num ritmo menos rápido do que gostaríamos”, ressalta.
A Fronius conseguiu atingir as metas neste ano e irá crescer um pouco mais que o planejado. “Para 2017, as metas são muito otimistas, visto que, na crise, o custo x benefício é sempre levado em conta. Isso levou empresas de logística, grandes atacadistas e companhias de diversos segmentos a investir em sustentabilidade, custo justo e redução de saving de energia. Temos várias soluções para diminuir o uso de baterias, que são um consumível caro”, explica.
Mariana destaca que o mercado já vem mostrando que vai crescer, portanto, é importante escolher produtos que trazem valor agregado, mesmo que o investimento inicial seja um pouco maior, pois o pay back é certo.
Já segundo Mauro Dias, presidente da GLP (Fone: 11 3500.3700), uma das principais fornecedoras de parques logísticos do mundo, o primeiro trimestre de 2016 foi fraco para os negócios, devido à desaceleração da economia, mas as atividades voltaram no segundo e no terceiro trimestres, demonstrando resultados positivos.
“As empresas estão mais confiantes na retomada, devido à mudança do cenário político e às novas medidas propostas para equilibrar as contas públicas. O horizonte clareou e eu acredito que o pior já passou. Agora, discute-se a velocidade da retomada. Em 2017, espera-se a inflação mais baixa e a economia começando a crescer”, conta.
Para Dias, a partir do momento em que o país deixar de oferecer riscos, as empresas estrangeiras começam a investir no Brasil, buscando locais bem estruturados para abrigar suas atividades. “O programa de infraestrutura, divulgado pelo governo, também é uma opção que pode atrair capital para o país”, acrescenta.
Um segmento de destaque, em sua opinião, é o de e-commerce, que vem impactando o mercado positivamente. “Vinte por cento do nosso portfólio é no setor, que ainda tem muito espaço para crescer no Brasil, com grande potencial”, finaliza o presidente da GLP.
NOVO ESTUDO DAS NAÇÕES UNIDAS MAPEIA AS 10 PRINCIPAIS MANEIRAS PELAS QUAIS GOVERNOS E EMPRESAS PODEM CRIAR ECONOMIAS DIGITAIS
Um novo relatório da Better Than Cash Alliance baseada nas Nações Unidas revela dez passos tangíveis que podem fazer com que governos e empresas abandonem a economia dominada pelo dinheiro e abracem a digitalização de pagamentos.
O novo relatório surge exatamente quando o McKinsey Global Institute divulgou projeções que a finança digital poderia conduzir a um estímulo de $3,7 trilhões no PIB até 2025, criar 95 milhões de novos empregos em todos os setores e economizar $110 bilhões anualmente em fugas em países emergentes.
Existem várias evidências provando os benefícios da transição de pagamentos em dinheiro para pagamentos digitais, porém em geral não é fácil para os governos implementar essa transição sem ajuda. Isso acontece em parte porque a criação bem-sucedida de uma economia onde pagamentos digitais estejam amplamente disponíveis exige uma abordagem colaborativa entre muitos participantes nos setores públicos e privados.
A pesquisa da Better Than Cash Alliance estudou 25 países, incluindo, entre outros, a Índia, Nigéria, Tanzânia, Gana, Brasil e México. Foram revelados dez ‘aceleradores’ ou ações que provaram causar regularmente um grande impacto no avanço da criação de economias onde pagamentos digitais estão amplamente disponíveis.
“O novo estudo do McKinsey Global Institute sobre a finança digital para todos deveria inspirar os líderes de países emergentes a agir rapidamente na criação de economias onde os pagamentos digitais estejam amplamente disponíveis”, disse a Dra. Ruth Goodwin-Groen, diretora executiva da Better Than Cash Alliance. “Nós também divulgamos um estudo que demonstra como governos e empresas podem afastar-se rapidamente do dinheiro. Desenvolver uma economia digital pode exigir um esforço significativo, mas conforme demonstrado por novos dados, é completamente possível e gerará o crescimento inclusivo, ajudando as pessoas a saírem da pobreza.”
O relatório também destaca a importância cada vez maior da transição aos pagamentos digitais. Os dados compilados no relatório fornecem a evidência dos benefícios proporcionados pelos pagamentos digitais, inclusive:
● A Índia economiza US$2 bilhões anualmente ao digitalizar subsídios de combustíveis, reduzindo também as fugas de pagamentos.
● Na Tanzânia, a digitalização de pagamentos de atividades portuárias para o governo reduziu US$ 175 milhões nas fugas de receita anuais e tem o potencial de estimular o PIB a até US$ 1,8 bilhão.
● O Brasil economizou acima de 30 por cento nos custos das transações nos desembolsos do governo para indivíduos.
● Como resultado da instalação de 20.000 dispositivos de pontos de vendas, o México obteve uma taxa de crescimento de 17 por cento nesse tipo de transações entre 2014 e 2015.
AÇÕES
A análise da evidência conduziu à identificação de 10 ações de como outros países podem agilizar suas iniciativas visando economizar, elevar a receita dos impostos e aumentar as oportunidades para que os cidadãos possam ter um melhor padrão de vida.
OS 10 ACELERADORES
1. Promover a infraestrutura de aceitação dos comerciantes em empresas micro, pequenas e de médio porte para aprofundar o uso entre consumidores e maiores pagadores.
2. Alavancar redes ou plataformas existentes para o fornecimento de produtos e serviços de pagamento digital para ampliar esses serviços mais rapidamente e de maneira a reduzir os custos.
3. Estabelecer uma infraestrutura digital compartilhada para participantes para reduzir barreiras e promover a inovação, tanto em instituições públicas como em privadas.
4. Estabelecer interoperabilidade para reduzir barreiras que limitem transações digitais a uma única plataforma de pagamentos, aumentando a aceitação e a adoção de pagamentos.
5. Desenvolver um programa único de identificação acessado por participantes do setor público e privado para a verificação de identidade pode gerar pagamentos digitais e inclusão financeira. As estruturas de proteção ao consumidor são essenciais para garantir privacidade, segurança e controle de dados adequado.
6. Digitalizar casos de uso de rotina frequentemente utilizados para transações torna os pagamentos digitais mais familiares e aumenta o volume de transações digitais.
7. Digitalizar os pagamentos do governo para promover um ecossistema de pagamentos digitais economizando nos custos das transações e aumentando o acesso de civis a pagamentos.
8. Digitalizar os recibos do governo para fazer com que indivíduos e empresas se sintam mais à vontade com os pagamentos digitais, reduzindo finalmente fugas e estimulando receitas. A colaboração com o setor privado é fundamental.
9. Estabelecer regulamentos que incentivam inovação e práticas responsáveis, ao se entender as lacunas e barreiras dos regulamentos existentes, e envolvendo todos os interessados.
10. Implementar políticas que incentivem e aprimorem a conveniência dos pagamentos digitais para gerar a adoção e o maior acesso a esses pagamentos.
A compreensão desses aceleradores ajudará os governos a desenvolverem abordagens personalizadas para melhor aplicar esse conhecimento nos mercados apropriados. O relatório é acompanhado de um kit de ferramentas para auxiliar especificamente os elaboradores de políticas e importantes partes interessadas a desenvolver tais programas. (Fonte: Better Than Cash Alliance, parceria global de governos, empresas e organizações internacionais que visa ao acelerar a transição para pagamentos digitais para a redução da pobreza e o desenvolvimento do crescimento inclusivo. O Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento do Capital atua como o secretariado.)
Para mais informações, acesse www.betterthancash.org
SEGUNDO CNI, ÍNDICE DE PRODUÇÃO SUBIU A 50,8 PONTOS EM AGOSTO
Após 21 meses sinalizando quedas, o índice de produção industrial voltou à zona favorável – acima de 50 pontos – em agosto deste ano, informou a Confederação Nacional da Indústria – CNI. O indicador subiu a 50,8 pontos, o maior resultado desde outubro de 2014, quando também ficou em 50,8 pontos. Em julho deste ano, o desempenho havia ficado em 46,6 pontos. Segundo a entidade, “o índice ainda não se afastou o suficiente da linha para afirmar que houve um crescimento da produção – a distância para a linha divisória é inferior a margem de erro do indicador, 1,0 ponto –, mas interrompe uma sequência de quedas na produção que já durava 21 meses”. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também subiu para 66% em agosto, contra 65% em julho. Apesar de ser um patamar historicamente baixo, o porcentual é igual ao registrado em agosto de 2015, interrompendo a sequência de quedas na comparação interanual que vinha sendo registrada. A melhora também é percebida no resultado da UCI efetiva-usual, que passou de 36,5 pontos em julho para 38,3 pontos em agosto. Mesmo assim, o fato de o indicador permanecer abaixo dos 50 pontos mostra que a ociosidade ainda está acima do normal. Como ponto positivo, a CNI destacou que os estoques seguem no nível planejado pelas empresas pelo nono mês seguido. A situação representa mudança em relação a 2015, quando empresários relatavam estoques acima do desejado como situação recorrente. O índice de evolução do número de empregados, por sua vez, ficou em 46,3 pontos em agosto, ainda na zona considerada desfavorável. Mas a CNI observa que, embora o índice aponte para nova queda do emprego industrial no mês passado, o ritmo de demissões está desacelerando. Prova disso é que o indicador chegou ao maior patamar desde dezembro de 2014.
EXPECTATIVAS
Diante de alguns sinais positivos, os empresários permanecem otimistas em relação à demanda, às compras de matérias-primas e às exportações. Mas isso ainda não se traduz em perspectivas de contratações, pelo contrário. Há expectativa de redução no número de funcionários nos próximos seis meses – o indicador ficou em 47,9 pontos em setembro, contra 47,8 pontos em agosto.
O consumo, no entanto, tende a aumentar nos próximos meses, preveem os empresários. O índice ficou em 54,9 pontos em setembro, na zona de expansão pelo quarto mês consecutivo. Já o índice de expectativa de exportação subiu a 52,4 pontos neste mês, contra 51,9 pontos em agosto. O índice de expectativa de compra de matérias-primas, por sua vez, cresceu 0,3 pontos, para 52,2 pontos em setembro. A intenção do empresário em investir ficou em 43,4 pontos naquele mês. “Nos últimos cinco meses, o índice mostra tendência de crescimento. Mas a intenção de investimento ainda é baixa: o índice está 4,4 pontos abaixo da média histórica”, assinalou a Confederação. (Fonte: Estadão Conteúdo)
INSTITUTO LOGWEB PROMOVE ENCONTRO PARA DISCUTIR IDEIAS SOBRE COMO GARANTIR OS NEGÓCIOS EM MEIO À CRISE
“2017: Crescimento selvagem, prepare- -se!” Esse é o tema do encontro que o ILOG – Instituto Logweb de Logística e Supply Chain promoverá no próximo dia 22 de novembro, no Quality Hotel, em Jundiaí, SP.
Estarão reunidos mais de 100 executivos das áreas de indústria, logística e tecnologia da informação, além de representantes de entidades financeiras e renomados palestrantes com expertise no segmento de operações logísticas e de transportes, para discutir o atual e futuro cenários da economia nacional. O objetivo é sugerir propostas de como agir para garantir os negócios nos próximos anos. Afinal, só quem estiver mais bem estruturado irá se sobressair.
Entre os palestrantes e temas abordados, estão: Antonio Wrobleski Filho, presidente do Conselho do Instituto Logweb e sócio-proprietário da AWRO Participações e Logística – “Estratégia e visão. Quanto vale sua empresa? Qual o custo do dinheiro? Onde ele está?”; José Francisco de Lima Gonçalves, economista chefe do Banco Fator – “Perspectivas políticas e econômicas”; Luiz Renato Martins Costa, diretor da GS1 – “Tendências de automação buscando eficiência e redução de custos”; Carlos Campos, sócio-diretor da NIMBI – “Solução de gestão de compras”; Paulo Vigna – sócio-proprietário Legal Control – “Conforto jurídico no mercado, cuidado com contratos”; Rodrigo Segalla Uehara, sócio-diretor de Tecnologia da IN Inteligência – “A importância do mercado de business intelligence e analytics e a superação de desafios”; e João Alfredo, sócio-fundador da Corpflex – “Governança corporativa como alavanca do crescimento”.
José Francisco de Lima Gonçalves, economista chefe do Banco Fator, diz que abordar este tema é muito importante, pois leva a pensar no futuro com possibilidades abertas e passos movidos por impulsos naturais que tentamos domesticar.
“Em economia e finanças, comparações das situações humanas com animais selvagens são famosas. Bull market e bear market são dois estados de ânimo, duas situações de mercado. O primeiro, associado à postura do touro; o segundo, à do urso. Um mais para cima, outro mais para baixo. Ambos violentos, rápidos e capazes de mudanças inesperadas. O que é para cima pode cair, enquanto o outro, enquanto perdura, tem oportunidades: espere melhorar ou aposte na piora”, compara.
TEMA
E por que a escolha do tema? Wrobleski explica que só há duas convicções em vista à atual situação do Brasil: de que a atual crise não passou – e não vai passar tão cedo – e de que as empresas estão sofrendo absurdamente com falta de dinheiro, de capital de giro, de investimentos e, evidentemente, do bem maior, que é o próprio consumidor. “Pelas análises que fiz com base em encontros com representantes de indústrias e do setor financeiro, é bastante claro que todas as companhias continuarão reduzindo número de pessoal e de faturamento. Há poucos segmentos que possam mostrar pequenas melhorias”, conta.
E daí vem o contrassenso: o PIB este ano vai decrescer entre 3,5% e 4%, com previsão de crescimento para o ano que vem variando entre 0,1 a 0,5%, o que é muito baixo. “Como exemplo, uma grande montadora de automóveis chegou a produzir 700 mil unidades em 2012/2013 e vai fechar esse ano com algo entre 180 e 200 mil, que é um grande decréscimo. No ano que vem, ela prevê produzir algo em torno de 300 a 320 mil. Esse crescimento brutal vai acontecer com todo o mercado: os fornecedores desta montadora também fizeram todas as reduções que tinham de fazer e encolheram. Hoje, estão sem espaço e sem capital para poder voltar a produzir cerca de 50% a mais que neste ano. Esse é um lado do que eu chamo de crescimento selvagem e que vai, com certeza, atropelar qualquer outro planejamento”, salienta.
Segundo Wrobleski, a chave para que as organizações consigam se reposicionar está na busca por eficiência e eficácia. “Parece muito simples de falar, mas é complicado de implementar, por isso eu sugiro a utilização de ferramentas de TI e outras que possam melhorar a gestão das empresas, isso é mandatório em um ambiente hostil, como o que estamos vivendo”, expõe.
O presidente do Conselho do Instituto Logweb conta que o próprio governo está limitado e a iniciativa privada, meio perdida, sem saber para onde ir. “O BNDES, que deve ser um banco de fomento, poderia atuar mais nesse momento, inclusive olhando para a maior necessidade das empresas hoje, que é o capital de giro.”
PAPEL DO INSTITUTO LOGWEB
De acordo com Wrobleski, o Instituto Logweb pretende ser o canal condutor entre o que o empresário necessita e quem pode ajudá-lo. “O intuito é sermos a voz daqueles que hoje não têm muito com quem falar. A principal função da entidade é ser um lugar onde as pessoas se encontrem para entender o que está acontecendo, discutir e formular ideias para, então, concretizá-las”, ressalta.
O profissional espera que através desse evento, o ILOG consiga ajudar os empresários a desenvolver melhores estratégias para lidar com a atual realidade. O encontro pretende ser bastante interativo, acolhendo as opiniões diferentes e convergentes.
“Pra finalizar, quero deixar aqui um recado: o mar está revolto para todo mundo. Somente discutindo e debatendo pontos de vista, olhando em conjunto para o futuro próximo, é que teremos mais oportunidade de sairmos dessa situação.”
Mais informações: www.ilog.com.br.