O isolamento social e as medidas de combate à Covid-19 reduzem a participação de embarcadores e transportadores na edição 2020 do Top do Transporte 2020. Mas não tiram o mérito da disputa que apontou as empresas preferidas do mercado de fretes
O mais desafiador dos anos, tanto para a economia brasileira como mundial, por causa da pandemia da Covid-19, também produziu reflexos na escolha das empresas Top do Transporte 2020. Pela primeira vez, desde o surgimento da mais cobiçada certificação do transporte rodoviário de cargas, em 2007, o indicador acusou um recuo no número de participantes, tanto embarcadores quanto fornecedores de serviços de transportes.
Diante da necessidade de promover o isolamento social, para conter o avanço do contágio pelo coronavírus, boa parte dos contratantes de fretes se viu impedido de participar da 14ª Pesquisa Nacional de Desempenho dos Fornecedores de Serviços de Transportes, que serve de base para a certificação das empresas Top do Transporte 2020.
Do lado dos operadores, por sua vez, as dificuldades impostas pela livre circulação de mercadorias, associadas à redução do contingente operacional, repercutiram negativamente na performance das empresas. Como resultado, muitas transportadoras que sempre figuraram nesse concorrido ranking deixaram de fazer parte da lista desse ano, por não terem alcançado nem o número mínimo de votos dos clientes, como nota superior a 3 na média geral, exigidos pelo regulamento da premiação.
Queda geral
Em 2020, a pesquisa contou com a participação de 317 contratantes de fretes, de 13 diferentes segmentos econômicos, contra 611 da edição anterior, evidenciando uma quebra de 48% no número de respondentes. Já o total de empresas relacionadas pelos embarcadores, como seus fornecedores habituais, acusou uma queda de 42%, de 1.213 empresas listadas em 2019 para 703 no ano em curso. Apesar do fato, o Índice de Multiplicidade, que mostra a média de transportadoras a serviço da indústria a cada ano, acusou um salto de 2,00 para 2,2 por empresa, evidenciando o aumento da procura por novos operadores no mercado de fretes (ver tabela 2).
Em relação ao porte das empresas que responderam ao estudo, a proporção se manteve próxima dos níveis do ano passado, com um bom equilíbrio entre os portes. O predomínio permaneceu com as empresas médias (38%), enquanto as grandes ficaram em segundo (34%) e as pequenas e micros com 27% de participação.
Mais interessante de tudo foi o aumento geral no nível de exigências dos 14 setores pesquisados, em relação aos parâmetros de desempenho dos fornecedores de transportes. Os cinco indicadores de performance que compõem a pesquisa acusaram evolução, com destaque para o Nível de Serviço, que saltou de 2,87 (sendo 5 o máximo) para 2,94, enquanto a média geral subiu de 2,83 para 2,84. Dos 14 setores pesquisados, 7 registraram um abrandamento no grau de exigência, liderados pela indústria têxtil, cuja pontuação caiu de 2,89 para 2,73. Entre os setores mais exigentes, destaque para indústria de móveis, que mostrou uma evolução de 2,3% no indicador (de 2,85 para 2,92).
TABELA 1 – Eleitores & Eleitos
Depois de alcançar a marca recorde de 611 participantes em 2019, a 14ª Pesquisa Nacional de Desempenho dos Fornecedores de Serviços de Transportes contou com a colaboração de 317 respondentes, que elegeram as 51 empresas Top do Transporte 2020.
TABELA 2 – Índice de Multiplicidade
O número de transportadoras a serviço dos contratantes de fretes voltou a acusar evolução em 2020, ao saltar de 2,0 para 2,2 fornecedores por empresa.
TABELA 3 – Perfil dos respondentes
A pesquisa com embarcadores manteve a distribuição equilibrada entre empresas de pequeno, grande e médio porte, com destaque para a última.
TABELA 4 – Importância dos indicadores
Depois de alcançar a marca recorde de 611 participantes em 2019, a 14ª Pesquisa Nacional de Desempenho dos Fornecedores de Serviços de Transportes contou com a colaboração de 317 respondentes, que elegeram as 51 empresas Top do Transporte 2020.