A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, registrou mais que o dobro de movimentações de contêineres pela ferrovia em comparação a 7 anos atrás. Em 2022, foram movimentados 189.014 TEUs (medida para 20 pés de comprimento de contêiner), contra 92.307 TEUs em 2016.
Um dos principais saltos de volume ferroviário aconteceu entre os anos de 2021 e 2022, com 40% de crescimento. A carga que mais apresentou crescimento de exportação no período foi a de papel e celulose, que passou de 3.392 movimentações, em 2021; para 31.016, em 2022. A segunda commodity que mais cresceu foi a de carne de frango. Em 2022, foram 56.530 TEUs movimentados, 5.108 a mais que em 2021.
Segundo o gerente de marketing e logística, Mateus Campagnaro, o recorde é fruto de “uma estratégia consistente ao longo dos anos na intermodalidade, isso posicionou a empresa como líder na movimentação de contêineres pela ferrovia entre os terminais brasileiros. A conexão direta do ramal ferroviário com o terminal é um desenho único no Sul e representa agilidade, segurança e redução de custos aos nossos clientes. O Brasil é um país continental em que a maior parte das commodities produzidas estão longe dos portos e, por isso, a ferrovia é um diferencial ímpar para o país continuar crescendo nas exportações”, destaca.
Em parceria com a Brado Logística, a multimodalidade combinando ferrovia nas distâncias longas e rodovia nos trechos curtos traz competitividade e mais produtividade em relação ao modal estritamente rodoviário. Um em cada cinco contêineres exportados por Paranaguá utilizam a ferrovia. “Além da competitividade, a solução multimodal gera benefícios para o meio ambiente, com a redução intrínseca na pegada de carbono, e social, com reduções de acidentes e desenvolvimento do interior brasileiro”, afirma o gerente executivo comercial da Brado, Vinicius Cordeiro.
Uma das bases operacionais está localizada em Cambé, local em que diversas empresas do Norte Pioneiro, do interior de São Paulo e do Paraguai usam o modal para exportar carne congelada, amendoim, açúcar, café, entre outros produtos. Outro ponto-chave é em Cascavel, que atende as demandas de cooperativas especializadas no agronegócio que exportam pela ferrovia.
A ligação ferroviária mais recente é o projeto KBT, em Ortigueira. Construído sob medida para um dos maiores exportadores da TCP, o projeto é referência mundial na logística, e une a planta exportadora ao porto através de um pátio de contêineres próprio, gerido pela TCP, conectado à ferrovia.
INVESTIMENTOS EM FERROVIA
Um dos investimentos no setor será a troca da balança de ferrovia, prevista para o final de janeiro de 2023. O gerente de tecnologia da informação da TCP, Walter Junior, explica que “a balança ferroviária dinâmica é uma solução ágil, mais moderna e segura, possibilitando pesar vagões ou composições ferroviárias em movimento, diferente da balança tradicional em que a operação necessita pesar vagão por vagão. Além disso, o equipamento possui dois módulos de captura ao invés de um, o que traz maior segurança e disponibilidade ao serviço de pesagem”. Segundo Walter, os trilhos suportam 30 toneladas por roda ou 60 toneladas por eixo.
Outro investimento será a eletrificação dos RTGs da ferrovia, em Paranaguá. Atualmente os aparelhos funcionam a diesel, mas serão adaptados para um sistema de condutores elétricos. O modelo trará mais sustentabilidade, eliminando a emissão de gases poluentes e proporcionando maior eficiência operacional.
Além disso, a TCP investe pesado na área de refrigeração, a qual é uma grande demanda do mercado do agronegócio. Atualmente, a empresa é líder mundial no serviço de exportação de carne de frango e, para manter a liderança, está ampliando a área reefer (refrigerada) do terminal em 43%. Ou seja, até o final de 2023 a TCP passará a contar com mais de 5 mil tomadas para energização e armazenamento de contêineres refrigerados.