Interessante este setor. Alguns o
consideram em crescimento, enquanto outros avaliam que, com o dólar
em patamares baixos, existe uma tendência muito forte
de os clientes interessados na aquisição de empilhadeiras
seminovas migrarem para a aquisição de equipamentos
novos, devido à supervalorização das usadas.
O mercado brasileiro de vendas de empilhadeiras usadas
é o destaque neste número do jornal LogWeb. Os
especialistas avaliam itens como tendências, perspectivas,
problemas, o que considerar na hora da compra e outros.
MANUTENÇÃO
“A ‘grande sacada’ para o comércio de máquinas
usadas é ser o melhor em manutenção e reforma
e vender somente empilhadeiras reformadas com garantia,
contrato de manutenção e garantia de recompra”,
diz Leo Resende, gerente de vendas da Aesa Empilhadeiras (Fone:
11 3488.1475).
Ainda segundo ele, o cliente só compra quando tem a certeza
do procedimento e do pós-venda eficiente. “Este mercado
é muito bom, desde que se trabalhe com um produto confiável,
considerando que há muitos equipamentos comercializados no
mercado paralelo por corretores e picaretas!”, ensina.
Quanto aos grandes consumidores destes produtos, Resende aponta
que são as empresas que nunca utilizaram empilhadeiras e
os pequenos empresários que estão no ramo de
usinagem, bebidas, materiais de construção, fábricas
de lajes, tijolos e blocos, etc.
Jean Robson Baptista, do departamento comercial da Empicamp
(Fone: 19 3289.3712), também aborda, em sua análise,
a manutenção.
De acordo com ele, em primeiro lugar, é importante ressaltar
que “quem compra equipamento usado, compra manutenção”.
Mesmo assim – destaca -, dependendo do equipamento que se
adquire, principalmente os importados europeus, devido a sua tecnologia,
ergonomia e robustez, em alguns casos vale mais a pena do que equipamentos
nacionais novos, dependendo do uso e desde que o representante
esteja no Brasil.
“O mercado de usadas é voltado principalmente para
as pequenas empresas, onde o uso de equipamentos de movimentação
é pequeno. É comum que, na primeira compra de um equipamento,
estas empresas optem por usados devido ao diferencial de custo.
O que vai determinar a compra seguinte será a experiência
que esta primeira empilhadeira oferecer”, alerta Baptista.
Ainda segundo ele, há casos em que, com o crescimento da
empresa, um equipamento que foi adquirido para uso de até
3 horas diárias e atendia às necessidades da operação
passe a 6 ou 8 horas de uso. “Nestes casos, a maioria tem
problemas, pois o equipamento, devido ao aumento do uso, passa a
onerar a empresa com manutenção”, diz o representante
da Empicamp.
Ele ainda ressalta que é muito importante, na aquisição,
verificar a procedência, pois com o aumento de casos de roubos
destes equipamentos, o cliente, pensando em solucionar um problema
de movimentação, acaba enfrentando um problema judicial
na empresa.
“Ainda há casos que parecem excelentes negócios:
equipamentos seminovos a preços baixos. Mas, na verdade,
são equipamentos que não têm representantes
no Brasil e na primeira quebra o cliente descobre porque pagou
tão barato. Recomenda-se, antes de adquirir, pesquisar no
mercado marcas e modelos, se existem representantes locais, se há
garantia, qual a procedência do equipamento e se
a empresa que está vendendo é idônea”,
aponta Baptista.
Ele também diz que o mercado de empilhadeiras usadas, assim
como o de novas, é vinculado ao câmbio. Isso quer dizer
que a facilidade de trazer equipamentos novos com preços
melhores por causa do câmbio dificulta a venda de equipamentos
usados. “Ainda existe certa resistência em baixar os
preços de equipamentos usados, mas, se os novos continuarem
com os preços que estão, não haverá
outra alternativa”, completa o representante da Empicamp.
CRESCIMENTO
Já Maurício Amaral, diretor da Brasif Rental (Fone:
0800 7098000), destaca que o mercado de empilhadeiras usadas tem
crescido – nos últimos anos – na mesma proporção
do mercado de máquinas novas. “Trata-se de um mercado
composto por empresas onde a participação de empilhadeiras
afeta diretamente a sua operação, mas que, por questões
econômicas, essas empresas acabam optando por equipamentos
com valores já depreciados, diminuindo o valor do investimento”,
explica Amaral.
Ele também ressalta que os bancos e demais instituições
financeiras atualmente disponibilizam financiamentos com taxas
muitas vezes iguais às aplicadas a equipamentos novos, tornando
esse produto ainda mais atrativo.
“As principais vantagens de se comprar uma empilhadeira seminova
é que o cliente escapa da desvalorização
inicial do equipamento novo, que é mais forte nos dois primeiros
anos de uso”, completa o diretor da Brasif Rental.
O gerente comercial de seminovos da Commat Comércio de Máquinas
(Fone: 21 3867 1723), Guilherme Antunes, também fala em crescimento
no setor.
“Houve um crescimento de vendas de equipamentos semi¬novos
nos últimos dois anos impulsionado pela renovação
de frota gradativa, realizada pelas indústrias e empresas
do setor logístico nesse mesmo período e aproveitando-se
das taxas atrativas da moeda americana.”
Antunes mantém perspectivas de crescimento no setor, uma
vez que há uma demanda crescente por equipamentos que possuem
uma condição comercial competitiva, para pronta entrega.
Outra vantagem – ainda de acordo com o gerente da Commat –
é que o equipamento já sofreu boa parte de sua depreciação
do valor de mercado, o que faz com que o investimento seja preservado.
“Os problemas são minimizados desde que o pós-venda
seja eficiente, uma vez que o equipamento é entregue
revisado e com garantia do distribuidor autorizado. A maior dificuldade
é identificar corretamente o perfil e a intensidade da operação
de cada cliente para poder sugerir a melhor opção:
novo ou seminovo”, completa.
O engenheiro Sérgio Grossi Coura, diretor comercial da Retec
(Fone: 31 3372.5955), representante da Skam para Minas Gerais, por
seu lado, analisa que, com a tendência crescente de as empresas
reverem e reestruturarem seus procedimentos e padrões
de movimentação e armazenagens de cargas, bem como
a logística de distribuição, a perspectiva
é de crescimento do parque de máquina
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