Embalagem vira ponto-de-venda

O Brasil começa a discutir a utilização, em grande escala, de uma tendência de embalagens técnicas para o setor de alimentação utilizadas com sucesso na Europa e Estados Unidos há três anos. As embalagens servem ao mesmo tempo para transporte e apresentação de produtos nos pontos-de-venda. Prontas para a gôndola, provavelmente serão denominadas caixas-display e são conhecidas mundialmente como Shelf-Ready Package (SRP). São fabricadas com materiais resistentes aos processos da logística, mas bonitos o suficiente para atrair o consumidor.

O assunto é um dos mais discutidos na 24ª Feira Internacional de Embalagens e Processos para as Indústrias de Alimentos e Bebidas (Fispal) Tecnologia que vai até sexta-feira, em São Paulo. O evento espera receber 60 mil visitantes de 50 países, principalmente da América Latina, com estimativa de R$ 4 bilhões em negócios feitos ou agendados.

"As indústrias de embalagem estão na fase de desenvolvimento de materiais e necessidades específicas para o mercado brasileiro para apresentar a nova tendência no Brasil", disse a diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagens (Abre), Luciana Pellegrino. De acordo com ela, outro desafio do setor é apresentar produtos que possam ser utilizados pelas redes de varejo, que precisam receber as mercadorias em caixas-display que possam ser fragmentadas para todas as unidades. "O sistema tem também que resistir a esse segundo manuseio e apresentar redução significativa de custos para todos", observou Luciana.

As caixas-display também vão afetar a disputa por espaço de exposição nos pontos de venda. Podem funcionar, inclusive, como fator de exclusividade de uma marca. A própria 3M, segundo o gerente de engenharia de embalagens Paulo Berbel, lança mão das caixas-display para diversas linhas de produtos, como esponjas para louça e fitas adesivas. Outra empresa que já aposta nas SRPs é a Unilever, que adotou esse modelo de caixas, desenvolvido pela Rigesa para linhas de cabelo das marcas Dove e Seda.

As embalagens tradicionais também marcam presença. A Cromos Embalagens Indústria e Comércio Ltda levou para o estande embalagens de presente e técnicas para o comércio. "Desenvolvemos soluções para preservar o máximo possível o produto, em uma forma atraente para o consumidor e de menor custo possível", disse o diretor da empresa, Sérgio Manche.

Lucros

As feiras de negócios devem movimentar neste ano cerca de R$ 3,4 bilhões no País, segundo a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe). Com crescimento constante, o mercado passou de 38 eventos em 1992 para 159 neste ano, que devem receber pelo menos 5,2 milhões de pessoas, cerca de 250 mil a mais que o registrado em 2007.

Somente em São Paulo, com 34 mil empresas expositoras, as feiras de negócios devem movimentar neste ano a soma de R$ 2,9 bilhões.

 

 

Fonte: www.dcomercio.com.br


Comentários

Deixe um comentário