EVOLUÇÃO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO – CUSTOS DE DISTRIBUIÇÃO — PARTE 1 —

Como todos sabemos, as questões relacionadas aos
custos de distribuição são de enorme importância
para as empresas.
Não menos importante é a questão relativa à
responsabilidade das atividades de distribuição: quem
é o responsável?

Através dos canais de distribuição fazia-se
a gestão dos fluxos físicos de materiais, a qual era
incluída, normalmente, em funções empresariais,
que as acumulavam com outras funções a outros níveis,
tais como a produção ou mesmo o marketing/vendas.

Os primeiros diretores ou gestores da distribuição
física surgiram entre a década de 60 e o início
da década de 70. Naquela altura, a gestão da distribuição
física passou a ser vista como uma atividade crítica
para a criação e manutenção da lealdade
à marca e da quota de mercado. Para atingir estes objetivos,
as empresas centravam a sua atenção em três
aspectos principais:
* cumprimentos dos prazos de entrega;
* exatidão na preparação das
entregas;
* custos.

Eram definidos objetivos para os níveis de performance com
os intermediários e consumidores finais, definindo-se, paralelamente,
orçamentos para a sua gestão e cumprimento.
Verificamos, desta forma, que a importância da gestão
da distribuição física aumentou bastante, bem
como a preocupação com os seus custos.
Nos anos 70 estimava-se que os custos que lhe estavam associados
variavam entre 10 e 40% das receitas; no entanto, por a função
não estar otimizada, não se sabia quanto deviam ou
poderiam ser. Embora o serviço a clientes que se pretendia
em termos de prazos de entrega e exatidão da composição
das entregas fosse cumprido, o mesmo tinha um custo muito elevado,
ou então, para se cumprir o orçamento estipulado,
prejudicava-se as expectativas dos consumidores.
A visão da componente da distribuição física
como área funcional dentro da empresa continuou durante os
anos 70, ganhando força quando se ultrapassaram os problemas
relacionados com os custos (os custos de posse de estoque e de processamento
em armazém sofreram uma grande redução, que
veio permitir uma redução dos custos globais da função
de distribuição).
A necessidade de uma alteração em termos de estrutura
de gestão era urgente. Este aspecto começou a ser
observado já em 1968. A distinção entre as
funções de gestão geral e de gestão
da distribuição acentuou-se. No início, apenas
em relação à distribuição de
produtos perecíveis de elevada rotação, mas,
em breve, por via de uma maior tomada de conhecimento dos benefícios
derivados da coordenação da atividade de distribuição,
esta divisão passou a ser aplicada, também, a produtos
duráveis e industriais.
A gestão da distribuição passou a estabelecer
níveis de desempenho para o serviço prestado e a cumpri-los
dentro dos custos orçamentados.
Dado que as várias componentes da atividade de distribuição
(transporte, armazenagem, estoque, comunicação, etc.)
passaram a ser coordenadas apenas por uma atividade de gestão,
foi possível eliminar os fracos desempenhos anteriores.
De uma visão limitada, a empresa individual passou, naturalmente,
a uma visão integrada da cadeia de abastecimento. Em 1973
avança para a necessidade de cooperação entre
as empresas da cadeia de abastecimento no sentido de eliminar a
duplicação de atividades logísticas entre esses
atores, podendo-se, inclusive, passar pela formalização
desta cooperação através de joint-ventures,
parcerias ou entidades terceiras prestadoras de serviços.

Continua na próxima edição.Colaboração
técnica: Cristiano Cecatto, consultor sênior de supply
chain da Qualilog Consultoria. e-mail: [email protected]