Executivo da Lufthansa vem ao Brasil falar sobre o setor

Membro da presidência da Lufthansa Cargo (Fone: 11 2161.7500) e responsável pelas áreas de Produtos e Vendas desde o ano 2000, Andreas Otto desembarcou em São Paulo para falar das perspectivas do mercado de cargas aéreas no Brasil, além das parcerias e inovações propostas nos últimos meses.

Ele conta que, em 2007, a empresa, que transportou 1,81 milhão de toneladas de carga e correio, obteve um faturamento de 2,74 bilhões de euros. Além disso, hoje, dispõe de uma frota com 19 aviões MD-11F, comercializa compartimentos de carga de todos os aviões de passageiros da Lufthansa Passage Airlines e presta serviços a 300 destinos em todo o mundo.

No Brasil, operando seis vôos a bordo dos cargueiros MD-11F, além de 21 vôos de passageiros, a Lufthansa movimenta cerca de 500 toneladas por semana, atendendo agentes, exportadores e couriers, utilizando-se, também, de caminhões, quando necessário. De acordo com a própria empresa, atualmente, seu market share no país é de 12%.

Para Otto, há poucos ramos de atividade que estão tendo um crescimento tão grande quanto o segmento aéreo. “A oferta tem crescido muito e, por vezes, chega a ser maior do que a procura.

O crescimento do mercado aéreo brasileiro é o maior do mundo”, afirma, enfático. Ele garante que há uma pressão contínua por causa deste excesso de ofertas e diz que, por isso, é preciso investir e, acima de tudo, obter retorno com os investimentos.

Segundo o executivo, o maior desafio para a indústria de aviação será o aumento do preço do combustível, que dobrou neste ano. Ele faz, ainda, referência ao alto preço do petróleo. “No mercado brasileiro, boa parte do transporte, que é de produtos perecíveis, corre riscos, pois os custos estão muito elevados. No entanto, estamos conversando com parceiros para resolver os problemas de entrega”, explica. “Estamos estudando com a Infraero maneiras de acelerar os processos nos aeroportos, só que ainda não há como prever a partir de quando haverá mudanças”, complementa.

De acordo com dados da Lufthansa, no Brasil, as importações estão muito mais fortes que as exportações. Para Otto, o motivo é o fato de a moeda brasileira estar valorizada. “Sendo assim, temos que compensar nas exportações, levando produtos de outros países da América do Sul, como as frutas chilenas, por exemplo, para balancear o transporte e não voltar para a Europa com o avião vazio”, comenta. Seguindo este raciocínio, o diretor de Produtos e Vendas aproveita para informar que a tendência é que a balança continue pendendo para o lado das importações, já que as previsões para este ano dão conta de que as importações devem crescer 30% e as exportações, 10%.

Em âmbito mundial, mais precisamente no aeroporto de Frankfurt, Alemanha, local de distribuição pelo qual passa a maior parte da carga transportada pela empresa, a Lufthansa tem feito investimentos no que tange ao transporte de animais e carga sensível à temperatura.

“Normalmente utilizamos a infra-estrutura disponível nos aeroportos, pois seria inviável criar estruturas em todos os locais que atendemos”, conta Otto, que salienta os impactos destes investimentos, principalmente para o Brasil: “estamos desenvolvendo centros de competência com foco em peixes tropicais e animais, que são importantes mercados no Brasil, além dos centros com controle de temperatura destinados à indústria farmacêutica, que vem crescendo consideravelmente no país”.

Além disso, a Lufthansa vem promovendo melhorias em sistemas eletrônicos de reserva pela Internet, para aumentar a capacidade de atendimento, e no sistema de rastreabilidade, que permite acompanhar a carga durante todo o percurso.