A crise do mercado doméstico e a alta do dólar já favorecem as exportações brasileiras de madeira processada neste ano.
Entre janeiro e setembro, os embarques avançaram 22% na comparação com o mesmo período de 2014. Esse foi o maior incremento registrado desde, pelo menos, 2008, segundo dados da Abimci (associação da área). Com essa elevação, a participação das vendas para outros países deverá ganhar espaço na produção total.
No segmento de compensados, por exemplo, cerca de 55% da madeira processada internamente foi enviada para fora em 2014. Neste ano, deverão ser 60%.
No de madeira serrada, o aumento projetado é dos 12% para os 15%. As exportações desse produto tiveram um incremento de 31,5% até setembro. “Esse setor tem um potencial de crescimento muito grande”, diz Paulo Pupo, superintendente da entidade.
Apesar do desempenho positivo do comércio internacional, o executivo não projeta uma elevação do faturamento do setor neste ano. “Estamos tendo uma transferência do que era ofertado no mercado interno para fora.”
Dentro do país, a demanda caiu 20% até setembro. “O resultado é proporcional à paralisia da economia nacional. Houve uma retração na construção civil e no setor metalomecânico. Isso impacta na indústria madeireira.”
O aumento dos custos internos -como energia e salários- e a baixa no preço da madeira -decorrente de uma oferta maior do que a demanda na China- também afetarão de forma negativa o setor.
“Não projetamos um crescimento real. Houve uma redução na competitividade e nos investimentos por causa da alta dos juros.”
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.