Faturamento do setor atacadista cresce 6,5% em julho

O faturamento do segmento atacadista distribuidor anulou o desempenho ruim de junho (na comparação com maio houve queda de -1,4%) e cresceu 6,5% em julho confrontado com junho, segundo dados deflacionados (reais) da pesquisa mensal da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração).  Em relação a julho de 2014, no entanto, a queda persiste, atingindo -9,7% (deflacionado). No acumulado de janeiro a julho de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado, o recuo foi de -9,4% (deflacionado).

Em termos nominais, o faturamento cresceu 7,2% na comparação mês a mês. E, novamente, tanto no acumulado do ano até julho como na comparação com o mesmo mês de 2014 houve retração: de 1,9% e 1,1%, respectivamente.

Segundo a ABAD, ainda é cedo para dizer se o crescimento é uma tendência, mas os números de julho representam uma inflexão que dá novo alento ao setor, que vinha acumulando resultados negativos.

“A pesquisa continua a retratar o duro cenário de queda do consumo que hoje atinge quase todos os setores da economia. Contudo, a recuperação gradativa deve acontecer ancorada em dois fatores: a base de comparação mais fraca, observada a partir do segundo semestre de 2014, e a melhora do desempenho do comércio no fim do ano, especialmente no caso dos produtos mercearis”, afirma o presidente da ABAD, José do Egito Frota Lopes Filho.

A desconfiança do consumidor, que tem reduzido as idas ao supermercado e substituído itens da cesta, não para de crescer diante da perspectiva de desemprego, do crédito ainda mais restrito e de uma crise política que ganha novos contornos diariamente. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas estão caindo há cinco meses consecutivos, uma situação que não acontecia desde 2000, quando o comportamento do varejo começou a ser analisado. Em junho, houve queda de -0,4% em relação a maio e de -2,7% na comparação com junho de 2014.

“A baixa confiança dos consumidores tem comprometido os resultados. É um comportamento que desestimula as vendas e atinge também a categoria de alimentos, que embora estejam entre os últimos itens do orçamento doméstico a sofrer corte, têm relação direta com a manutenção do emprego e da renda. Em virtude disso, mantemos expectativas modestas de crescimento para 2015, de cerca de 1%, bem abaixo do patamar que costumamos atingir”, conclui o presidente da ABAD.