FCDL-SP avalia o crescimento do varejo tradicional no uso de galpões logísticos, com queda no crescimento do e-commerce

Segundo levantamento realizado pela Nielsen Ebit, empresa especializada em varejo eletrônico, o ritmo de crescimento do e-commerce no Brasil diminuiu nos últimos anos. Em 2020, início da pandemia, o faturamento cresceu 41% e, em 2021, cerca de 27%; já no ano passado, o comércio digital avançou apenas 1,6%.

Nesse sentido, as tradicionais varejistas de vendas online, como Magazine Luiza, Via, Mercado Livre, Amazon e Americanas, reduziram suas demandas em relação a galpões logísticos. Com isso, houve uma migração na busca por esses espaços para outros setores.

Maurício Stainoff, presidente da FCDL-SP

Segundo a empresa de serviços imobiliários comerciais CBRE, os segmentos farmacêutico, automotivo, agro e fotovoltaico começaram a equilibrar as buscas por galpões logísticos junto dos players de e-commerce.

“Essa diversificação é benéfica para a economia brasileira, levando, assim, injeções em diversos segmentos de negócios. A pandemia segregou o crescimento de muitos setores brasileiros, principalmente aqueles que ainda não dispunham de total tecnologia e anexação ao digital”, comenta Maurício Stainoff, presidente da FCDL-SP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo).

Estado de São Paulo como polo logístico

Com maior concentração de riquezas, maior PIB e mais populoso, o Estado de São Paulo lidera o ranking de concentração de galpões logísticos do Brasil, com 63% dos armazéns, Centros de Distribuição e espaços.

O eixo Rio-São Paulo, além da fronteira com o Estado de Minas Gerais, potencializa São Paulo como maior polo logístico do país, condicionando a região como um “hub” de fácil escoamento para outros lugares do Brasil.

As cidades de Cajamar, Barueri e Guarulhos se destacam como municípios logísticos, concentrando boa parte dos Centros de Distribuição logísticos do Estado. A cidade de Jundiaí também está se colocando como grande expoente do setor, com um volume superior a 150.000 m² de ocupação para o segmento.

Ainda segundo o CBRE, no ano passado, as companhias logísticas que atuam como intermediárias entre empresas de diferentes setores e consumidores foram responsáveis por 41% das locações totais.

“São Paulo é um tradicional centro de distribuição e armazenamento de diversos produtos nacionais e internacionais. O Estado permite esse fácil escoamento para diversas regiões, como sul, nordeste e centro-oeste, além do caminho para o principal porto do país, o Porto de Santos”, finaliza Stainoff.