A busca pela redução de custos, para fazer frente à queda das vendas, obriga os embarcadores de cargas a buscar novos fornecedores de transportes. Como atesta a pesquisa que serve de base para eleição das empresas Top do Transporte 2015.
A retração da economia brasileira, em decorrência da “tempestade perfeita” provocada por um conjunto de fatores adversos, de natureza política, econômica e social que marcaram o ano de 2014 e prosseguem nos dias atuais, também produziu reflexos no ranking do Prêmio Top do Transporte 2015. O levantamento que aponta as melhores empresas dedicadas ao transporte rodoviário de cargas, eleitas pelo mercado a partir das notas de desempenho atribuídas pelos próprios contratantes de fretes, mostrou um significativo aumento do “Índice de Multiplicidade”. O fator estatístico revela a evolução do número de empresas de transportes que prestam serviços para os embarcadores de carga, a cada ano, apontada na Pesquisa Nacional de Desempenho dos Fornecedores de Serviços de Transportes, que serve de base para a eleição das empresas Top do Transporte.
O comentário pode ser expresso em números, como explica a responsável pelo trabalho, a consultora Ivone Martins Bogo, da InPut Consultoria. Segundo a pesquisadora, em 2014, os 441 embarcadores de cargas que participaram da votação apontaram um total de 1.042 transportadoras que prestavam serviços regulares para os 14 segmentos industriais pesquisados, o que resultou em índice de multiplicidade da ordem de 2,36. Já no ano em curso, esse número final saltou para 2,88 fornecedores de transportes para cada embarcador, evidenciando uma evolução de 22% (ver gráfico na página seguinte). Em 2012, para se ter uma ideia, a relação embarcador/fornecedor era de 2,03. “Na prática, isso significa que para fazer frente à necessidade de redução de custos, por força da queda nas vendas e na produção, a indústria vem optando cada vez mais pela busca de novos fornecedores, que ofereçam fretes mais condizentes com a nova realidade do mercado. Em outras palavras, com tarifação igual ou mais baixa que aquela praticada em um passado recente”, observa Ivone.
Pauta jornalística
Não sem motivo, a constatação serviu de pauta para a redação de Logweb.
Depois de ouvir dezenas de embarcadores dos mais variados setores industriais e também as transportadoras – todas foram convidadas, independente da classificação – revelamos os maiores problemas no transporte em cada segmento e como podem ser resolvidos, o auxílio que pode ser prestado pelas transportadoras na solução destes problemas e, mais ainda, apontamos como é o relacionamento embarcador e transportadora. Também mostramos o que estes dois componentes da distribuição pensam a cerca do Prêmio Top do Transporte.
Além desse retrato do momento, a 9ª edição da Pesquisa Nacional de Desempenho dos Fornecedores de Serviços de Transportes revelou outras curiosidades. Pela primeira vez, o estudo promovido pela Logweb Editora e a Editora Frota mostrou um relativo equilíbrio em relação ao porte das empresas pesquisadas. Enquanto as grandes empresas responderam por 33,5% dos votos, as médias representaram 39,8% e as pequenas e micros por 26,5% do universo de 474 embarcadores de cargas que participaram do levantamento. A cédula de votação eletrônica, que possibilita ao embarcador atribuir notas de desempenho aos seus fornecedores de transportes, foi enviada para exatas 3.679 empresas, de 14 diferentes segmentos econômicos, com uma taxa de retorno da ordem de 12,88%.
O número recorde de respondentes da 9ª Pesquisa revela o interesse crescente dos embarcadores de cargas de colaborar para o fortalecimento dessa importante ferramenta de decisão, em formato de ranking, que possibilita apontar as empresas Top do Transporte com base nos seus méritos, o que facilita o trabalho de seleção de fornecedores. Praticamente todos os setores acusaram um aumento no número de votantes, em relação ao ano passado, com exceção de apenas três: químico e petroquímico, metalurgia e siderurgia, além do eletroeletrônico (ver quadro na página seguinte).
Duplicidade
Esses votantes, por sua vez, relacionaram um total de 1.956 fornecedores de serviços de transportes, que atendem regularmente os 14 segmentos pesquisados, contra 1.811 empresas contabilizadas na pesquisa 2014. Vale lembrar, no entanto, que muitas transportadoras operam diferentes especialidades do transporte, o que possibilita a duplicidade de nomes nas múltiplas listas. Se eliminada essa dualidade, o número de empresas de transportes de cargas somou 1.365 empresas distintas, o que traduz um acréscimo de 30,9% em relação às 1.042 listadas no ano de 2014.
A exemplo das edições anteriores, o levantamento de Logweb e FROTA&Cia também apontou o grau de importância atribuído pelos embarcadores de cargas, em relação a cada um dos cinco parâmetros de performance utilizados na avaliação dos fornecedores de transportes. Outra vez, o nível de serviço, atributo que indica a habilidade do transportador em cumprir prazos e a sua capacidade de atender às flutuações da demanda, foi considerado o mais importante pela maioria da indústria. Apenas os segmentos de plásticos, comércio eletrônico e automotivo destacaram outros atributos como mais importantes no trato com as transportadoras. Não sem razão, as indústrias químico/petroquímica e farmacêutica se revelaram as mais exigentes em relação ao transporte de suas mercadorias, ao totalizarem 2,89 de média final dos cinco fatores de performance (ver quadro).
Para José Augusto Ferraz, diretor da Editora Frota e corresponsável pelo trabalho, figurar no ranking das empresas Top do Transporte representa um grande mérito, por inúmeras razões. “Primeiro, porque reflete a percepção dos próprios clientes, em relação aos fornecedores de transportes. Depois, porque está baseado em uma metodologia reconhecida pelo mercado, apoiada em parâmetros de desempenho e na quantidade de clientes satisfeitos. Por último, pelo fato dessa cobiçada lista representar apenas 5% do total de empresas citadas na pesquisa”, destaca Ferraz.
Em apoio a essa última afirmação, a sócia diretora da Logweb Editora, Valéria Lima Azevedo Nammur, destaca outra exigência do regulamento da premiação. “Somente as transportadoras que obtiveram o mínimo de três votos dos embarcadores e uma média final de mercado superior a 3 é que podem fazer parte da seleta lista de empresas selecionados com essa distinção”, comenta. Por isso, em sua 9ª edição, a premiação homenageia um total de apenas 104 transportadoras distintas (ou 222 se consideradas os nomes duplicados) em suas 17 diferentes categorias.
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