Fronius realiza Logistic Day em suas instalações para apresentar soluções sustentáveis a prospects

No último dia 19 de junho, a multinacional austríaca Fronius (Fone: 11 3563.3800) realizou em sua sede, em São Bernardo do Campo, SP, o primeiro Logistic Day, cujo objetivo foi mostrar a profissionais dos mais diversos segmentos suas últimas tecnologias, principalmente as relacionadas às baterias de lítio. A empresa é especializada em três unidades de negócios: Energia Solar, Tecnologia de Soldagem e Carregadores de Bateria.
Após a abertura do encontro – com Wilmer Roediger, gerente comercial da América Latina na Fronius Internacional –, Mariana Kroker, gerente da unidade de negócios de carregadores de baterias, iniciou sua apresentação. Ela destacou o sistema de informação e de gerenciamento Cool Battery Guide Easy, que conduz o usuário de forma intuitiva para a bateria totalmente carregada há mais tempo e mais refrigerada. “Isso aumenta a vida útil da memória de energia, reduz os custos operacionais totais e otimiza a potência e a disponibilidade da frota de empilhadeiras elétricas”, explicou.
Mariana também falou sobre a preocupação geral do mercado com a conta de energia elétrica. Segundo ela, a tecnologia de inversores de alta frequência que a Fronius utiliza tem uma eficiência de carregamento em torno de 96%, ou seja, dos 100% “puxados” da rede elétrica, são aproveitados 96%, e 4% são desperdiçados. Nos sistemas convencionais com tecnologia de transformador, a eficiência está em torno de 67%, ou seja, perde-se 33% de energia, embora o cliente tenha pagado 100%, disse ela. “Com uma tecnologia inteligente, que faz a leitura do estado de carga da bateria, é possível diminuir tempos de carregamento, com curvas de carregamento eficientes.”
Segundo Mariana, essa troca de tecnologia tem um payback rápido, dependendo de quantidade de turnos de trabalho, kWh pago e baterias por máquina. “Mas devemos enxergar isso como investimento, pois além da economia imediata de energia, o carregador tem uma vida útil de 10 anos. Em alguns casos, o investimento se paga no primeiro ano, e ainda sobra dinheiro. Além de reduzir custos, o processo é sustentável”, expôs.
Outro destaque foi para a ferramenta de visualização I-Spot Viewer, que registra as 250 últimas cargas e possibilita acessar um relatório de gerenciamento da sala de baterias, mostrando, por exemplo, a disponibilidade de unidades na operação, para tomadas de decisões; se determinado operador tirou a bateria antes de finalizar a carga e quantas vezes ele fez isso; quantas cargas são realizadas em certos períodos estratégicos do mês, e como eles impactam no dia a dia.

Baterias de lítio
O Logistic Day prosseguiu com Bruno Caetano, vendedor técnico, e Rogério Alves, da área de Suporte Técnico Nacional da Fronius do Brasil, que falaram sobre baterias de lítio, tendência mundial.
Eles explicaram que, com o deslocamento de íons de lítio, a bateria produz força eletromotora, que pode ser utilizada, por exemplo, para o acionamento de empilhadeiras elétricas. No processo de carregamento, os íons passam do eletrodo positivo ao eletrodo negativo da bateria, onde permanecem armazenados até o usuário descarregar a bateria novamente. Os sistemas de energia à base de íons de lítio são 100% isentos de manutenção e emissão. Diferentemente do que ocorre na bateria chumbo-ácido, o usuário não precisa reabastecer água, medir a densidade do ácido nem limpar a bateria.
Em geral, utiliza-se grafite como eletrodo negativo. Mas os fabricantes de empilhadeiras elétricas também têm apostado cada vez mais em tecnologias especiais de bateria de lítio que utilizam combinações de níquel/manganês/óxido de cobalto, enxofre, ar e, principalmente, fosfato de ferro (LiFePO4). Segundo os profissionais, esses materiais convencem por terem alto desempenho e baixo peso, não serem inflamáveis e oferecerem uma ótima proteção contra explosões mesmo sob condições extremas.
Em comparação com a bateria chumbo-ácido, as de lítio permitem uma economia de até 30% no consumo de energia. Outras vantagens são as cargas intermediárias simples e rápidas e a ausência de efeito de memória. Comparando os custos operacionais dos dois sistemas de acionamento referentes a energia, manutenção, inspeção, água, manuseio e troca de baterias, bem como cargas intermediárias, é possível reduzir as despesas em mais da metade utilizando a tecnologia de íons de lítio, enfatizaram Caetano e Alves.
Para gerenciar o uso das baterias de lítio, é preciso contar com um sistema integrado a fim de otimizar o processo. Esse BMS – Battery Management System tem três principais funções: proteger as células e o pack de baterias de serem danificados; garantir a operação das baterias no intervalo de tensão e temperatura adequado; garantir a segurança e prolongar a vida da bateria o máximo possível; e manter a bateria em um estado de operação que supra as necessidades do veículo.
Alves disse que a perspectiva é de crescimento do uso do lítio até 2022, e que logo haverá outra tecnologia que a substituirá. Além disso, novos designs das máquinas também vão influenciar nas soluções para o setor. “Há mais dúvidas que certezas”, revelou.

Indústria 4.0
Na sequência, Marcelo Laranjeira, responsável por vendas técnicas industriais da Robert Bosh, multinacional alemã de engenharia e eletrônica, falou sobre Indústria 4.0, Internet das Coisas (IoT) e a necessidade de as empresas se adaptarem à nova realidade. “As pessoas buscam experiências novas, não produtos. É isso que a IoT oferece.”
Estamos na era da conectividade, da integração profunda. “É mais inteligência e menos operar equipamentos. O ser humano está no centro de tudo. Isso também trará uma revolução nos postos de trabalho. Estamos preparados para o que o mercado demanda?”, questionou.
Marcelo destacou que a jornada 4.0 tem começo e meio, mas não fim, pois ela sempre se reinventa. “Precisamos conhecer a nossa dor e buscar uma solução customizada para resolvê-la”, disse.
O processo rumo à Indústria 4.0 começa com organização da fábrica, gestão de perdas, confiabilidade de máquinas, operações padronizadas, takt time, ações de melhorias, levelling, poka yoke e kanban. A partir daí, inicia de fato a implementação 4.0, seguindo para fluxo contínuo, automações e o estabelecimento de novos padrões de controle. “Os pilares são o Just-In-Time e o Jidoka (autonomação), sempre com foco no cliente”, explicou.
O Logistic Day finalizou com um brunch seguido de uma visita à fábrica.