Tempo é recurso precioso e elemento que, nas empresas que operam transporte de cargas, agrega valor e impacta na qualidade do serviço. Por essa razão, o ganho de velocidade se destaca como um dos objetivos centrais para o gerente operacional de cargas da Gol, Rodrigo Ribeiro, o jovem gestor cujos trabalho e trajetória a série Futuro do Transporte destaca nesta semana.
Aos 29 anos ele é o responsável pelo setor que movimentou mais de 90 mil toneladas de cargas pelos céus do Brasil em 2016 (resultado que dá à Gol cerca de 30% de participação nesse mercado).
Rodrigo Ribeiro.jpgA experiência para liderar a área vem da trajetória de mais de uma década na companhia aérea, na qual ingressou quando cursava o segundo semestre de Aviação Civil na Universidade Anhembi Morumbi. Nesses dez anos, passou por diferentes áreas: auxiliar de rampa, agente de aeroporto e auditor na área de segurança. O primeiro cargo de gestão foi como coordenador de security, quando tinha apenas 23 anos. Depois, assumiu a gerência corporativa de aeroportos, até chegar às cargas.
A ascensão rápida exigiu muito aprendizado. Nesse processo, ele destaca o apoio e a convivência junto a profissionais com mais tempo de carreira: “era muito desafiador e até delicado, mas eu tinha sempre inspiração em gestores que souberam me dar a mão e me ajudar a saber como eu deveria ou não agir”, conta. Treinamentos oferecidos pela empresa e pós-graduações complementaram a formação e a preparação para os novos desafios.
Rodrigo salienta, também, a importância de ter passado por diferentes áreas da companhia. Segundo ele, conhecer a dinâmica dos processos em cada setor lhe dá mais assertividade e agilidade na tomada de decisões, característica importante para “fazer a carga chegar no destino dentro do prazo contratado e garantir a integridade da carga”, as missões precípuas da gerência que comanda.
Gerenciar o transporte aéreo de cargas envolve realizar avaliações constantes e projetar a demanda, lidar com a imprevisibilidade, cruzar a base de voos para otimizar as entregas e analisar, ainda, outras variáveis decisivas para envio das encomendas, como a quantidade de passageiros, o total de bagagens e o limite de carga que pode ser transportada. “Estamos sempre entendendo como encaixar a demanda, para fazer o transporte o mais rápido possível, garantindo sempre a segurança e a integridade dos produtos”, explica.
Ao final, isso deve resultar em uma experiência positiva para os clientes. Na avaliação do gestor, essa preocupação é essencial para alcançar resultados sempre melhores. “Praticar empatia, entender o que o cliente está precisando, como ele vai se beneficiar desse tipo de transporte e agregar valor ao seu produto, porque estamos falando de uma cadeia logística”, enumera.
E como a atividade transportadora é meio para movimentar a economia do Brasil, quando ela é realizada de forma mais eficiente, todo mundo ganha.
Para o gerente operacional de cargas da Gol, a inovação deve ser posta a serviço da redução dos prazos de entrega e do aumento da satisfação dos clientes. Por essa razão, ela não se materializa somente em novas tecnologias, mas também nos processos que envolvem o transporte das mercadorias.
Ele conta que cada etapa que integra o negócio é revisada e melhorada “para reduzir o tempo como um todo, porque tempo é um recurso que não tem volta, e isso agrega valor para o cliente”. A análise, assim, vai desde o atendimento – quando o cliente chega para despachar uma carga -, passando por documentação, escolha dos voos, até o pouso e desembarque dos produtos. “Isso é muito desafiador porque dependemos de muitos outros dados. Quando o avião pousou, são 30 minutos de solo e que todos têm de fazer sua parte para que funcione bem”.
Dessa forma, é necessário eliminar atividades desnecessárias, encontrar soluções mais rápidas para procedimentos comuns e, se possível, automatizá-los. Ao final, o serviço tende a ser cada vez mais eficiente.
E esse ganho de eficiência, na avaliação de Rodrigo, não é um objetivo exclusivo da Gol ou do modal aéreo: é algo que permeia todo o setor transportador.
Porém, para chegar lá, não basta que as empresas melhorem o próprio serviço; o comprometimento do poder público é crucial. “O custo logístico é muito alto, as dificuldades logísticas são muito grandes no Brasil. O transporte, em si, é rápido. Mas existe muita morosidade e burocracia que deixam o transporte lento”, avalia Rodrigo. E, quando o futuro chegar, o transporte precisará estar mais rápido, mais limpo e menos burocrático.