GLP reúne especialistas para debater o futuro da tecnologia na logística brasileira

A GLP, líder global em gestão de investimentos de logística, real estate, infraestrutura, finanças e tecnologias relacionadas, reuniu em São Paulo especialistas de empresas que são referência em tecnologia no setor. Fabien Mendez, CEO e cofundador da Loggi; Leonardo Julianelli, professor de Logística e Distribuição da UFRJ e sócio executivo da Ilos; e Renan Nakane, diretor de Vendas da Cobli, participaram da mesa redonda liderada por Mauro Dias, presidente da GLP no Brasil, para discutir o impacto da tecnologia na logística brasileira.

Segundo Mauro Dias, para acompanhar as exigências do novo perfil de consumidor, que compra cada vez mais online, é preciso incorporar a tecnologia nas empresas do setor para melhorar os serviços de logística e promover uma boa experiência de compra.

“São mais de 1,8 bilhão de millenials ao redor do mundo, que cada vez mais compram pela internet e estão conectados mais de 28 horas por semana. A velocidade e facilidade das compras on-line contrastam com os desafios para reduzir os prazos de entrega. A tecnologia é o grande viabilizador da melhoria dos serviços logísticos para atender as expectativas deste novo consumidor”, explica o executivo.

Para Leonardo Julianelli, houve duas ondas de grandes mudanças no varejo. A primeira delas foi nos anos 90, quando a estabilização da economia permitiu que os consumidores criassem hábitos de compra regulares, exigindo uma maior infraestrutura para atendê-los, o que deu origem à necessidade de galpões logísticos para cumprir os prazos e oferecer uma experiência de compra melhor. A segunda onda é a que vivemos hoje. A mudança de comportamento do consumidor, que exige que as coisas aconteçam muito mais rápido e de maneira eficiente. “Os anseios desse cliente por um curto prazo de entrega impactam diretamente nos investimentos em soluções tecnológicas, porque as empresas precisam viabilizar uma operação mais ágil e que atenda bem esse perfil. E isso só é possível com o uso da tecnologia”.

“O objetivo da Loggi é conectar o Brasil”, diz Fabien Mendez. Para o CEO, a aplicação da tecnologia em todas as fases do processo da empresa, ajuda a minimizar o gap de infraestrutura que o Brasil possui. “Ferramentas de internet das coisas, inteligência artificial e machine learning possibilitam que a gente trabalhe com uma logística de ponta a ponta, oferecendo uma entrega mais rápida, uma boa experiência e, consequentemente, a satisfação do consumidor”.

Para os especialistas, a tecnologia é um meio para o cliente final, então todo o esforço e investimento deve ser baseado em oferecer uma experiência de compra satisfatória e eficiente. De maneira geral, tecnologias que diminuam erros humanos e transformem os dados recolhidos em informação estratégica, tendem a crescer.

Além disso, Fabien Mendez afirma que hoje a indústria passa pela automação dos galpões e o próximo passo é a automação de caminhões. Nos próximos 10 anos também será comum o uso de veículos autônomos e drones para agilizar o processo de entrega. Renan Nakane complementa: “De todos os veículos que poderiam ser rastreados no Brasil, menos de 20% realmente é. Nos Estados Unidos esse número ultrapassa os 60%. Isso poderia oferecer às empresas dados estratégicos para melhorar a operação e, consequentemente, aumentar as vendas. Temos um caminho desafiador, mas também de grandes oportunidades”.

Investir em uma equipe sênior de tecnologia também foi o conselho unânime dos participantes para empresas da cadeia logística, pois impacta a resolução dos problemas de maneira mais rápida e assertiva. Para os especialistas, vale muito mais uma equipe enxuta e experiente do que uma grande equipe júnior.

Leonardo Julianelli também orienta que as empresas tenham clareza do seu papel dentro de todo o cenário para investir de maneira correta. “São inúmeras soluções tecnológicas disponíveis, escolha estrategicamente para que o seu investimento seja assertivo. Além disso, vale a pena ficar de olho nesses jovens profissionais que criam startups interessantes. Pode ser um bom investimento também”.

Mauro Dias afirma que provocar essas discussões e ao mesmo tempo oferecer informações e orientações relevantes ao mercado, ajuda a promover uma logística mais eficiente em toda a cadeia. “Podemos dizer que a evolução da tecnologia que vai acontecer nos próximos cinco anos vai superar toda a evolução dos últimos 20, por isso esse tema é tão pertinente. A GLP participa ativamente de todas as discussões que possam impactar no ecossistema logístico e no crescimento dos nossos clientes”, finaliza.