Portocel, em Aracruz (ES), acaba de completar 45 anos de operação e com motivos para celebrar. O terminal, notabilizado pela excelência na movimentação de celulose, vem se fortalecendo como um porto multicargas. Ao longo de 2022, passaram por seus berços 254 embarcações que movimentaram 6,3 milhões de toneladas de cargas. A celulose – inclusive a solúvel que começou a ser embarcada no último ano – continua sendo representativa nesse total, mas também estão aí granito, produtos siderúrgicos, papel, sal e muitas cargas de projetos que, pelas características especiais de grandes dimensões e pesos, encontram no Portocel melhor alternativa de operação. Também contribuem para isso as vias rodoviárias fora do eixo urbano, que facilitam esse tipo de operação.
O granito é um dos destaques de 2022. Excluindo a celulose, que responde por cerca de 90% da movimentação total, as rochas ornamentais representaram quase metade das outras cargas, com o embarque de 222,6 mil toneladas. Portocel já responde por cerca de 30% da movimentação capixaba de blocos de granito e vem ganhando espaço no segmento, já sendo o maior exportador de blocos do Estado para a China. O embarque de produtos siderúrgicos também teve crescimento de 18% em relação ao ano anterior e o incremento foi de 28% na movimentação de sal.
A celulose, que é o carro-chefe entre as cargas movimentadas, teve incremento de 6%. A novidade em 2022 ficou por conta do início da movimentação da LD Celulose, cuja fábrica começou a produzir celulose solúvel no ano passado. Situada entre os municípios de Indianápolis e Araguari (MG), a empresa exporta toda a sua produção pelo Portocel, chegando ao terminal por ferrovia, consolidando o Portocel como um grande centro de escoamento de cargas da região Sudeste. Serão 500 mil toneladas/ano quando estiver operando a plena capacidade, o que deve ocorrer em 2023.
Investimentos – Para operar com a carga da LD Celulose, Portocel investiu R$ 38 milhões em adequações diversas. Os investimentos em melhorias têm sido uma constante no terminal, que tem retroárea disponível para receber e operar diferentes cargas. A eficiência operacional é outro fator que contribui para a atração de novos parceiros logísticos. O porto já opera com o spreader automático, equipamento idealizado internamente e desenvolvido com parceiros especializados, que torna mais segura e eficiente a movimentação de celulose. Novos investimentos em áreas e soluções de armazenagens estão em andamento, ampliando a capacidade de movimentação do porto.
O spreader automático, inclusive, é uma solução que vem despertando o interesse de outros terminais. Um exemplo é o porto holandês de Verbbruge, que visitou Portocel recentemente para conhecer de perto a operação do equipamento. Portocel e Verbbruge firmaram parceria para intercâmbio de expertise operacional, desenvolvimento de novos negócios e ações na área de ESG, sigla em inglês para o tripé ambiental, social e governança, incorporando melhores práticas e oportunidades de desenvolvimento para ambos os terminais.
Os executivos à frente da área de Novos Negócios do Portocel, Valéria Becalli Provete e Julio César Lourenço, ressaltam que o terminal vem atuando fortemente no sentido de ampliar o leque de cargas movimentadas, consolidando seu plano estratégico. Com esse objetivo, vem promovendo investimentos em melhorias de infraestrutura e em modernização, além de estabelecer parcerias com os atuais e potenciais clientes e com portos internacionais, para intercâmbio de experiência e de iniciativas inovadoras. “É com esse espírito que iniciamos o ano de 2023, intensificando a nossa busca por parcerias genuínas e duradouras, para continuarmos sendo referência em logística portuária”, destaca Valeria Becalli.
Também são destaque iniciativas como a nova prescrição do porto, reconhecida pelas autoridades portuárias, e a operação pelo sistema de calado dinâmico, que permite aproveitar melhor o movimento da maré no processo de atracação e desatracação de embarcações, otimizando a operação. “Tudo isso vem contribuindo para que Portocel se apresente como solução logística diferenciada, fortalecendo o nosso porto”, conclui Júlio César Lourenço.