Grupo Pardini e Speedbird Aero transportam, pela primeira vez, amostras biológicas de pacientes

Referência em infraestrutura diagnóstica do Brasil, e com o propósito oferecer acesso ao melhor diagnóstico em todo território nacional, o Grupo Pardini está utilizando o drone projetado, fabricado e operado pela Speedbird Aero para o transporte de amostras biológicas.

Desde o início desta semana, os parceiros estão estreando a primeira “avenida aérea” com três pontos de pouso e decolagem e modal complementar de coleta e entrega – neste caso, motorrecolhimento. É a maior rota já realizada pela empresa pioneira em desenvolver e operar sistemas aéreos não tripulados no Brasil, com a aeronave DLV2, certificada e homologada pela Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. Esta aeronave tem capacidade para transportar até 5.8 quilos e pode voar a uma distância de até 15 km do ponto de decolagem.

Em cada dia de teste da rota experimental – em Salvador, BA –, são recolhidas amostras de pacientes de quatro laboratórios e um hospital da região. O drone decola da região conhecida como Mercado do Peixe no Rio Vermelho já com algumas amostras. Durante o percurso do voo realiza o primeiro pouso no local conhecido como Jardim dos Namorados para receber novas amostras. Na sequência, o drone se desloca para seu ponto final, a praia de Jaguaribe, onde as amostras seguem por terra, para a cidade Lauro de Freitas. O percurso, realizado por drone, deve economizar cerca de 30 minutos e percorrer 8 quilômetros a menos, comparando com o mesmo trajeto realizado por um veículo terrestre.

Este novo trajeto foi desenvolvido pela Speedbird Aero exclusivamente para as necessidades do Grupo Pardini, considerando tanto a importância da agilidade no processamento de exames e entrega de resultados, quanto a mobilidade de acesso a locais mais remotos em diferentes regiões. A rota é temporária, mas pode se tornar um trajeto fixo do Grupo Pardini a depender dos resultados dos voos experimentais que servirão para estudo de viabilidade logística e financeira.  “Com o avanço da Logística Aérea Não Tripulada, a expectativa é que já nos próximos dois anos possamos realizar voos entre os locais de coleta até o destino final – o Aeroporto de Salvador – sem escalas, o que trará ainda melhores resultados e viabilidade econômica”, comenta o diretor de negócios Lab-to-Lab do Grupo Pardini, Fernando Ramos.

De Salvador, as amostras seguem por avião comercial para o Núcleo Técnico Operacional do Grupo Pardini (NTO), em Minas Gerais, onde a rede de laboratórios recebe e processa cerca de 300 mil amostras por dia, vindas de todas as regiões do país. São materiais para análises clínicas, genética molecular, testes oncológicos de alta complexidade, medicina nuclear, medicina personalizada e patologia cirúrgica. Essas coletas vêm de cerca de 7 mil laboratórios, clínicas e hospitais em mais duas mil cidades do país, além de mais de 180 unidades próprias. Diariamente, são mais de 92 mil quilômetros percorridos em 396 rotas terrestres. Sem contar o suporte aéreo e fluvial para atender todas essas localidades.

A rede de medicina diagnóstica foi a primeira do setor a avistar esse horizonte e iniciar testes para realizar coletas e entregas de exames laboratoriais por meio de drones no Brasil. O projeto está em execução há três anos, em fase de aprovação final pela ANAC. Os aprendizados em cada voo teste e a nova rota experimental devem contribuir para a definição de regras e desenvolvimento de protocolos de segurança.

Agora, o Pardini e a Speedbird estão em fase de teste de campo para obtenção de uma nova certificação, o CAER – Certificado de Aeronavegabilidade Especial para RPA (Aeronave Remotamente Pilotada). Esta é necessária para que as aeronaves possam realizar voos BVLOS (além da linha de visão) até 120 metros em relação ao nível do solo, em voos automatizados, monitorados pelo operador.

A Autorização de Projeto ANAC certifica um modelo, enquanto o CAER autoriza cada unidade específica desse modelo a voar no Brasil. Este é um passo importante para a consolidação do setor de drones na logística, habilitando aeronaves não tripuladas com projeto autorizados a executar rotas de maior extensão com segurança e viabilidade econômica.

Desde o início do projeto, já foram realizados voos de teste em quatro outras cidades – Aracaju, SE, Belo Horizonte, MG, Itajaí, SC, e São Sebastião, SP –, com a aeronave DLV2 explorando diferentes tipos de desafios geográficos e de logística. Todos os testes servem também para validação de rotas, para substanciar logs de voos, nos relatórios exigidos pela ANAC. Após a emissão do CAER, segue-se o caminho já mapeado, como solicitar o voo junto ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e alinhar a necessidade de validação com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), bem como Vigilâncias Sanitárias Estaduais e Municipais sobre os materiais transportados.

A Speedbird obteve a primeira autorização para transportes (delivery) utilizando drone no Brasil – e uma das primeiras autorizações de projeto do mundo neste âmbito –, e vem ultrapassando barreiras com aeronaves não tripuladas efetuando várias entregas pioneiras em solo brasileiro. Com o CAER, além da conquista para rota BVLOS comercial com o DLV-2, a empresa mantém um próximo desafio: conseguir junto à ANVISA a autorização para transportar outras categorias de materiais biológicos, como, por exemplo, amostras em tubos de sangue, urina, líquidos corporais e outros, para testes rotineiros de triagem laboratorial, classificados mundialmente como UN3373. “A Speedbird e Grupo Pardini estão na vanguarda do desenvolvimento do transporte aéreo não tripulado de exames laboratoriais. Buscamos quebrar paradigmas e avançar não só nas certificações da aeronave, como já estamos fazendo, mas avançar junto às autoridades sanitárias para que as regras sejam atualizadas. Estamos demonstrando, a cada voo, segurança no transporte, redução de custo e de tempo. É um processo longo, disruptivo e visionário. É inovação com o propósito de salvar vidas. Queremos poder voar de laboratórios para hospitais, de laboratórios para outros laboratórios e de laboratórios para aeroportos, nos grandes centros”, comenta o CEO da Speedbird Aero, Manoel Coelho.

Segundo o diretor de negócios Lab-to-Lab do Grupo Pardini, o propósito do Grupo Pardini é levar medicina diagnóstica de alta qualidade para quem precisa, onde estiver. Para isso, a rede de laboratórios com atuação em todo o Brasil faz a gestão de uma malha logística extremamente complexa, para que seja possível transportar as amostras de cerca de 7 mil laboratórios, hospitais e clínicas espalhados por 2 mil municípios do país para as diversas unidades de processamento do Grupo. “Dependemos do transporte terrestre e aéreo, que possuem seus desafios particulares, como o alto custo e as interferências recorrentes causadas por situações diversas, como acidentes, congestionamentos e cancelamento de voos comerciais. Acredito que os drones têm potencial para revolucionar a logística na saúde daqui a alguns anos, ao trazer mais eficiência em termos de custo e tempo de transporte, além de apresentar menor impacto ambiental”, pontua Ramos. O diretor de negócios lembra que, para os pacientes, cada segundo é importante. “A redução de tempo de transporte de amostras por drone, como indicado nos testes que realizamos, pode acelerar a liberação de diagnósticos e, assim, ajudar médicos a tomar decisões mais rapidamente, colaborando com a saúde de nossos pacientes. É por isso que o Grupo Pardini, que tem a inovação em seu DNA, vem sendo o pioneiro no desenvolvimento dessa nova tecnologia aplicada à saúde no Brasil”, finaliza Ramos.